ITAIPU

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Re: ITAIPU

#211 Mensagem por delmar » Sáb Ago 16, 2008 1:56 pm

Túlio escreveu:Mas peraí, não dá para refinanciar a dívida? Se eu tomo um empréstimo a longo prazo, pago 'n' prestações em dia, posso esticar o empréstimo para um prazo maior, reduzindo a prestação ou, alternativamente, mantendo-a do mesmo tamanho mas pegando uma grana extra, por conta das prestações pagas...

Isso não é possível no caso em tela?
Acredito que é possivel sim. Veja, atualmente pagamos 45 p aor MH. Deste total o Paraguai só recebe uns 3. O restante é para amortizar a dívida. Em 2023 a dívida acaba e os paraguaios, assim de soco, passarão a receber uma bolada. Para nós é melhor alongar a dívida para lá de 2050. Assim pagamos um pouco mais agora, uns 10 pila, e não necessitaremos em 2023 começar a pagar aquela baita quantia. É um bom negócio para o Brasil e para o Paraguai. Também não haverá necessidade de aumento do preço da energia elétrica.

saudações




Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
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Re: ITAIPU

#212 Mensagem por joao fernando » Sáb Ago 16, 2008 1:58 pm

Claro que é Tulio, o Brasil ja fez isso com o clube de Paris. Alias, o BNDS poderia comprar a parte da divida Paraguai, diminuindo as prestações, mas aumentado o numero de parcelas. Tipo Casas Bahias. Só de Juros eles pagariam de novo outra Usina, e ficava todo mundo feliz.

Ps - Como é bom ser imperialista, mesmo que imperialista junior.




Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
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Re: ITAIPU

#213 Mensagem por PQD » Seg Set 22, 2008 9:38 am

Opinião

A questão de Itaipu



Depois de mais de três horas de reunião diplomática, na última quarta-feira, o governo brasileiro conseguiu dar tempo ao tempo e, no mesmo lance, manter as boas relações com o Paraguai. O presidente Lula e seu colega Fernando Lugo anunciaram, em Brasília, a formação, nos próximos dias, de uma mesa de conversação para discutir alternativas que atendam aos interesses de ambos os países em relação à tarifa paga pelo Brasil ao Paraguai pela energia da usina binacional de Itaipu.

Em suma: o governo brasileiro não mudou sua posição em relação à revisão do Tratado de Itaipu, uma das principais bandeiras da campanha eleitoral de Lugo. Os paraguaios dizem que recebem do Brasil pela energia excedente cerca de US$ 2,50 por MW/h. O Brasil alega pagar mais de US$ 45. Sem acerto nas contas, os governantes optaram por não mexer em nada agora, mas ampliar o diálogo. Ponto para a diplomacia brasileira.

Lula já se dispôs a financiar a construção de uma linha de transmissão de energia entre os dois países e recomendou aos técnicos que encontrem formas de financiamentos com taxas favoráveis para projetos de desenvolvimento no país vizinho. A fim de evitar que a discussão sobre Itaipu caia no nacionalismo fácil ou na confrontação estéril, o Brasil responde, corretamente, com firmeza e solidariedade




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Re: ITAIPU

#214 Mensagem por PQD » Sáb Nov 08, 2008 8:08 pm

"Tribuna da Imprensa

Um recado militar ao Paraguai

Carlos Chagas

BRASÍLIA - Caso Barack Obama se disponha mesmo a mudanças, e se incluir nelas um novo tipo de relacionamento dos Estados Unidos com a América Latina, seria bom que visitasse o Paraguai, ou pelo menos telefonasse para o presidente Fernando Lugo, recomendando-lhe cautela.

Porque o ex-bispo vem se referindo ao Brasil com palavras de baixo calão, ditas abertamente, acusando-nos de imperialistas, exploradores e usurpadores da soberania de seu país. Mais ainda, manda seus esbirros não pouparem o próprio presidente Lula, como fez o representante paraguaio na diretoria de Itaipu, em entrevista a um jornal local.

Querem o impossível, os detentores do poder em Assunção, ou seja, o rompimento do contrato assinado quando da construção da usina, para a qual contribuíram apenas com a água do rio. Exigem aumento desmesurado na energia a que têm direito e não utilizam, revendendo-a para o Brasil. Pretendem fazer leilão, contrariando o acordo, para vender à Argentina e ao Chile essa energia produzida por nós. Ameaçam, xingam e intranqüilizam.

Por conta dessa provocação, duas semanas atrás o Exército brasileiro programou e realizou nas instalações de Itaipu manobra de rotina, mas eivada de simbolismo. Nossos soldados ocuparam a usina numa operação de comandos, simulando sua retomada diante da ocupação fictícia "de um grupo de sem-terras". Nada de surpreendente, porque o MST já ocupou mais de uma usina, nos últimos tempos. No entanto, foi um recado aos paraguaios, de que se tentarem algo inusitado a pretexto de defender suas prerrogativas serão derrotados em quinze minutos.

O lance pitoresco nessa história correu por conta do embaixador brasileiro no Paraguai, Valter Pecly, que sem a menor sensibilidade lamentou que as manobras do Exército brasileiro não tivessem sido feitas em conjunto com o Exército paraguaio, já que o presidente Fernando Lugo não gostou nem um pouco da nossa movimentação.

Compreensões históricas

Arriscou-se o ministro da Justiça, Tarso Genro, quando quis separar tortura de terrorismo, acentuando que este é compreensível historicamente. Repetiria isso diante de representantes dos parentes das mais de seis mil vítimas do ataque às Torres Gêmeas de Nova York? Ou dos pais do sentinela que foi explodido num quartel de São Paulo, décadas atrás? Que tal aos filhos dos agentes de segurança executados durante a temporada de seqüestro de embaixadores, no Rio? Violência não, repetia Gandhi. Tortura também não, dizia D. Helder Câmara. São igualmente incompreensíveis. "




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Re: ITAIPU

#215 Mensagem por Booz » Dom Nov 09, 2008 12:20 am

O caso, como diria o inesquecível ex-ministro Magri, é que Itaipú é "imexível". Mexer em Itaipú é mexer em ninho de guaxos. Seria pior para o Brasil do que um stop de gás da Bolívia, o país ficari de quatro. Por isto é que a questão de Itaipú de longe supera a da Bolívia e transcende à própria presidência da república. O caso Itaipú é verdadeiramente multi-institucional. Em desfavor do Paraguai, referente às estrepolias do Morales, está o fato que Itaipú está dos dois lados da fronteira.

O Paraguai sabe de tudo isto e está jogando pra galera, tenta mexer até o fundo do tacho para ver o que sai desta encrenca. O que vier para eles é lucro.
O problema é que a coisa pode ficar passional demais, no sentido do exacerbar a latente mágoa anti-brasileira e, por via redundante, exponecializar o naciobalismo do povo paraguaio no trato do problema. Aí, só mãe Dinah pode prever o que será parido desta esbórnia.




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Re: ITAIPU

#216 Mensagem por PQD » Dom Nov 09, 2008 5:56 pm

jp escreveu:O caso, como diria o inesquecível ex-ministro Magri, é que Itaipú é "imexível". Mexer em Itaipú é mexer em ninho de guaxos. Seria pior para o Brasil do que um stop de gás da Bolívia, o país ficari de quatro. Por isto é que a questão de Itaipú de longe supera a da Bolívia e transcende à própria presidência da república. O caso Itaipú é verdadeiramente multi-institucional. Em desfavor do Paraguai, referente às estrepolias do Morales, está o fato que Itaipú está dos dois lados da fronteira.

O Paraguai sabe de tudo isto e está jogando pra galera, tenta mexer até o fundo do tacho para ver o que sai desta encrenca. O que vier para eles é lucro.
O problema é que a coisa pode ficar passional demais, no sentido do exacerbar a latente mágoa anti-brasileira e, por via redundante, exponecializar o naciobalismo do povo paraguaio no trato do problema. Aí, só mãe Dinah pode prever o que será parido desta esbórnia.
o que acho interessante é que a coisa está ficando como à 524 anos quando nós colonizados por portugueses do lado de cá de tordesilhas e os espanhois (os outros) do lado de lá de tordesilhas em acirrada disputa por terras e riquesas, tudo entre os de lingua portuguesa e os de lingua espanhola, claro guardadas as devidas proporcões. Vejo os paises circunvizinhos com desejos inconfessaveis que se pudesem esquartejariam o Brasil em mil pedacos e o anexariam. Tipo "amigos amigos, negocios a parte"




Editado pela última vez por PQD em Seg Nov 10, 2008 8:44 am, em um total de 4 vezes.
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Re: ITAIPU

#217 Mensagem por Moccelin » Dom Nov 09, 2008 6:17 pm

Pelo menos nós temos algumas vantagens nessa bagunça, primeiro, somos um país totalmente industrializado, e que, no fundo, não precisamos tanto dos vizinhos pra nos manter, em segundo temos o fato de que somos UM enquanto eles são vários Estados, cada um com os seus próprios problemas e em terceiro, e não menos importante, ainda somos mais poderosos belicamente E industrialmente que esses possíveis inimigos.

Agora, só não podemos deixar essa esquerda antiquada tomar conta daqui também... Incluindo essa história de questionar manobras do Exército... Pô, esse ano houveram manobras no extremo sul (Argentina), no norte (Bolívia e Venezuela), no Centro-Oeste (Bolívia e Paraguai)... Além daquela grande no Leste, mas essa todo mundo defendeu porque "é contra o capitalismo opressor dos países ricos"... Pô, pra não dizer outra coisa, o que esse povo pensa? Que o exército só existe pra figuração, desfile de 7 de Setembro, ACISO e pra servir de "saco de pancada" praquela esquerda que era armada no regime militar???




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Re: ITAIPU

#218 Mensagem por Bourne » Dom Nov 09, 2008 7:43 pm

O padre não é louco. Ele precisa é de dinheiro para financiar seus projetos sociais e impulsionar o desenvolvimento do Paraguai. Para esses fins ele tem duas alternativas: aumentar tributos ou aumetar o preço da energia vendida ao Brasil.

Aumentar os tributos é complicado. Por que muitos grupos de interesse não vão gostar e vão pentelhar e precionar o governo para que não o faça. E, para quem não sabe, o Paraguai tem uma carga tributária baixa em relação a maioria dos países do mundo.

Renegociar o preço da energia vendida ao Brasil parace um caminho menos conflituoso e com menor risco de criar grandes descontentamentos internos. O problema é combinar isso com o Brasil.




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Re: ITAIPU

#219 Mensagem por PQD » Ter Nov 18, 2008 10:08 am

Funcionários de Itaipu são presos por queima de documentos

Três paraguaios entraram nos escritórios da hidrelétrica binacional e colocaram papéis em incinerador

Efe



ASSUNÇÃO - Três funcionários paraguaios da hidrelétrica binacional de Itaipu foram detidos nesta segunda-feira, 17, suspeitos de serem os autores da queima de documentos nos escritórios da central em Assunção. O promotor Arnaldo Giuzzio confirmou a detenção de Nimio Peralta, Facundo Arévalos e Guido Palma, após a denúncia realizada no domingo pelo diretor paraguaio de Itaipu, Carlos Mateo Balmelli, cujo antecessor é investigado por corrupção.

Giuzzio explicou que os três detidos entraram no domingo à noite nos escritórios de Itaipu com permissão do diretor da sede, Norman Cristaldo, e que começaram a queimar vários documentos em um incinerador improvisado. O promotor contou que Cristaldo confirmou que assinou a permissão de entrada desses funcionários, mas que "em nenhum momento autorizou a queima de arquivos."

Giuzzio também declarou que Cristaldo não foi detido por não se encontrar em "flagrante delito", mas que também será investigado. Balmelli, que foi ontem à noite aos escritórios da hidrelétrica após ser alertado pelo chefe de segurança do local, disse aos jornalistas que "queimar papéis é uma anormalidade" em Itaipu e que, entre os textos incinerados, "havia documentos originais, e não fotocópias."

Nesse sentido, o promotor disse que alguns arquivos foram recuperados e que também há filmagens do circuito fechado de televisão que mostram os agora detidos transferindo caixas de papelão, assim como fumaça.




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Re: ITAIPU

#220 Mensagem por cvn73 » Sex Jan 02, 2009 3:32 pm

Não quero ressuscitar :D , apenas compartilhar uma notícia interessante.
Itaipu bate recorde de produção de energia, mas perde participação no consumo

Imagem

da Folha Online
A usina de Itaipu bateu recorde de produção de energia, com a geração de 94.684.781 megawatts-hora (MWh). O recorde anterior era de 2000, quando Itaipu gerou 93.427.598 MWh.

O volume de energia gerado, segundo técnicos da usina, jamais foi atingido por nenhuma outra hidrelétrica do mundo. A usina de Três Gargantas, que a China constrói no Rio Yang-Tse, não deverá superar Itaipu em produção. Quando concluída, a usina chinesa terá 22,4 mil megawatts (MW) de capacidade instalada, contra os 14 mil MW de Itaipu. A vantagem em relação a Três Gargantas é a situação hidrológica: o Rio Paraná, onde está Itaipu, tem grande volume de água o ano inteiro.

A energia produzida por Itaipu em 2008 seria suficiente para suprir todo o consumo mundial por dois dias; atender durante um ano um país como a Argentina ou o Paraguai, parceiro no empreendimento, por 11 anos. Ou, ainda, poderia suprir por um ano o consumo de eletricidade de 23 cidades do porte da grande Curitiba.

Apesar do recorde, Itaipu encerrou 2008 com 19% de participação no consumo de energia no Brasil, a mesma de 2007. Trata-se do menor índice desde 1992, quando a usina começou a operar com 18 unidades geradoras --atualmente são 20. Em 2000, ano do recorde anterior, Itaipu respondeu por 25% da demanda de energia no mercado brasileiro. Entre 1995 e 1997, a participação chegou a 26%.

Segundo Jorge Samek, diretor brasileiro de Itaipu, isso significa uma "dupla conquista", pois novos empreendimentos "estão enriquecendo a matriz energética brasileira e gradativamente consolidando a diminuição da importância relativa de Itaipu para o país".




unanimidade só existe no cemitério
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Re: ITAIPU

#221 Mensagem por PQD » Seg Abr 13, 2009 9:16 am

Itaipu hoje

Jorge Samek

Engenheiro agrônomo, diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional



Quase todos os meses, recebemos em Itaipu delegações de países estrangeiros interessadas em entender não apenas a engenharia que permitiu construir a maior usina hidrelétrica do mundo em geração de energia. Mas, principalmente, a engenharia diplomática, jurídica e política que permitiu ao Paraguai e ao Brasil criarem uma entidade que controla a usina binacional.

Itaipu surgiu, em parte, para resolver uma crise. Parte da área que foi inundada integrava uma centenária disputa de fronteiras. Mas a partir do que, então, era um problema, Paraguai e Brasil criaram uma entidade que assegura absoluta igualdade de direitos aos dois lados. É unânime entre os visitantes estrangeiros a afirmação de que não existe tratado tão justo quanto o de Itaipu.

O que escrevo é exatamente o oposto do que vem dizendo o governo paraguaio. Para entender essa argumentação, é necessário conhecer a história de Itaipu. Criada nos anos 1970 e, diante da situação econômica do Paraguai, coube ao Brasil assumir sozinho 100% dos custos de implantação do projeto, via financiamentos e empréstimos internacionais. A obra consumiu investimentos da ordem de US$ 12,2 bilhões. Mas com os choques do petróleo e as crises das moratórias nos anos 70 e 80 do século passado, os custos financeiros com rolagem da dívida fizeram o valor total chegar a US$ 27 bilhões.

Hoje, Itaipu responde por 19% da energia elétrica consumida no Brasil e 90% da do Paraguai. Além disso, em 2023, quando a dívida estiver quitada, os dois países terão em seu patrimônio uma empresa no valor de US$ 60 bilhões. Só a parte paraguaia de Itaipu corresponde a quase três vezes o valor do PIB de toda a economia do Paraguai.

Se tivesse sido pensado como um simples negócio, os direitos em Itaipu teriam de ser proporcionais ao aporte financeiro de cada uma das partes. No entanto, o Brasil jamais se valeu do seu poder econômico para impor ao Paraguai uma condição de subalternidade em Itaipu. Muito pelo contrário, cada parte tem direito a 50% da energia produzida por Itaipu.

Só que aí se concentra o principal tema de discussão, já que o Tratado de Itaipu determina que toda a energia produzida deve ser destinada ao consumo exclusivo de Brasil e Paraguai. Como os paraguaios utilizam apenas 10% do total da produção de Itaipu, o país cede o direito de aquisição da energia que não consome para o Brasil.

Vale destacar ainda que os royalties pagos por Itaipu são duas vezes e meia superiores aos distribuídos, em média, pelas hidrelétricas brasileiras. No ano passado, foram distribuídos mais de US$ 437 milhões — metade para cada sócio. Desde 1991, quando se iniciou o repasse da verba, já foram pagos mais de US$ 3,5 bilhões para cada país. Além desse vultoso valor, o Paraguai também recebe cerca de US$ 120 milhões por ano pela taxa de Cessão de Energia que não consome. Ao todo, somando os valores da cessão de energia, royalties e encargos, Itaipu já repassou US$ 4,8 bilhões aos sócios paraguaios.

Como se não bastasse, o empreendimento Itaipu está consolidado e batendo sucessivos recordes de geração de energia. Em 2008, a produção atingiu a maior marca em 23 anos de operação: 94.684.781 MWh, superando o nosso próprio recorde mundial.

Mesmo acreditando nos princípios justos e coerentes do tratado, o governo brasileiro apresentou proposta com quatro pontos: financiamento pelo BNDES de uma nova linha de transmissão de 500 quilovolts (kV) e de uma nova subestação entre Itaipu e Assunção (valor estimado de US$ 400 milhões); abertura de financiamento do BNDES no valor U$ 1 bilhão para a instalação no Paraguai de indústrias e empresas de uso de energia intensiva; dobrar o valor pago pelo Brasil pela Cessão de Energia não utilizada pelo Paraguai (em valores atuais, isso significaria aumentar de US$ 120 milhões para US$ 240 milhões, a partir de 2010); e reserva de uma linha de crédito US$ 100 milhões para um fundo de desenvolvimento regional.

Itaipu, no entanto, gera mais do que benefícios econômicos ao Brasil e ao Paraguai. Além de energia, gera ações de desenvolvimento tecnológico, promoção do turismo, responsabilidade social e preservação do meio ambiente. Em pouco tempo, Itaipu estará gerando, também, conhecimento. Por meio da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, uma iniciativa do governo brasileiro, com apoio da Itaipu, estaremos promovendo a integração dos nossos povos e criando um novo polo universitário e tecnológico.

Nesses 35 anos, os benefícios gerados pelo Tratado de Itaipu são expressivos. A dívida estará integralmente paga em 2023, com recursos obtidos da energia produzida, o que comprova que as bases do tratado são justas e sustentáveis.




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Re: ITAIPU

#222 Mensagem por Moccelin » Seg Abr 13, 2009 12:56 pm

Excelente, mas desde quando o populismo se baseia em problemas e injustiças REAIS para se fortalecer?

O padreco (Padreco, porque padre político e populista é foda!) lá vai continuar a soltar aos quatro ventos que Itaipu é uma forma de a potência Brasil subjulgar o pobre Paraguay, e vai continuar convencendo o povo paraguaio disso, não importa o que a "Itaipu Binacional" e o Governo Brasileiro mostrem que prove a forma justa e corretíssima que foi feito o acordo e construída a Usina.

Vão, inclusive, tocar no assunto território, ou alguém aí tem dúvida que ele vai falar também que o terreno usado para o reservatório é, por direito, Paraguaio???

Por isso eu acho que o Governo Brasileiro, por meio do Ministério da Defesa, das Relações Exteriores e do Exército Brasileiro tem que continuar apoiando as FFAA paraguaias (formação e ajuda técnica) como vem fazendo, ou seja, conquistar terreno diplomático, porque aí, se a coisa pegar fogo, teremos pelo menos parte da população (inclusive parte das FFAA paraguaias) "do nosso lado".

Diga-se de passagem, essa história parece muito com uma influência do Chavismo para minar a prática liderança regional que o Brasil desempenha, com base na sua pujança nos números (população, PIB, indústria diversificada, tamanho, e por aí vai)... Pega um dos seus aliados e coloca pra espezinhar o Brasil, esperando que nós tomemos uma atitude drástica e queimemos nosso filme na América do Sul. Pelo menos nisso eu acredito que a nossa política externa parece estar correta... A não ser que a idéia do Itamaraty seja a de apoiar um governo populista sem essa visão egoísta (manter nossa liderança) disfarçada de altruismo...




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Re: ITAIPU

#223 Mensagem por rafafoz » Ter Abr 14, 2009 1:33 pm

Itaipu no Livro da Expo Zaragoza

A Diretoria de Coordenação recebeu exemplares do “Documento Final das Semanas Temáticas – Tribuna da Água”, que traz as conclusões da Expo Zaragoza 2008, realizada na Espanha entre 14 de junho e 14 de setembro.

Itaipu participou nas Semanas Temáticas com a apresentação do Programa Cultivando Água Boa, feita pelo diretor de Coordenação e Meio Ambiente, Nelton Friedrich.

O livro dedica duas páginas ao programa ambiental de Itaipu, definido como “Uma experiência de gestão integrada de recursos hídricos, meio ambiente e conservação dos solos”.

“O megaprograma Cultivando Água Boa”, diz o livro, “tem em sua essência a gestão das bacias hidrográficas aplicada na área de influência da represa”. O programa, além de reduzir e corrigir passivos ambientais mais significativos, “trabalha com a sociedade para mudar seus valores: modos de ser, pensar, produzir e consumir, com base numa ética de cuidado com os recursos naturais e dos seres vivos em geral”.

Transversalidade

O Programa Cultivando Água Boa é “um movimento de participação permanente”, com atuação em várias frentes, todas com “forte transversalidade”:

- “Produção de peixes em nossas águas”: para promover a sustentatibilidade e aumentar, através da pesca e da piscicultura, a produção de proteína de (alto) valor biológico;
- “Biodiversidade, nosso patrimônio”: para contribuir com a manutenção e melhoria da variedade genética da flora e fauna silvestres. Por meio deste projeto, Itaipu atua na implantação de um corredor ecológico, que ligará o Parque Nacional de Ilha Grande ao Parque Nacional do Iguaçu, formando um “corredor verde” que permitirá, futuramente, a troca genética entre espécies que vivem nestes dois habitats;
- “Gestão por bacias”: visa executar o manejo da água e dos solos, com controle dos passivos ambientais, em propriedades agropecuárias, trabalho feito em parceria com prefeituras, proprietários, associações, cooperativas e outros;
- “Infraestrutura eficiente e saneamento na região”: Obras, serviços e manutenção da infraestrutura de apoio à produção de energia, mas também de saneamento básico na usina de Itaipu e nas áreas da empresa, para contribuir com a melhoria do saneamento básico da região;
- “Sustentabilidade de segmentos vulneráveis”: busca criar condições para melhorar a qualidade de vida dos segmentos menos favorecidos da sociedade, na região;
- “Monitoramento e avaliação ambiental”: realiza diagnósticos e avaliações ambientais na região de embalse e da área de influência, para ter parâmetros e indicadores que orientem e comprovem os aspectos ambientais controlados por ações desenroladas nessa região e na bacia hidrográfica;
- “Desenvolvimento rural sustentável”: executa ações complementares às do governo federal para garantir a fixação da população rural em áreas de interesse de Itaipu, por meio de programas de produção agropecuária ambientalmente sustentável.

Fatores fundamentais

Os resultados alcançados até agora, segundo o livro, são atribuídos a fatores que “atuam de forma integral e interdependente, entre os quais se destacam:

- a decisão da empresa de adotar uma nova missão baseada na responsabilidade socioambiental.
- Modelo de gestão ambiental, que busca concatenar a gestão ambiental, territorial, dando prioridade à participação.
- Estruturação do Programa Cultivando Água Boa com base em documentos planetários.
- Estratégias de implantação/metodologia.
- Competência da equipe técnica;
- Recursos financeiros, materiais e equipamentos.
- Articulação para implantar redes de colaboração com os produtores rurais e demais participantes na área de influência.

Participação, o segredo

O artigo fecha ressaltando “a gestão participativa é considerada de importância fundamental para viabilizar, política e tecnicamente, todas as redes de colaboração necessárias para a implantação da gestão por bacias. Antes de serem firmados os convênios com os municípios, nos quais são detalhadas as contrapartidas de cada um dos envolvidos, busca-se o comprometimento da comunidade e dos parceiros, através de pactos, que levarão à execução consciente das ações socioambientais.




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Re: ITAIPU

#224 Mensagem por PQD » Qua Mai 06, 2009 2:49 pm

Lugo e Itaipu



O presidente Lula recebe amanhã o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, fragilizado pelos recentes escândalos envolvendo a vida pessoal do ex-bispo. A questão se complica porque certos chefes de Estado recorrem a um “inimigo externo” quando enfrentam dificuldades políticas.

Renegociar o Tratado de Itaipu, para aumentar as vantagens do Paraguai, foi uma das principais promessas de campanha de Lugo.

Assim, o presidente paraguaio pode se tornar mais assertivo no que considera uma demanda legítima. Porém, não há razão para Lula flexibilizar a posição brasileira com o objetivo de não deixar Lugo de mãos vazias, e assim melhorar a imagem dele no Paraguai.

Posto que os atuais dispositivos sobre a hidrelétrica binacional estão determinados por um tratado da década de 70, cuja revisão está marcada para 2023, o Brasil não vê necessidade de mudar os termos de produção e venda da energia. Por outro lado, o governo brasileiro ofereceu benefícios ao Paraguai, como um financiamento de US$ 2 bilhões do BNDES para projetos produtivos, sobretudo no setor energético. E acenou com a possibilidade de estender de 2023 para até 2040 o prazo para o pagamento da dívida paraguaia de US$ 19 bilhões com a Eletrobras, referente à construção da usina, bancada pelo Brasil.

O Paraguai recebe US$ 2,80 por megawatt que repassa ao Brasil, porque cerca de US$ 40 vão para pagar os juros da dívida externa contraída para erguer a usina, os custos operacionais da empresa binacional e os royalties distribuídos, inclusive aos paraguaios.

A questão se reveste de um significado especial porque passa pela estabilidade política do país vizinho e parceiro pleno no Mercosul.

Brasília deve estar atenta a qualquer tentativa de Assunção de escalar o país para vilão da história. Os problemas políticos de Fernando Lugo devem ser resolvidos pelos mecanismos institucionais paraguaios.

Experiências anteriores, especialmente na nacionalização do gás boliviano por Evo Morales, mostram que a benevolência diplomática com “compañeros” é um equívoco. São os interesses nacionais que devem falar mais alto, sempre.




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Re: ITAIPU

#225 Mensagem por PQD » Sex Mai 08, 2009 9:38 am

Itaipu: presidentes negociam 'saída honrosa'

Sem acordo, Lula e Lugo emendam jantar em reunião. Paraguaio diz que 'a ninguém convém ter vizinho pobre'

Chico de Gois, Eliane Oliveira e Mônica Tavares



BRASÍLIA. Quase três horas de reunião não foram suficientes para destravar, ontem, as negociações entre Brasil e Paraguai sobre o acordo relativo à hidrelétrica de Itaipu. O pacote que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu - US$1,7 bilhão em crédito e melhoria dos termos de compensação pela exclusividade brasileira na compra do excedente de energia da usina - foi considerado insuficiente por seu colega paraguaio, Fernando Lugo. Este insistiu em que o Paraguai possa vender a energia que exceder a cota paraguaia diretamente ao mercado brasileiro, sem passar pela Eletrobrás. Lula rechaçou a ideia.

Lugo insistiu, sobretudo, no aumento da tarifa paga pelo Brasil ao Paraguai e no fim da exclusividade. Foi informado de que um ajuste, inclusive uma revisão tarifária, poderia ser até negociado, mesmo que não agora. Mas acabar com o princípio de que a energia só pode ser vendida à Eletrobrás seria mexer no tratado e disso, disse uma fonte, o Brasil não abre mão.

O impasse acabou ganhando uma conotação política. Durante um jantar no Palácio da Alvorada, Lula e Lugo decidiram discutir uma "saída honrosa", classificou uma fonte que acompanha as negociações.

O grande nó seria encontrar uma solução política para os pleitos de Lugo. O paraguaio passa por um grande desgaste, após as acusações de que teve vários filhos quando era bispo. Com isso, Lugo reacendeu o discurso nacionalista - vitorioso nas eleições - de que o Brasil explora o Paraguai, recusando-se a mudar condições que prejudicariam o país vizinho.

Lugo precisa voltar a Assunção com algum benefício que possa chamar de concessão grandiosa do Brasil. Lula só aceita ceder em pontos que não sejam entendidos como abrir mão de direitos e curvar-se à vontade dos vizinhos.

Lula deixou o Itamaraty visivelmente contrariado. De manhã, dissera que falaria após a reunião, mas mudou de ideia. Lugo também saiu com o semblante fechado. A declaração que ambos dariam foi cancelada pouco antes das 20h30m. Os presidentes falarão hoje, às 8h, antes de embarcarem para Mato Grosso do Sul, para a inauguração do Trem do Pantanal.



Lugo pede ajuda para industrializar Paraguai

O pacote brasileiro continha três pontos: dobrar de US$100 milhões para US$200 milhões o valor pago pelo Brasil pelo direito de exclusividade sobre a energia a que o Paraguai tem direito e não usa; um fundo de US$1,5 bilhão do BNDES para infraestrutura; e a liberação de um crédito a fundo perdido de US$100 milhões, do Tesouro Nacional, para obras sociais.

De manhã, Lugo esteve com os presidentes da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Ele pediu ajuda para que o país possa deixar de ser agroexportador e caminhe rumo à industrialização:

- A ninguém convém ter um vizinho pobre.

Lugo também disse que veio "com a mente e o coração abertos, nesta primeira visita, para construir esse diálogo".

Na passagem pelo Congresso, Lugo atraiu a atenção de parlamentares e funcionários. A "musa" da Câmara, deputada Manuela D'Ávila (PCdoB-RS), estava entre os que foram recebê-lo. Manteve-se, no entanto, longe de um abraço mais apertado, estendendo o braço para cumprimentá-lo.

COLABOROU Isabel Braga




Cabeça dos outros é terra que ninguem anda... terras ermas...
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