O US Army possui apenas 11 Generais 4 estrelas, enquanto o EB possui 15!Tigershark escreveu:23/06/2008 - 19h03 - Atualizado em 23/06/2008 - 19h10
EUA têm a primeira mulher general quatro estrelas
Da France Presse
WASHINGTON, 23 Jun 2008 (AFP) - Ann Dunwoody, com 33 anos de carreira militar, foi nomeada hoje general quatro estrelas, tornando-se, assim, a primeira mulher a aceder à mais alta patente do Exército dos Estados Unidos.
"É uma ocasião histórica para o ministério da Defesa e estou orgulhoso em promover a tenente-general Ann Dunwoody", afirmou nesta segunda-feira o secretário americano da Defesa, Robert Gates, em comunicado.
Segundo a porta-voz do Exército, Anne Edgecomb, esta nomeação é "importante levando-se em consideração que o Exército possui apenas 11 generais quatro estrelas".
Dos 1.070.000 soldados, 14% são mulheres.
A designação deve ser confirmada pelo Senado.
Mulheres... outra vez...
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Re: Mulheres... outra vez...
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Re: Mulheres... outra vez...
MULHERES NAS FORÇAS ARMADAS I – Cartas vindas do campo.
Por Fred Reed – 2003.
A respeito de nossa política de colocar mulheres em funções militares para as quais não estão adequadas:
Não está funcionando. Não está nem chegando perto. Certo, muitas mulheres fazem belos trabalhos nas forças. Elas sabem quem são. Todo mundo sabe. As outras são o problema. Considere isto:
Durante anos, escrevi uma coluna de assuntos militares, e ainda recebo montes de emails dos soldados. O que se segue são algumas destas cartas, editadas para brevidade, e para ocultar a identidade dos autores. Observe o contraste com o que você lê nos jornais.
Por Fred Reed – 2003.
A respeito de nossa política de colocar mulheres em funções militares para as quais não estão adequadas:
Não está funcionando. Não está nem chegando perto. Certo, muitas mulheres fazem belos trabalhos nas forças. Elas sabem quem são. Todo mundo sabe. As outras são o problema. Considere isto:
Durante anos, escrevi uma coluna de assuntos militares, e ainda recebo montes de emails dos soldados. O que se segue são algumas destas cartas, editadas para brevidade, e para ocultar a identidade dos autores. Observe o contraste com o que você lê nos jornais.
Fred,
Minha última temporada foi durante a DESERT STORM, que foi, basicamente, o primeiro teste real das mulheres em zona de combate, e, na minha opinião, elas fracassaram miseravelmente.
Por exemplo, foi feito um esforço para reunir as mulheres de nossa unidade com seus maridos que estavam servindo, em diferentes unidades, para celebrarem juntos, o Dia de Ações de Graças. O resultado foi que três mulheres foram evacuadas devido a gravidez, após estas “visitas conjugais”. Além do mais, uma das sargentos garotas, decidiu ganhar um dinheirinho com seu sexo, e acumulou uma gorda quantia, em suas horas de folga.
Durante altos nos comboios, quaisquer homens descobertos do lado externo (para fora da estrada) das viaturas eram punidos sob o Artigo 15, Código Penal Militar, por “espiar as damas”, enquanto estas “damas” estavam se aliviando. Agora, uma viatura precisa ser inspecionadas durante as paradas: óleo, pressão dos pneus, etc. Como se pode fazer isto quando se está limitado, apenas, ao lado da estrada das viaturas?
Após chegarmos à nossa área de estacionamento, na fronteira Arábia Saudita/Iraque, foram erguidas tendas. Naturalmente, você sabe quem foi destacado para erguer as tendas das mulheres! Certo, os homens!
Lá, também havia o problema das latrinas, você sabe, mexer com os tonéis de 55 galões, para armazenar a merda. Adivinhem quem não foi destacado para a faxina de queima de bosta? Certo, de novo, parece que foi tomada uma decisão para manter as garotas longe de tais tarefas comuns.
Você pode imaginar estando num “Hummer”, atravessando um terreno, no meio do deserto, e chega a hora de uma cagadinha? Não há mato, árvores, rochas, apenas, quilômetros e quilômetros de areia. A mulher tinha de fazer o #2 e se recusava a ir para trás de uma duna de areia, porque alguém poderia estar olhando, de uma duna distante.
Quando lhe sugeriram que se inclinasse contra um pneu, no lado do passageiro, ela se recusou, porque poderia sujar suas roupas, apoiando-se contra a roda. Quando lhe deram uma pá, para cavar um “buraco de gato”, ela ficou ofendida. Um capitão cavou um buraco para ela, e a instruiu em como utilizá-lo, patético.
O pano de fundo disso tudo é, para cada tarefa que as “meninas” não podem, ou não querem executar, um homem tem de ser desviado para cumprir a missão.
Sargento-Mestre, Exército dos Estados Unidos (reformado.)
***
Caro Fred,
Na qualidade de um dos capitães, numa longa fila, que, recentemente, deixaram o Exército dos Estados Unidos, posso assegurar-lhe que não foi por causa de dinheiro. Quanto mais longe me lembro, tudo o que sempre quis foi ser um soldado. Eu realizei este objetivo, tornando-me um piloto de helicóptero de ataque.
No treinamento, foi-me dito que, fracassar numa corrida no Curso de Admissão para Suboficiais (Warrant Officer) era motivo para ser mandado de volta. Eu vi homens sendo mandados de volta. Eu vi mulheres caírem, constantemente, mas sendo mantidas. Durante uma apresentação do Comando de Pessoal, o tenente-coronel disse que qualquer mulher naquela sala, podia levantar a mão e ele a colocaria no treinamento do AH-64 “Apache”: um sofisticado helicóptero antitanque. Ele disse aos homens na sala que não havia dinheiro o bastante, para treinar a todos eles.
Mais tarde, eu servi com uma mulher que havia levantado a mão. Ela, agora, estava grávida e não queria mais nada com o Exército. Uma vaga havia sido desperdiçada por conta das cotas.
O mesmo sistema de cotas, também, colocou mulheres na sala de suprimentos de minha unidade, que não eram capazes de erguer uma tenda. Portanto, quando já estávamos reduzidos em número, agora éramos obrigados a tirar soldados do perímetro defensivo, para ajudar as mulheres. Estas eram as mesmas mulheres sem força nos membros superiores para puxar a alavanca de manejo de uma M-60.
Não, não se trata de dinheiro. Trata-se da destruição de uma instituição que, uma vez, tínhamos em alta conta.
(Nome omitido).
***
De um amigo de longo tempo:
Fred,
Falando de nosso “politicamente correto”, eu vou contar-lhe algo que eu conheço por observação – isto é, eu não tenho números que comprovem, para passar para você, mas estou relatando algo que eu vi e que me parece ser verdade. Não use meu nome, se você, algum dia, relatar isto, de qualquer modo. Eu tenho estado em várias unidades da Reserva, durante minha carreira no Exército. Estive envolvido com muitas outras, através das sessões de treinamento anuais e designações. Parece que um significativo número de mulheres nas unidades da Reserva são mães solteiras de minorias. Em algumas unidades, parecem ser a maioria das mulheres servindo nelas, mas é possível que isto tenha sido, simplesmente, uma impressão causada por aquilo que eu estava vendo.
Supõe-se que cada uma possua um plano de “assistência infantil”, fornecido como parte de seu registro de transferências. No entanto, após serem questionadas, aquelas poucas com quem eu conversei, revelaram não possuir um tal plano. Convocações, com freqüência, resultam nas mulheres das minorias (e algumas mães solteiras brancas), repentinamente, “descobrirem” que seus planos de assistência infantil para transferência não funcionam, por alguma razão (de fato, eles nunca existiram, e eu, até mesmo, desconfio de que algumas planejam para isso ocorra). Nós descobrimos que perdemos 10-15 % de cada unidade sendo convocada. Na guerra, um índice de baixas de 15 % é considerado devastador.
Os padrões foram, todos, removidos para as mulheres, para permitir-lhes satisfazer as cotas, pois, de outra forma, poucas ou nenhuma, estariam presentes. Também há uns poucos homens que não podem atender as exigências físicas e eles são eliminados. Muitas mulheres não são capazes de alcançar os gatilhos de sua pistola de serviço, ou do fuzil M-16. Muitas não podem atirar em raias de tiro, e dizem que se ocorrer uma ação, iriam se esconder em seus “Hummvees” ou foxholes, porque não podem lutar e matar. Estas não deviam ter permissão para estarem nas Forças Armadas afinal de contas, mas são mantidas por razões politicamente corretas.
Mais uma vez, isso é fruto de observação, mas é um problema sério nestas Forças Armadas politicamente corretas, onde os oficiais-generais estão empenhados em contar aos políticos aquilo que estes querem ouvir: que as mulheres nas Forças Armadas estão dando certo. Não estão.
Você já conhece esta história...
(Nome omitido).
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Re: Mulheres... outra vez...
MULHERES NAS FORÇAS ARMADAS II – Vozes vindas do campo. Coisas que seu âncora da TV não vai lhe contar.
Por Fred Reed – 2003
Algum tempo atrás, eu escrevi uma coluna sobre mulheres dentro ou em volta do combate terrestre, e a extensão na qual as Forças estão rebaixando seus padrões para fazer parecer que a feminização está dando resultado. Você não ouve muito disso na mídia principal. Por uma razão, a mídia favorece a feminização. E por outra, os caras, ainda de uniforme, tem de ser muito cuidadosos ao abrirem sua bocas: é um fim de carreira certo, para um oficial. Alguns, especialmente os reformados, portanto à salvo, falam. Exemplos dos meus emails seguem:
Por Fred Reed – 2003
Algum tempo atrás, eu escrevi uma coluna sobre mulheres dentro ou em volta do combate terrestre, e a extensão na qual as Forças estão rebaixando seus padrões para fazer parecer que a feminização está dando resultado. Você não ouve muito disso na mídia principal. Por uma razão, a mídia favorece a feminização. E por outra, os caras, ainda de uniforme, tem de ser muito cuidadosos ao abrirem sua bocas: é um fim de carreira certo, para um oficial. Alguns, especialmente os reformados, portanto à salvo, falam. Exemplos dos meus emails seguem:
Fred,
Talvez, eu tenha sido um dos primeiros comandantes a terem mulheres num comando de combate (a 3º Bda, 2ª Divisão Blindada, chamada “Brigada 75”), em Grafenwöhr, RFA, entre abril de 1975-fevereiro de 1977. Na Seção de Ordens-de-Batalha, do Destacamento de Inteligência Militar, que eu comandava, as três praças analistas de inteligência, eram, inquestionavelmente, competentes, em habilidades técnicas, e surpreendentemente aptas, em funções administrativas. Elas forneciam relatórios convincentes. No entanto, em ações de campo, elas, invariavelmente, se exauriam após 24-36 horas de contínuas operações de manobras. Pequenas de constituição, e de musculatura, tipicamente delicada, eu não podia designá-las para subir nas viaturas blindadas M-577; para estirar arame farpado em volta do perímetro do centro de operações táticas; nem para engajar em rápidas ações físicas, exigidas para levantar e abater os equipamentos durante nossas freqüentes mudanças de posição. Elas precisavam dormir mais horas, e serem protegidas de qualquer dano, durante momentos de frenética atividade.
Estou certo de que você sabe o fim da história. A cadeia de comando da brigada fez ouvidos moucos ao meu julgamento profissional de que mulheres não tem lugar em unidades de apoio ao combate. Estes oficiais eram, todos, ex-combatentes do Vietnam, como eu mesmo era. Portanto, para mim era um paradoxo que homens, cujas profissões os tinham levado a arriscarem-se na guerra, e que podiam, algum dia, serem chamados de novo para sacrificarem as suas e as vidas destes que eles lideravam, pelo bem da Nação, pudessem demonstrar uma tal covardia, em face de suas lideranças superiores.
Simms Anderson, tenente-coronel, Exército dos Estados Unidos (reformado).
***
Fred,
Para reforçar as observações do senhor Reed, há um excelente vídeo chamado “Políticas e Guerreiros: Mulheres nas Forças Armadas”. O vídeo dos recrutas botaria para descansar qualquer noção de “igualdade entre os sexos” – o filme mostra homens voando por sobre toros, saltando sobre muros, irrompendo através de obstáculos; e mulheres, pateticamente, se arrastando. Pequenas e fracas mulheres, timidamente se aproximam de um boneco e dizem, em voz doce e aguda, “morre”, enquanto dão um tapinha com a coronha do fuzil na “cabeça” dele, enquanto homens, agressivamente, rasgam a coisa em pedaços, e carregam sobre o próximo alvo.
Enquanto uma general feminista diz em voz alta, que mulheres podem carregar homens, mesmo embora, possa ser preciso de 2 a 4 mulheres, ainda assim, elas podem fazer o trabalho, as incríveis gravações mostram o contrário. De um lado, homens, com grande facilidade, carregam uma pesada “baixa” de borracha sobre uma maca, enquanto um grupo de mulheres se arrasta, pateticamente, fazendo a mesma tarefa. A “baixa” escorrega para os lados da coisa. Enquanto as mulheres discutem o que fazer, uma delas diz, repetidas vezes, “Estamos perdendo a baixa, estamos perdendo a baixa.” Ver é inacreditável! E este vídeo vale a pena.
Considerações, Kate Aspy (Aspy, recentemente, serviu como praça no Exército: Fred)
***
Fred,
Seu artigo “As Realidades das Mulheres em Combate”, realmente, vai de encontro as minhas experiências na Força Aérea. Eu era chefe de oficina com o 28º Esquadrão de Manutenção de Aviônicos, nos anos 1980. Lá haviam duas mulheres, designadas para minha oficina. Uma era, realmente afiada no seu trabalho, mas não podia transportar um RT-274/APN-81, sem ajuda masculina. A outra, nem mesmo podia carregar sua própria caixa de ferramentas, para a linha de vôo!
Nós, os supervisores, tínhamos sido assegurados por nossos superiores de que estas mulheres tinham sido submetidas a avaliações, antes de serem admitidas na manutenção de aviônicos, tendo satisfeito padrões de levantamento de peso. Sim, tudo bem. Elas tinham de ser capazes de erguer 22 Kg. Um RT-274 pesava mais de 56 Kg. Eu não sabia qual era o problema com a mulher que não podia carregar sua própria caixa de ferramentas. Mas, não pude me livrar dela, devido à pressão dos superiores. Portanto, eu a coloquei num programa de levantamento de peso, no ginásio da base. Até sua dispensa honrosa, e um tapinha nas costas, pelo trabalho bem-feito, ela nunca carregou suas próprias ferramentas. Portanto, ela nunca foi capaz de prestar serviço de fim-de-semana, sozinha; sempre era preciso um homem designado para ajudar a fazer o trabalho dela, tanto quanto o seu próprio.
***
Fred,
Alemanha, cerca de dez anos atrás. Estávamos em manobras, com algumas GIs mulheres e tínhamos de erguer a tenda do Centro de Operações Táticas. Era um verão quente daqueles. As garotas estavam de camiseta, algumas, sem sutiã. Você pode imaginar como era. Os caras acabaram erguendo as tendas, enquanto as mulheres ficavam em volta, dando encorajamento.
Isso era normal. Todo sujeito na unidade pensava, “putz, se eu for legal com elas, talvez eu ganhe uma fodinha, lá no mato, de noite.”
Mike
***
Fred,
Eis aqui, uma história, sem brincadeira, de um sargento de carreira do Exército, que, recentemente, completou seu curso de instrutor num centro do Exército... No curso, nós éramos instruídos de que a maneira apropriada para apagar um quadro-negro era com movimentos verticais, não horizontais. Movimentos horizontais fazem com que os seios de uma mulher balancem.
Roger Charles.
***
Fred,
Eu sou um instrutor de pilotos de helicóptero. Outro dia, estava no simulador com meus dois estudantes de vôo, quando começamos a conversar sobre dias de vôo de 14 horas, em combate.
Um dos estudantes perguntou “Como você fazia, mijava numa garrafa?” Bem, a soldado mulher trabalhando nos controles, ouviu isto, pegou o microfone disse “É melhor vocês prestarem atenção aí dentro, alguém disse ‘mijar na garrafa’. Os dois estudantes foram pegos de surpresa, como eu. Rapidamente, falei aquele jovem suboficial que a soldado mulher estava correta. Eu posso ensinar a você a matar homens e mulheres, e a explodir coisas em pedaços, mas eu não posso permitir que você diga ‘mijar na garrafa’.
Pergunte a qualquer homem nas Forças Armadas, hoje, qual a primeira coisa que ele faz antes de abrir a boca, e sem erro você vai ouvir, “eu olho em volta, pra ver se tem alguma mulher na área.” Por favor, não use meu nome, porque eu, também, estou olhando em volta.
***
Fred,
Eis aqui, mais alguns exemplos do que acontece nas Forças Armadas, pra você.
“ - Madame, você acha que, se chegar o momento em que tenha de puxar o gatilho, dentro de uma zona de desembarque, você será capaz de fazer isto?
- Oh, não, eu nunca poderia matar alguém. Desde que tive meu bebê, todo meu modo de ver as coisas mudou.
- Então, o que está fazendo aqui?
- Somente pensei que seria algo divertido pra fazer.”
“ - Madame, pode me dizer a definição deste termo em aviação? A resposta dela:
- Quem se importa com esta merda?
A mesma estudante foi pega lendo uma fotonovela, quando se esperava que estivesse estudando para seus exames. “É isso aí, estava mesmo lendo fotonovela, eu ia morrer de tédio se não estivesse.” Ela falhou em vários exames, mas está, lá fora, ocupando um assento, hoje.
“Tenente, você compreende que o coronel emitiu uma ordem proibindo você de dirigir seu carro na linha de vôo? “E daí, o que ele vai fazer? Me proibir de sair depois da aula?”
***
Fred,
Seu mais recente artigo sobre a bosta da igualdade sexual, ... quis dizer brecha da igualdade sexual, me lembrou da coisa mais ridícula que eu já vi, em quase vinte anos neste negócio. Eu estava estacionado em Seul, quando li sobre uma unidade PM do Exército na Coréia que tinha um... eu acho que era chamado “Cinturão de Simpatia”. De qualquer modo, era um dispositivo que, preso na barriga do usuário... neste caso, um capitão homem, o comandante da unidade, simulava a gravidez avançada no terceiro trimestre. O bundão parecia, absolutamente idiota, em seu “Fardamento de Batalha Maternal”. A idéia era desenvolver compreensão por aquilo que as soldados (urgh!) grávidas estão sentindo.
Isto era parte do treinamento CO2 (Consideração pelos Outros), exigido juntamente com nosso treinamento de Prevenção da Violência no Local de Trabalho... Deus seja louvado... na porra do Exército!! Prevenção da Violência, nas Forças Armadas... é como Prevenção dos Esportes no Estádio...
***
Fred,
Concordo com sua opinião sobre mulheres nas Forças Armadas. Mas eu não penso que sua proposta de uma “marcha forçada” seja necessário para resolver esta questão. Cada vez que conduzimos uma corrida na brigada, durante o treino físico, as mulheres nas formações, caem aos montes.
Eu não compreendo porque estas mulheres não podem agüentar. Você devia imaginar que um exercício como corrida deveria ser um equalizador entre os sexos, mas, obviamente, não é. Isso recua ao que você disse sobre rebaixamento de padrões, fazendo par com a hesitação da cadeia-de-comando em impor, até mesmo, estes lamentáveis padrões, por medo de serem atingidos por uma denúncia do pessoal de Oportunidades Iguais, que pode significar o fim da carreira. A situação toda é patética.
- alex
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Re: Mulheres... outra vez...
Me parece que estes casos acontecem por liberdade dos EUA. Não parece ser o caso , por exemplo de Israel, onde se mantém mulheres como se não a primeira linha de combate mas extremamentre eficazes em outras tarefas e em substituição de soldados , em caso de necessidade.
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Re: Mulheres... outra vez...
Na minha opinião, mulheres nas FA somente em funções administrativa, na área de saúde ou de rancho, pois elas não possuem a capacidade de acompanharem as tropas no terreno ou nas funções diretamente de combate...
Mas que é bom ver uma pessoa do sexo oposto na região de combate, isto é...
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- Glauber Prestes
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Re: Mulheres... outra vez...
Conheço algumas mulheres que dão um pau em muito homem no físico e no psicológico. Maaas, existem muitos problemas ao se colocar mulheres no meio de homens em uma situação restritiva.
http://www.tireoide.org.br/tireoidite-de-hashimoto/
Cuidado com os sintomas.
Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
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- Clermont
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Re: Mulheres... outra vez...
FORÇAS POLICIAIS: MULHERES.
Em 2005, a participação quantitativa de mulheres nas polícias militares estaduais era de 6 %, enquanto na Polícia Federal era de 10 %; nas guardas municipais de 11,7 % e nas polícias civis estaduais 19,6 %.
1. POR QUE A PM?
Muitos e diferentes caminhos levam à corporação.
2 - CHEGADA AOS QUARTÉIS
Tornar-se policial militar: estranhamentos e adaptações.
A PMERJ estava preparada para receber mulheres? E hoje?
Em 2005, a participação quantitativa de mulheres nas polícias militares estaduais era de 6 %, enquanto na Polícia Federal era de 10 %; nas guardas municipais de 11,7 % e nas polícias civis estaduais 19,6 %.
1. POR QUE A PM?
Muitos e diferentes caminhos levam à corporação.
(...) eu já tinha me formado e havia completado 18 anos e estava querendo trabalhar pra ajudar a minha mãe, que era doméstica, uma guerreira, mulher lutadora, e surgiu a oportunidade. Eu obtive informação que a Polícia Militar estaria abrindo inscrição para o Corpo Feminino e na mesma época também estava sendo aberto o Corpo Feminino pela Aeronáutica. Eu fiquei naquela dúvida e fui até o CEFAP (Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças, da PM], através de informação, de jornal, e fiz minha inscrição e fiz todo andamento necessário para poder entrar, fazer parte dessa corporação. A p rincípio eu não tinha, assim, uma opção profissional, o primeiro que surgisse eu estaria indo. E foi o que aconteceu.
(praça Clara)
Meu sonho sempre foi ser militar. Mas eu tentei pra Marinha e pra Aeronáutica, porque eu via o meu pai, era um exemplo pra mim, eu queria aquilo. Não foi possível, mas eu não desisti... Eu queria o militarismo. Eu acho que a disciplina... eu acho mais fácil você trabalhar quando a coisa é organizada. Então, eu via muito por esse lado, e por isso eu não desisti. Primeiro, eu já acho que quando a gente faz um concurso, a gente pensa mais na gente, na estabilidade, o que aquilo vai poder te oferecer. Depois é que você vai ver o quanto você se identificou com aquilo ou não. No meu caso, eu fiz pra PM porque, realmente, tem a estabilidade, é um emprego seguro pra poder até constituir uma família, enfim, parti daí. E na PM eu achei que ia ser a minha praia. Aí comecei a trabalhar, vi que era realmente aquilo que eu gostava (...)
(oficial Lídia)
(...) uma amiga que apareceu lá em casa dizendo que tinha aberto um concurso que era maravilhoso, que a gente já ganhava. Aí, eu me antenei. (...) Ganhava estudando. Porque isso era importante, eu estava sem dinheiro pra comprar livro. (...) Aí eu falei assim: “Ah, então, eu vou lá ver o que é.” E fui assistir. Eu estudava na Universidade tal (Universidade Federal), fazia matemática... A gente tinha greve, às vezes não tinha folha, às vezes não tinha papel higiênico... E eu fui traçada, assim, pela minha mãe, eu estudei muito pra ser alguém, aquela história da pessoa de classe média que, na realidade, tem que ser alguém. (...) Tem que ser um doutor, tem que ser professor, tem que ser alguém. Então, eu estudava matemática quando abriu a inscrição pra oficial, primeiro abriu pra praça e eu não quis fazer porque eu achei que não era o meu perfil. (...) Quando eu fui visitar a escola, que (...) agora é Academia de Polícia Militar, eles me mostraram lá um quadro maravailhoso, passaram um filme dos serviços que elees prestavam. A primeira coisa que eu fiz foi ir ao banheiro, pra ver se o banheiro tinha papel higiênico, se tinha sabonete... Tudo que não tinha na Universidade na época. Que ela me perdoe que eu adoro a Universidade, mas na época não tinha... sabe, aquelas épocas de crise. Aí eu comecei a pensar: “Aqui tem papel higiênico, aqui tem sabonete, então já é uma coisa a pensar.” E eu comecei a ver a estrutura da escola, uma estrutura de ensino que eu não teria (...) Então, eu falei: “Meu Deus do Céu, que estrutura eu estou pegando aqui?” (...) Então, eu tinha o quê? Eu tinha aula de equitação (...), eu tinha aula de esgrima (...) e tinha todas as matérias. E tinha uma coisa: você formava... a idéia era formar vencedoeres, você quando forma um aluno na [Academia] parece que você está formando alguém que vai vencer uma guerra, entendeu? Ele vai ser lançado na sociedade, e ele vai lutar contra o crime, vai exterminar o crime da sociedade. É isso que se faz, pelo menos, fizeram comigo na minha época. É assim que você é talhado. Aí eu decidi fazer a prova. (...) E o meu pai deixou porque achou que eu não ia passar. Então, eu acho que na época foram 8 mil moças...
(oficial Socorro)
(...) não escolhi a PM. Eu sempre gostei muito, assim, do militarismo. Eu sempre achei muito bonito o militarismo, mas eu nunca tive a vontade... nunca despertou isso não. Então, eu jogava handebol e tinha uma colega que ela era louca pra entrar pra polícia, louca, louca, louca. Aí juntou umas seis, oito, meninas: “Vamos fazer prova pra polícia”. Eu falei: “Ah, não quero não, não quero não”. Eu fazia teatro também, nessa época. (...) Eu falei: “Que eu vou pra polícia nada! Não quero não, é muito difícil. O salário é baixo e é muito trabalho, muito arriscado.” “Vai fazer todo mundo!” “Então, ta bom, vou fazer”. Das oito, só eu passei.
(praça Suzana)
2 - CHEGADA AOS QUARTÉIS
Tornar-se policial militar: estranhamentos e adaptações.
[No início] a pressão era muito grande, você tinha que modificar tudo, assim da noite para o dia. Eles queriam que você chamasse um senhor de “você”. Isso é uma coisa que me marcou muito: uma pessoa muito mais idosa do que eu... “O senhor pode fazer isso para mim?” E o oficial me chamou a atenção: “Senhor, não! É ‘você’, porque ele é um cabo.” (...) “Mas, gente, que mundo é esse?” O que eu aprendi até os vinte anos? Não é nada disso que eu aprendi. (...)
(oficial Silvia)
Ah, eu sofri. No primeiro ano, nem tanto. No primeiro ano a gente tem alguns tipos de punições porque a gente tem uma ficha onde todas as punições são colocada lá, e se você tiver muitas punições, é claro que isso aí lhe prejudica, você pode até sair da Academia (...). mas, no primeiro ano, como a gente está chegando, faz muita coisa errada. Você não sabe como é (...) Pra falar a verdade, eu nunca tinha passado roupa e lá tem que passar todo dia o uniforme. E é assim: são vários uniformes, então a gente às vezes passa errado, o vinco é uma coisa que tem que estar bem certinha, se não estiver certinho você é anotado. Tem que engraxar sapato todo dia e às vezes, na correria... às vezes era assim: cinco minutos pra você trocar de roupa. Nossa! Você sabe o que é isso trocar de roupa em cinco minutos? E mulher tem cabelo grande...
(oficial Irene)
No geral a mulher não está acostumada com o militarismo, (...) sabe, essa coisa de..., de andar de mão para trás (que na época era muito usado)? Continência feito um poste? Sabe, isso tudo, tudo era punição, tudo era punição. O supervisor passou lá do outro lado e tu não viu, daqui tu não prestou [continência], quando chegava no batalhão tinha um BR1, para você responder. “Que que é isso?” “Foi porque você não prestou continência.” “Gente, eu não vi!” “Então você estava desatenta.” (...) então até você se acostumar com isso tudo, realmente foi complicado. (...) Na escola é pior, na escola é onde você é cobrado de tudo quanto é lado e no batalhão a coisa vai começando a se encaixar dentro de cada norma. (...) Isso se torna uma coisa normal, uma coisa habitual (...)
(praça Zilda)
A PMERJ estava preparada para receber mulheres? E hoje?
Você tem unidades aí que não são preparadas pra receber a policial. Nós temos vinte anos de instituição e as unidades não têm um banheiro feminino. É impressionante! Quando cheguei no batalhão eu não tinha nem alojamento, eu trocava de roupa, levava minha farda no carro, chegava no quartel, o comandante me cedia o alojamento dele. Chegava mais cedo que ele normalmente, abria a porta do gabinete dele, ia no reservado dele, trocava de roupa, pegava o meu traje paisano e botava dentro do carro. Quando acabava o meu turno, eu ia lá, pegava o meu paisano, subia trocava de roupa... era assim, até fazerem um alojamento (...). [Ainda hoje] nem todas as unidades têm. Só se você tiver uma policial ali que vai ter necessidade... senão é difícil, eles não se preparam pra isso não. Tem, às vezes, comandantes que nem querem policiais femininas pra não dar esse trabalho.
(oficial Priscila)
Quando a gente faz operação na rua, nós usamos coletes à prova de bala que não foram feitos para uma mulher. A mulher existe há quase vinte anos na polícia e não existe colete na corporação para a mulher. Um colete que tenha um tamanho proporcional, que não sufoque a gente, pois não dá nem pra gente respirar direito e atrapalha o movimento torácico...
(oficial X)
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Re: Mulheres... outra vez...
CHEGADA AOS QUARTÉIS = BEM VINDO A REALIDADE
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
Re: Mulheres... outra vez...
A bem da verdade é que elas estão estudando mais que os homens. E ..........
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Re: Mulheres... outra vez...
3 - COMO SE TRANSFORMA UMA MULHER EM PM?
Cabelos, unhas, batom...
Coturno, saia, meia-calça, salto alto.
4 – A PROFISSÃO.
Ser policial.
Vestindo a farda.
Para que servem mulheres na polícia?
Cabelos, unhas, batom...
Se o cabelo fizesse uma voltinha na cobertura [quepe] já tava errado: “O teu cabelo tá grande.” Aí, eu cortava o meu cabelo. Meu cabelo crescia muito, eu cortava de 15 em 15 dias, pra poder ficar sempre batidinho, bem curtinho... Era uma questão de adaptação. (...) Acho que eles queriam assim: “Elas vieram ser policiais.” Então, tinha que ser muito macho pra ser policial. (...) O uniforme foi uma adaptação do masculinho pra nós. Era saia-calça, quando eu entrei. (...) Era horrível, o uniforme era bem feio. Em determinados uniformes a gente ficava bem [masculinizada]... tanto que, quando esse [novo] comandante chegou, ele falou: “Onde estão as mulheres?” Porque nós estávamos em forma, aquele monte de alunos, só tinha nós 11 e a cobertura era igual. (...) Aí nós entramos no auditório, porque tinha uma palestra com ele pra apresentar e tudo, ai ele: “Eu queria saber onde é que estão as mulheres!” Aí nós levantamos. Então, todo mundo, assim... o nome era Gomes, Soares, Pereira, Ferraz, Galvão, sabe? Aí ele...”Que nome! Não, quero tudo ... mulher tem que ter nome de mulher!” Aí nós tivemos... nesse período, nós tivemos que usar, uma teve que usar “Lúcia”, a outra teve que chamar “Sílvia”, a outra “Laura”, a outra “Maria”... Porque ele impôs isso, ele não deixou que nós escolhêssemos, aí nós ficamos revoltadas... porque a gente achava assim: por que tem que impor pra nós? Se pro homem eles podem escolher... Nós queríamos apenas que nos tratasse igual, por que tem que ser essa coisa de nos tratar diferente? Era uma espécie assim: “Está nos discriminando?” Mas não, ele achava que as mulheres tinham que ter um destaque de mulher. “Que cabelo é esse? Não! Olha, vocês tem que escovar o cabelo duzentas vezes de manhã, duzentas vezes de tarde, porque a minha mulher faz isso pro cabelo crescer. Tem que usar o cabelo maior.” Aí com ele, a partir dele, nós pudemos usar os cabelos maiores, só que presos. Aí já era o inverso (...) você tinha que estar de batom o tempo todo. “Cadê o seu batom? Cadê o seu batom?” (...) Então, a gente achava assim, um exagero. (...) Com o masculino não tinha isso. Então, a gente achava, assim, uma superproteção, uma discriminação.
(oficial Priscila).
Coturno, saia, meia-calça, salto alto.
Quando nós entramos na polícia, a policial feminina trabalhava na rua de saia, meia-calça e salto alto. Era assim, o uniforme era esse. Então, eu estou um dia trabalhando, eu e uma amiga minha, aí vem uma pessoa e diz: “Acabaram de roubar meu carro, meu carro tem um alarme, (...) tem um segredo e daqui a cem metros ele vai parar.” A gente não pensou duas vezes. (...) Nós seguimos a direção, nós fomos correndo, fomos correndo, (...) e a gente de salto alto, de meia-calça, de saia... Aí o sapato dela ficou no meio do caminho, ela correndo com um sapato, e aí jogou o outro também. Quando nós paramos, (...) perto da 6ª DP, uma viatura já estava a caminho (até a viatura recuperou o carro e tudo). Mas, quando eu olhei pra ela, (...) a meia –calça dela tava no meio da coxa. (...) Rasgou e subiu, (...) ficou assim, na altura do joelho. Ela sem sapato e eu olhando pra cara dela e falando assim: “Cara, você está ridícula, você está ridícula desse jeito!” E a gente riu muito e depois voltou. Ela só achou um sapato, o outro ela não achou, ela voltou descalça pro batalhão, descalça, com um sapato na mão e com a meia-calça... Eu falei: “A gente tem que mudar isso!” Aí depois começaram a articular pra ver se mudava a farda. A policial feminina tinha que trabalhar de calça também, não tem jeito. Aí que a gente passou a trabalhar de calça.
(praça Susana).
4 – A PROFISSÃO.
Ser policial.
Com todas as dificuldades que eu passei, eu não penso em sair. Eu gosto mesmo. Eu tomei gosto por ser um policial, por estar na defesa da população, por poder ajudar as pessoas. A missão é essa mesmo: a de defender o cidadão, de ter o dever de defender e tentar errar o menos possível, que é uma das maiores preocupações. (...) É tentar não errar, tentar de uma certa forma ser perfeita, pelo menos para poder ajudar a quem precisa.
(praça Amélia).
Não ganhamos bem, não temos o reconhecimento financeiro remunerado que deveríamos ter. A parte que eu não gosto também, a periculosidade está muito grande. As pessoas: “Ah!, você é o quê?” Eu respondo: “Sou professora, sou atendente de telemarketing...” Até na escola da minha filha quando perguntam, algum colega pergunta: “O que sua mãe faz?”, ela responde “Ah, minha mãe é atendente de telemarketing.” Ela fala isso, ela não fala “minha mãe é policial”. Outro dia, ela foi falar com uma coleguinha, nós estávamos numa festa, que eu era policial, a menina gritou: “O QUÊ, SUA MÃE É POLÍCIA?” Ela ficou apavorada, arregalou um olho deste tamanho no meio da festa, um monte de gente olhando...
(praça X).
(...) no serviço interno não me sinto polícia. Na rua eu me sinto polícia, no serviço interno eu me sinto burocrata.
(praça Deyse).
Eu começo a falar de polícia, aí os olhos enchem de lágrimas. Ou estou falando de coisas tristes, ou estou falando de coisas alegres, mas é essa a minha vida. Eu acho que nasci para isso, eu gosto muito, entendeu, eu gosto muito e mais feliz eu fico, porque eu vim para ser soldado, hoje sou sargento e estou esperando uma promoção para primeiro-sargento e, se Deus quiser está vindo por aí e ainda tenho uma chance para ser oficial. Então eu tenho todos os motivos para me emocionar. A gente vê muita coisa... claro que a coisa não funciona da forma que gostaria que fosse. É muito ruim a gente perder amigos, mas aqui eu fiz grandes amigos, aqui eu fiz família, aqui a gente tem pessoas que têm consideração maior que determinadas pessoas da família. Aqui realmente eu fiz a minha vida. Quando eu ouço o hino do policial militar, eu vibro.
(praça Zilda)
Vestindo a farda.
Você incorpora a farda, porque a gente não pode ter a postura que você tem num ponto de ônibus, de sainha curta, de calça comprida apertadinha, quando você está de farda. Você tem que ter aquela postura... não pode ser aquela coisa muito afeminada, mesmo pra você impor respeito, porque a mulher na polícia tem que impor o respeito, porque senão...
(praça Teresa).
Acho lindo! Eu me sinto a Mulher-Maravilha! Me sinto assim... eu cresço. Agora, eu estou começando a me acostumar a trabalhar à paisana na rua, mas, antigamente, quando eu botava a farda, eu era a tal, eu era a fortona, a polícia, a que manda, a que faz e acontece. Aí quando eu tirava a farda, eu mixava um pouquinho. Mas eu adorava trbalhar no trânsito. Eu me sentia... eu era policial, eu mandava ali no trânsito (...) “Vamos embora! Vem!” (...) Não sei se porque, quando eu era pequena, eu tinha medo de polícia, porque polícia prendia, polícia fazia... (...) Quer dizer, eu sou muito medrosa,ma com a farda eu não tenho mais medo. Eu sei que eu... eu sou ali... é como se fosse eu a autoridade, quer dizer, o pessoal respeita, ainda tem uns poucos que respeitam, né?
(praça Sabrina).
Deus me livre de vir fardada para o trabalho! Eu gostaria muito de poder vir fardada, mas, infelizmente, a gente não pode, a gente tem que esconder documento e esconder tudo que a gente sonhou a vida toda. E hoje você vive assim, meio frustrada, tem que esconder... mas eu gosto de botar a farda e gosto de lidar com o público, isso pra mim é muito bom.
(praça Célia).
Eu acho que hoje em dia não andaria, não. Numa época da nossa formação de soldado, eu andaria tranqüila. Hoje em dia, não. Por causa da violência. (...) Venho à paisana, chego aqui e visto a farda. Sete horas da manhã. Olha, eu já dei assim, maior importância a isso, a essa hora de chegar aqui (...), botar a farda, botar as insígnias, andar por aí, todo mundo olhar. Hoje em dia, é tipo uma roupa normal minha, que eu tenho que vestir, usar, tipo um uniforme do meu serviço. Realmente, eu coloco o meu uniforme pra trabalhar. Minha tarjeta é minha identificação, minhas insígnias são o meu posto dentro do setor, mas, realmente, eu já não dou aquela importância que eu dava antigamente, não. Você acaba se acostumando.
(oficial Elisabeth)
Para que servem mulheres na polícia?
Eu tive a oportunidade de encontrar o coronel X que na época era comandante do batalhão X. Me apresentei para trabalhar no batalhão e falei; “Comandante (...) gostaria de ter essa oportunidade.” Ele me disse uma frase que para uns pareceu chocante, para mim não, porque eu ouvi aquilo e passei a observar melhor as coisas. Ele falou o seguinte: “Eu não te conheço, não tenho nada contra você, mas eu não quero mulher no meu batalhão, não é pessoal, não é contra você.”
(praça X).
O pessoal falou que mulher na polícia só serve para fazer café e fazer outras coisas que em casa não faz. Um oficial, se ele fala isso para mim, ele vai levar uma mão na cara e dane-se depois no que vai dar!
(praça X).
Essa semana mesmo eu estava na minha seção e vi um oficial falando que ninguém quer FEM (policiais femininas). Nenhum batalhão, nenhum comandante quer mulher e que o BPTUR vai receber um efetivo maior só de mulheres porque só o BPTUR aceita. Para os outros comandantes, mulher só serve para servir cafezinho e para trabalhar pra eles na cama. Eu falei: “Não acredito que estou escutando isso.”
(Praça X).
Tem comandante que vai numa sala, chama um oficial masculino para chamar uma oficial feminina para esquentar a comida dele num microondas. Às vezes, a gente está no alojamento descansando e vai um lá chamar a gente. Será que o microondas só aceita ser usado por mulher, se for homem não vai funcionar? (risos)
(oficial X).
Eu fiz o vestibular para ser oficial da PM, e quando eu fiz essa opção eu nunca imaginei que eu teria que costurar farda, pregar botão, fazer café, senão eu (...) eu faria curso de secretária. Eu me sinto muito desvalorizada, até porque quem tem que fazer café são as esposas deles mesmo. Eu me sinto muito rebaixada. O pior é ser reconhecida por uma coisa muito insignificante.
(oficial X).
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Re: Mulheres... outra vez...
5 – MENINOS E MENINAS.
Mantendo-se distantes.
Mantendo-se juntos.
Eles assediam.
“Golpe da estrelinha”, a versão militar do “golpe do baú”.
Alguns deles não querem obedecer.
Mantendo-se distantes.
Nós tivemos um comandante uma época que ele nos protegia tanto que nós não podíamos andar sozinhas. (...) Dentro do quartel, era assim: se eu falasse com um masculino, já diziam: “tão namorando”. Aí já ficava assim, já mandava pra informar... aí você não podia atravessar o pátio sozinha, tinha sempre que estar com uma outra policial feminina. A gente até brincava que nós tínhamos que ir marchando, se fosse na cantina tinha que ir marchando as três juntas: “Ordinário, marche, vamos as três pra poder voltar”. “Mas eu não quero ir na cantina hoje.” “Mas tem que ir comigo, porque eu quero ir lá.” Porque não podia ir só, tivemos um comandante durante um período, seis meses, que ele era assim. (...) Tavam se adaptando, nós a eles e eles a nós. (...) Já agora, já não é mais não. Na minha época não podia, na minha época você não podia nem namorar... um aluno namorar outro, tava arriscado os dois irem pra rua, assim, tirarem os dois.
(oficial Priscila).
Quando nós íamos fazer as instruções, principalmente de educação física usávamos uns shortões, parecendo calção de banho, bem grande, né? E se usava maiô preto, todo inteiriço, eu fazia natação e, quando nós passávamos, se houvesse algum policial masculino, ele tinha que ficar de costas e baixar a cabeça, não podia olhar pra gente. Não podia olhar, era proibido olhar pra policial feminina de maiô (...) Era um tabu muito grande, sabe?
(praça Clara).
Mantendo-se juntos.
Às vezes, a gente brinca e tudo, mas já houve situações que eu me aborreci com ele, por ele chegar aqui dentro do quartel e falar comigo assim de uma forma que eu... como superior hierárquica... na frente de pessoas... de forma como não deveria, entendeu? (...) É, já falei pra ele: “Ó, em casa nós somos marido e mulher, aqui eu sou sargento e tu é cabo...”
(praça Noêmia).
Hoje, eu freqüento as festas com ele, as festas dos oficiais, e às vezes é uma situação até difícil, porque às vezes eu vou me sentar à mesa onde tem coronéis que já me puniram ou que já foram meus comandantes.
(praça Haydée).
Eles assediam.
(...) o subcomandante se achava no direito de me cantar, de convidar e me chamar, e minha vida se tornou um inferno porque não aceitei os galanteios dele. O meu marido era praça e ele, oficial. Tive muitos problemas em minha unidade, ao ponto do meu comandante, de oficiais, até mesmo tenente, virarem para mim e dizer: “Tanto coronel, major e capitão querendo te dar o mundo e você metida com praça?” Como se o praça valesse menos que eles por causa de uma divisa, de um posto... Para mim administrar foi bastante difícil, eu tive até que sair da unidade pois para mim não dava mais para trabalhar no local, estava insustentável...
(oficial X).
Eu trabalhava em uma unidade e um certo coronel passou a me assediar. Por mais que eu fosse uma pessoa fechada e me mantivesse séria, parecia que aquilo o incentivava ainda mais. Não sei se era para me provocar, para me humilhar, não sei se ele me queria realmente, mas ele me assediava. E quando eu levei ao conhecimento do superior, houve uma reunião, uma conversa. Falei mesmo cara a cara. Uma semana depois fui transferida. O chefe pediu: “Não coloca nada no papel. Isso não é necessário. Isso pode ser um escândalo desnecessário, morre por aqui. Vocês já se entenderam.” Uma semana depois eu estava sendo transferida. A pior coisa é o assédio. Não adianta você ser competente, porque nesse momento você fica desprestigiada. No fundo, no fundo, eles se juntam e você perde a razão. É aquela situação: “Você interpretou mal e poderia relevar” ou “Ele é uma pessoa carente e tem problemas”. Isso aconteceu comigo.
(oficial X).
“Golpe da estrelinha”, a versão militar do “golpe do baú”.
É... no curso que eu fiz, tinha uma policial, ela foi primeiro lugar, mas ela mesmo falava que, nos dias antes das provas, ela dormia com as pessoas certas e ela foi primeiro lugar... Hoje em dia não sei nem mais onde é que ela tá, mas ela só trabalha em lugares bons.
(praça Alzira).
Eu já vi colega falar: “Colega, eu vou colar no oficial e vou fazer a minha vida.” Para mim, é prostituta!
(praça X).
Alguns deles não querem obedecer.
Eu já fui pra rua comandar uma operação e tinha um colega, que é sargento também, só que ele era de uma graduação mais baixa, era terceiro-sargento e eu segundo-sargento, comandava a operação. E ele chegou pra mim e falou, “fulana, olha, gosto de você, te respeito muito. Mas eu, como homem, eu não consigo trabalhar na rua com uma mulher comandando. Você pode me participar, você pode me punir, pode fazer o que for. Mas eu não posso ir pra rua com você.”
(praça Alzira).
Eu, logo que saí subtenente, quando eu fui pro setor X, tinha um sargento lá, ele era segundo-sargento. Todas as determinações que eu dava, ele falava que não ia cumprir, porque ordem de mulher não se cumpre. Aí, eu botava um papelzinho lá. (...) Então, eu passava essa outra determinação e: “Obedecer ordem de mulher nada! Tem mais é que estar na cozinha lavando uma louça!” (...) Aí teve uma vez que... depois que eu lotei, a minha paciência lotou, eu chamei ele na minha sala, falei: “Olha eu estou sabendo que você não está querendo cumprir as determinações que eu faço, você está falando gracinhas sobre minha pessoa, e eu fui tolerando, tolerando, tolerando, e agora cansei, não gostei mais. Eu quero saber de você o seguinte: você quer trabalhar aqui?” “Quero!” “Então você vai seguir o que eu determinar.” “Não!” “Então, você não vai trabalhar aqui. Eu vou bater um ofício, vou te apresentar à P1 [divisão de pessoal], e eles vão colocar você em outro setor.” Aí ele bateu na mesa com as duas mãos, assim (ele estava em pé e eu estava sentada): “QUERO VER VOCÊ FAZER ISSO!” Aí é onde eu digo pra você que você usa a sua postura e a sua autoridade. Eu levantei, sem bater na mesa, falei pra ele: “Você não me assusta, você é sargento, eu sou subtenente, a sua mãozinha na minha mesa só tirou os meus papéis do lugar e não alterou em nada o que eu estou determinada a fazer com você. Estou batendo o seu ofício e te apresento na P1, quer você queira, quer você não, goste você sim, goste você não.” E foi feito. Que aí também eu não volto atrás. (...) Então, você faz com um, o outro já não se arrisca tanto a fazer. Ou aquele que se arrisca a fazer, já faz assim: “Não, mas veja bem, não é que não queira, é que, quem sabe, podia ser diferente.”
(oficial Elisabeth).
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Re: Mulheres... outra vez...
6 - MILITARISMO, HIERARQUIA, DISCIPLINA.
Tem quem goste.
Tem quem odeie.
Tem quem veja vantagens e desvantagens.
Oficiais e praças.
E a corrupção?
Tem quem goste.
O militarismo na forma em que ele se encontra hoje, é muito bom. Ele é muito bom no sentido em que ele te dá disciplina. (...) E o militarismo é bom pra isso, porque conscientiza você dos seus atributos, das suas funções, você passa a ter responsabilidade. (...) Eu acho o militarismo necessário, sim. Eu acho que quem trabalha direito, quem anda direito, não tem muito medo do militarismo. (...) Eu acho que o medo do militarismo é justamente pelas punições que ele pode promover. O que ele tem de positivo é a organização, a separação das coisas. Existe regulamento para tudo, tudo tem norma pra ser feito. Tudo é direcionado.
(oficial Paula).
Eu acho que já nasci assim. Eu adoro isso. Eu gosto de marchar, de prestar continência, “sim, senhor, não senhor”, eu gosto. Eu gosto desse estilo de vida.
(praça Dirce).
Eu acho lindo, eu acho bonito o militarismo. Não o militarismo daquela coisa babaca do “sim, senhor, não senhor, pelo amor de Deus, senhor”. Não, isso não. Eu acho bonito no militarismo o militar em si, a ordem-unida, você entrar e prestar uma continência. Eu acho bonito, sempre achei isso muito bonito. Eu quando entre pra polícia também... eu não gostava muito, assim, da polícia, mas o militarismo foi o que me conquistou dentro da polícia.
(praça Susana).
(...) o militarismo é a melhor administração que existe, porque é a mais correta, é a mais certa, é que mais dá certo. Comparando até uma administração aí fora com a nossa aqui, a gente tem os nossos erros, não é? Mas a gente cumpre muito mais horário, a gente cumpre muito mais normas de documentação, de regulamentos, de procedimentos, do que a polícia civil. Eu acho que é a melhor administração que existe.
(oficial Irene).
Tem quem odeie.
Eu acho uma porcaria, porque isso é arcaico, é antigo, (...) é absurdo. Às vezes o cara tem muito mais inteligência, muito mais instrução e você tem que aturar (...) porque é o oficial que está mandando. Então não deveria ter isso, não, esse negócio de hirarquia é complicado. Só atrasa, só atrasa. Porque, sei lá, tem que ter alguém pra ter pulso, elas acham isso. Mas acho que pulso não significa hierarquia e sim atitude e uma coisa mais elaborada. Aqui nada é bem elaborado, aqui tudo é jogado, entendeu? Complicado. O RDPM [Regulamento Disciplinar da Polícia Militar] é arcaico. (...) Ridículo aquilo, ridículo. Sou totalmente contra. (...) Você tem que lidar com oficiais, são chatos, a maioria deles... Às vezes a gente está tendo uma visão do que é certo e o que ele está fazendo é totalmente errado, mas a gente não pode falar nada porque ele é oficial e é homem, então, a gente vai fazer o quê?
(praça Teresa).
Odeio ser militar! Não gosto de ser militar! É tudo que está aí: é ser punido, é estar de prontidão, é ser perseguido, sofrer injustiça, ver uns serem privilegiados, um querer crescer em cima do outro, um querer fazer o outro de escada, odeio isso! E você é obrigado a engolir certas coisas pelo militarismo, pela hierarquia. Porque, se não houvesse essa coisa, ia ser bem diferente. Eu acho que a Polícia Militar, se não fosse militar seria muito mais eficiente.
(praça X)
Tem quem veja vantagens e desvantagens.
Há um lado positivo e um lado negativo. O lado positivo é você ver exatamente as coisas funcionarem, as coisas fluírem, com ordem. Você tem determinadas pessoas que mandam, determinadas pessoas que obedecem. Por outro lado, nem sempre aquelas que mandam são as pessoas mais adequadas pra mandar. (...) Não acredito que muitos dos nossos comandantes, digamos, estejam preparados e estejam, verdadeiramente, conscientes dessa figura que é a figura do comandante.
(praça Maria).
Oficiais e praças.
A relação profissional entre praças e oficiais tem muito que muito que melhorar ainda, eu acho que as praças são ainda assim... acho que eles foram durante muito tempo, não vou dizer massacrados, não, mas foram exigidos à exaustão e quando a gente começou a ver as coisas de uma maneira mais humana, aí a gente conseguiu se aproximar mais deles, para conversar com eles e tudo. Aí a gente viu que eles mereciam ser tratados de outra maneira. Acho que precisa melhorar, sim, por parte dos oficiais, e que eles entendam isso não como uma falta de autoridade, nós continuamos sendo oficiais hierarquicamente superiores, e sim como uma convivência melhor com eles. E às vezes eles, os praças, não entendem, às vezes, você vai tratar bem e ele está achando que você está dando uma brecha para ele fazer uma coisa errada ou deixar de fazer e não é isso. Acho que a gente ainda precisa cortar umas arestas aí.
(oficial Sílvia).
Eu prefiro não ter relação, eu prefiro não ter... eles lá e eu aqui. Eu falo com eles o profissional, relativo ao serviço, folga, dispensa, é diretamente com o sargento. (...) Se tiver que falar com o oficial, vai ser através do sargento.
(praça Dirce)
Existe uma corrente hierárquica. Existe a hierarquia: os oficiais resolvem as coisas entre eles e os praças entre eles. Às vezes, eles aceitam que um interfira no círculo do outro. É como se fosse na época do senhor de engenho. O senhor de engenho que era bondoso autorizava que o escravo participasse de uma comida melhorada e tal: “Ah, coitadinho...” É a mesma coisa. Mas, não abre mão dos direitos que ele tem e de ter esse mando hierárquico sobre quem está embaixo. Não se abre mão”.
(oficial Socorro).
(...) é completamente diferente, os oficiais comem muito bem. Eu acho que o que sobra vai pra gente, o que sobra. Lá no X, por exemplo, a gente tava comendo bife que era uma sola de sapato, e eles estavam comendo churrasco, mariscada, caldeirada, peixada, o que quer que fosse. Quando é frango pra eles, pra gente é dobradinha. Acho que a primeira atitude mesmo é mudar a qualidade do rancho, não precisaria comer fora...
(praça Dirce).
Porque tem muitos que botam a estrela aqui e se acham no direito, acham que podem tudo... Já outros são excelentes, sentam com a gente, bate papo, a gente respeita, ele respeita a gente e tem um relacionamento bom, como se ele fosse soldado igual a mim. Não precisa ele chegar para mim e “Vai lá fazer!” Como muitos costumam agir. Não sabem chegar e conversar sem precisar dar uma ordem, sem serem ríspidos, sem serem grosseiros...
(praça Amélia)
Hoje em dia tem umas liberdades muito maiores, entre oficiais e praças. Antigamente, o praça, para falar com o comandante da companhia dele, tinha que passar pelo sargento antes, depois pelo subcomandante, pra depois ser levado ao comandante da companhia. Mas hoje não, hoje qualquer pessoa pode abordar o oficial na unidade. O oficial entende, conversa, e eu acho isso importante nessa relação, não tem que ter tanta distância. (...) Quando você está na rua, de repente, numa operação arriscada, você é uma coisa só, é um tomando conta da vida do outro. Então, tem que ter essa aproximação, com certos limites. Por quê? Porque tudo tem que ter um limite na vida, senão vai ter um passando a mão na bunda do outro, não é? Até mesmo entre oficiais tem que ter aquela coisa, se não daqui a pouco acha que é bagunça, e não é.
(oficial Leila)
E a corrupção?
Olha, pelo menos na minha época, que eu trabalhava na rua... A mulher, ela tem mais medo, ela pensa mais. A mulher pensa... o homem, eu acho que ele pensa mais no dinheiro, de levar dinheiro pra casa. A gente não, a gente pensa mais no moral, no nome, em filho, em pai, em mãe. O homem, ele levando dinheiro pra casa, acho que ninguém discute, a própria esposa não discute como ele arrumou, entendeu? “Oba, tá vindo, ta bom!” A mulher policial, não, a gente mesmo se questiona mais, se cobra mais.
(praça Alzira).
- Eu acho que a mulher é menos corrupta por todos os valores. A mulher é menos corrupta porque a primeira coisa que ela pensa é: “Meu Deus, quem vai cuidar dos meus filhos?” O homem não pensa, ele pensa nele, porque o homem abandona o filho por causa de uma amante... um homem abandona um filho, nós não. A gente bota um filho no mundo e fica assim: “Meu Deus, como eles vão ficar se eu não estiver aqui?” Necessidade do dinheiro todo mundo tem, mas o medo de se for presa e o filho ficar sozinho, eu acho que isso não tem preço.
- Eu acho que a mulher é menos corrupta pelo motivo principal que ela falou. Porque eu tenho duas filhas e não vou me envolver com qualquer besteira, pegar 10 reais de um aqui, dois reais de um ali, para mim ser presa e passar vergonha perante minhas filhas e minha família. Então eu acho que a mulher pensa muito antes de fazer besteira. Eu acho que, se a mulher vai fazer alguma besteira, ela faz por muita coisa, não por pouca. (...)
- Eu acho exatamente o que ela colocou, a mulher não vai se sujar por pouca coisa. Isso não quer dizer que ela não seja corrupta. Só que preço dela é mais alto! (risos)
(Grupo de discussão de mulheres praças).
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Re: Mulheres... outra vez...
7 – AS MUITAS FACES DO MEDO.
Medo na rua, medo em casa.
Nem só a morte é temida.
8 – E OS DIREITOS HUMANOS?
Não devem ser para todos.
Devem ser para todos, inclusive para os policiais.
Medo na rua, medo em casa.
Uma vez eu estava na avenida Rio Branco com a Presidente Vargas, que o pessoal chamava de Garrafão. Estava passando com a moto, aí eu estou vendo o pessoal naquele ônibus (...) 438 – Barão de Drummond, não sei se era – e o ônibus me viu, aí parou no meio do cruzamento, e o pessoal: “Eeeeeh!” Aí, eu olhei assim – e eu sozinha, sabe? -, aí eu falei: “Meu Deus, o que é que aconteceu ali?” E eu sozinha, né (...), que semprea a gente andava em dupla, mas nesse dia eu estava sozinha. Aí era um assalto. E o pessoal me viu, aí o pessoal reagiu e desceu do ônibus, as pessoas desceram e cobraram que eu fosse lá pra pegar os bandidos: “Olha, eles estão armados, eles estão armados”. E eu... (...) “Meu Deus do Céu! Sozinha. O que é que eu vou fazer nesse ônibus?” E eu fazendo aquela hora, logo dei pelo rádio, né, pedi auxílio, e querendo que chegasse – porque ali no Centro tem muitas viaturas em tudo quanto é lugar -, querendo que chegasse as viaturas rapidamente pra me auxiliar. E desesperada. E a sociedade cobrando, quase que me empurrando pra dentro do ônibus, sabe? “Vai, vai!” E é horrível chamar você de “dona guarda!” (...) “Vou ter que ir lá”, e fui, com cautela. Eu fui e subi no ônibus, os dois estavam lá atrás realmente. Aí eles viraram... eles... eu, como não vou mentir, com medo, pensei: “Meu Deus, o que é que eu vou fazer? Como é que eu vou tirar esses dois do ônibus? Vou chegar aqui, vou pedir que eles se rendam e tal”. Quando eu subi no ônibus, aí um deles gritou assim: “Não, dona guarda, dona ‘poliça’”...” assim, sabe, ridículos esses termos, eu não gosto que me chamem assim na rua, não. “Dona guarda, a gente vai se entregar. Péra aí que a gente está com a arma aqui”, aí jogaram assim, e falando que era de brinquedo. Aí jogou no chão do ônibus – eu não esqueço, com certeza que era arma de brinquedo -, e ela foi arrastando assim, fazendo o maior barulhão, aí eu: “Ah, meu Deus, que alívio!” (...) Eu pedi que os dois se levantassem com as mãos pro alto e levantassem as camisas. Porque ele podia estar me entregando só a arma de brinquedo... E aí eles vieram, mas não estavam com nada. Então, eles vieram... Menina, eu me senti tão aliviada! E todo mundo lá fora: “Eeeehhhh!” Algemei os dois e, rapidamente... nisso já estava chegando o auxílio, né? E eu naquela situação. Mas eu fiquei assim... e o pessoal lá fora: “Eh, dona guarda!” Menina, tinha que ver. Porque eu virei uma heroína pra eles ali e não tinha nada a ver. Assim, eu estava com medo da situação. Isso foi uma das situações que eu lembro até hoje que pra mim foi difícil. Porque eu estava sozinha e eram dois dentro do ônibus. E eu fiquei com muito medo naquele dia.
(praça Haydée).
Tive que mudar os hábitos totalmente, eu saía toda noite, toda noite eu ia num pagode, ia no baile, ia tomar um chope com os amigos, com as amigas, ia encontrar com o namorado... Hoje em dia não tenho ânimo nem de namorar, sei lá se o motel pode ser assaltado. Tenho medo... acho que a gente tá ficando maníaca pelo medo, doente com essa porcaria. Eu tenho, tenho medo de dirigir de noite, tenho medo de tudo. Aí os outros me falam: “Não (...), não vem não que aqui ta perigoso.” Tudo tá assim, então, não tem como. (...) Eu tenho um anjo de guarda muito bom. (...) Eu chamo sempre. Mas eu fico pensando, hoje em dia, no medo que o cara tem de estar na rua... Antigamente eu parava e brigava com tudo que era motorista, batia no capô do carro, agora eu fico pensando: se eu ainda fosse guarda de trânsito hoje em dia... Imagina! Eu peguei aquela “Diretas Já”, aquelas passeatas loucas que tem, que fizeram... eu trabalhava no trânsito ali, eu ficava muito na Candelária parada, trancava tudo, tudo, tudo, a gente enlouquecia ali, eu chegava e dava era porrada no carro mesmo: “Vambora, motorista!” E saía puxando pro carro poder andar, para eu abrir o trânsito. Como que, hoje em dia, eu teria coragem? Na minha sã consciência, se eu pensar nas conseqüências, eu teria coragem de bater no capô do carro? Sei lá se o cara ta com insufilm, e tem uma Uzi pra me encher de tiro... um fuzil pra me dar um monte de tiro pela cara, entendeu? Eu acho que, hoje em dia, você tem medo de tudo, tem dias que você tem medo de estar até dentro da própria casa; imagina o pobre coitado do policial. Eu tenho muito, muito medo do hoje em dia, sabe? Eu não sei se eu tô assustada, eu não sei eu tô magoada, se eu tô machucada. Mas a violência tem me afetado muito. Esse meu amigo que mataram, a gente não imaginava que ele fosse morrer...
(oficial Elisa).
Nem só a morte é temida.
Meu maior medo é ser presa injustamente. (...) Eu sei que um dia eu vou morrer, então, eu posso morrer aqui, posso morrer em casa, posso morrer em qualquer lugar. Medo de morrer eu não tenho, graças a Deus! Agora, eu tenho medo de injustiça! A gente sabe, a gente vê, muitos policiais que, às vezes, são envolvidos em coisas erradas, que às vezes, não têm nada a ver com a situação e são presos, discriminados e postos na primeira página de jornal.
(oficial Irene).
Eu ainda não vivi isso mas para mim a pior coisa seria eu atingir a pessoa errada. Disparar a arma, atingir um inocente, num assalto, numa troca de tiros. Aquele instante em que você dispara é um só. Aquela bala, aquela munição, se atingir a pessoa errada, eu acho que não vou nem dormir direito. Não vou me sentir bem nunca mais.
(praça X).
8 – E OS DIREITOS HUMANOS?
Não devem ser para todos.
Eu acho que direitos humanos tem que ser dado a quem merece ter direito a alguma coisa. Existem muitos que usam os direitos humanos como pra se livrar de besteiras que tenham feito. Sabe, eu acho que os direitos humanos é mal usado, é aquele negócio, eu acho que pra você ter o direito você tem que ter dever, tudo é uma seqüência. Eu acho que pra ter direitos humanos o cara tem que ser direito, vamos falar assim, vamos usar palavras... tem que fazer as coisas pra poder ter esse direito. Porque, pra mim, o cara que matou dez ali, que fez um monte de besteira... esse desgraçado que estuprou um monte de velhinhas, que foi preso ontem, será que ele merece algum tipo de direitos humanos? Será que ele não merecia que aquele pessoal que tava tentando invadir a delegacia de Búzios (...) fizesse o mesmo... sei lá, às vezes, já que tava provado que foi ele, que ele foi reconhecido, como dar direitos humanos a esse cara? Como esse cara vai passar vinte anos preso, sei lá quantos, trinta, comendo e bebendo às nossas custas?
(oficial Elisa).
Eu penso que tem gente que faz uso, assim, abusivo deles. Acho que o pessoal que vive à margem da lei aí fora, acho que tem direito demais.
(praça Matilde).
Devem ser para todos, inclusive para os policiais.
Eu já fui muito: “Ah! Os direitos humanos são só pra os bandidos.” Só que os direitos humanos foi um avanço, foi um avanço pra humanidade mesmo. E o que eu acho é só que, dentro da polícia, eu acho que os direitos humanos deveriam... até essa modificação do RDPM deveria ser feita. (...) Então, isso causa até uma revolta, quando o cara, por exemplo, prende um bandido... mas não é que o bandido tem muitos direitos, nós é que temos poucos direitos, entendeu? (...) Porque dentro da polícia nós... há muito sofrimento, entendeu? O policial, ele sofre uma detenção, depois sofre uma detenção, aí uma prisão, vai a Conselho... então, eu acho que dentro da polícia é que tá faltando, realmente, a gente usar os direitos humanos, dentro da polícia.
(oficial Odete).
Olha, hoje em dia, quando você fala em direitos humanos, você fala no direito do criminoso, né? A gente não tem, nós não temos direitos humanos, que ninguém pensa nisso. (...) Por exemplo, eu não posso atirar no coração, não posso atirar enquanto o cara corre de costas, mas ele pode, ele não quer nem saber, ele tá correndo, se pegar em alguém pegou, se não pegar... A gente não pode mais dar dois tiros, se o policial der três, pronto, é homicídio, extermínio, exterminou o cara. Mas tu tá na ação, o sangue... o cara tá correndo, vai calhar de pegar três tiros no cara, pronto, já tá preso! Trinta anos. Só eles têm direito a ter direitos, nós só temos que ter os deveres, à gente só cabe os deveres.
(praça Dirce).
O que eu acho dos direitos humanos? Falho. Porque ele é falho? Ah, por isso... porque.... como é que eu vou dizer? Deixa falha em algum aspecto... um exemplo: o preso recebe alimentação, a quentinha dele, tal, se a mistura vier repetida, os direitos humanos vai lá, briga, a mistura, a carne da quentinha deles, se vier frango eles reclamam, aí esses representantes dos direitos humanos vai lá e reclamam da mistura do preso e eles trocam, e nem sempre o policial, o trabalhador como eu, nem sempre eu tenho opção em casa pra trocar a mistura do meu filho, entendeu? Pra eles tem direitos humanos, e pra mim? Que não roubei ninguém, não matei ninguém, não assaltei ninguém, quer dizer, eles têm o direito de ter sobremesa e eu nem sempre tenho sobremesa em casa, entendeu?
(praça Dolores).
Eu não acho que os direitos humanos são só para bandidos. Isso é uma coisa meio discriminatória também, né? Não sei por quê. Por que você também olhar a pessoa como bandido também? Qual foi a chance dele não ser bandido? Já pensou nisso (...) As pessoas também são muito assim, né: Você viu... viu aquela chance daquela criança ali não se tornar um bandido? Eu estou vendo muito mais as chances dele se tornar um bandido. Então, ele tem o direito, sim, né? Eu acho que essas penitenciárias são erradas. Elas deviam ter alguma formação, tinha que ter... ali dentro eles tinham que ter uma ocupação, porque na verdade eles vão para esses centros reformatórios, aí eles viram mais bandidos ainda, porque eles são maltratados. As pessoas que se prestam a dar atenção a eles... porque ninguém é obrigado a trabalhar num presídio, num centro de reformatório. Mas as pessoas às vezes que trabalham lá dentro não têm humanidade pra respeitar aquelas crianças, pra entender o porquê delas serem daquela forma, tratam elas com mais violência e só faz aumentar a agressividade delas. É muito difícil isso.
(oficial Aurélia.)