A 4ª Frota e o Brasil
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A 4ª Frota e o Brasil
Apesar de termos muitas notas no tópico de noticias, eu acho que este assunto é por demais importante para ficar misturado com outras noticias, por isso estou abrindo este aqui. Espero que a moderação concorde!
O texto abaixo sintetiza bem a visão americana. Na minha opinião, graças ao nosso molusco, somos um fracasso militarmente
Por André Araujo
No espaço latino americano um fato a registrar é a reconstituição da 4ª Frota da Marinha dos EUA, com base na Florida e area de atuação predominante no Atlantico Sul. Essa força tenha sido desincorporada em
1950 e o seu relançamento deve-se a 4 fatores:
1. A formação de um eixo antiamericano na America do Sul a partir do projeto bolivariano de Hugo Chavez, incluindo hoje o Equador, a Bolivia, o Paraguai e de certo modo a Argentina.
2. A crescente importância do continente (especialmente do Brasil) no fornecimento mundial de alimentos, minérios e combustivel.
3. A incapacidade diplomática, politica e militar do Brasil, maior pais do continente, em servir de contrapeso a regimes populistas que estão se fortalecendo na região.
4. A obsolescência, sucateamento e enfraquecimento da estrutura militar brasileira, hoje em quinto lugar na relação das forças amrmadas sul-americanas, em termos de equipamento outrora uma parceira confiavel dos EUA, hoje incapaz de qualquer ação militar de contenção e arbitramento no continente.
Essa grande unidade da Marinha dos EUA foi reconstituida com 11 navios, liderados por um porta-aviões nuclear e deve ser oficialmente comissionada em 1º de setembro próximo, com o comandante já definido,
Contra-Almirante Joseph Kernan.
Os EUA sempre viram o Brasil como o lider natural da America do Sul, mas hoje se preocupam com a fraqueza do establishment militar brasileiro, que vem sendo desmontado desde 1990.
enviada por Luis Nassif
O texto abaixo sintetiza bem a visão americana. Na minha opinião, graças ao nosso molusco, somos um fracasso militarmente
Por André Araujo
No espaço latino americano um fato a registrar é a reconstituição da 4ª Frota da Marinha dos EUA, com base na Florida e area de atuação predominante no Atlantico Sul. Essa força tenha sido desincorporada em
1950 e o seu relançamento deve-se a 4 fatores:
1. A formação de um eixo antiamericano na America do Sul a partir do projeto bolivariano de Hugo Chavez, incluindo hoje o Equador, a Bolivia, o Paraguai e de certo modo a Argentina.
2. A crescente importância do continente (especialmente do Brasil) no fornecimento mundial de alimentos, minérios e combustivel.
3. A incapacidade diplomática, politica e militar do Brasil, maior pais do continente, em servir de contrapeso a regimes populistas que estão se fortalecendo na região.
4. A obsolescência, sucateamento e enfraquecimento da estrutura militar brasileira, hoje em quinto lugar na relação das forças amrmadas sul-americanas, em termos de equipamento outrora uma parceira confiavel dos EUA, hoje incapaz de qualquer ação militar de contenção e arbitramento no continente.
Essa grande unidade da Marinha dos EUA foi reconstituida com 11 navios, liderados por um porta-aviões nuclear e deve ser oficialmente comissionada em 1º de setembro próximo, com o comandante já definido,
Contra-Almirante Joseph Kernan.
Os EUA sempre viram o Brasil como o lider natural da America do Sul, mas hoje se preocupam com a fraqueza do establishment militar brasileiro, que vem sendo desmontado desde 1990.
enviada por Luis Nassif
Abraços,
Padilha
Padilha
Re: A 4ª Frota e o Brasil
Como já havia falado aqui dezenas de vezes, a visão de brasileiros que pensam como Norte-Americanos, é de se notar no texto acima, antes de ser a visão dos EUA para a AS.Battleaxe escreveu:Apesar de termos muitas notas no tópico de noticias, eu acho que este assunto é por demais importante para ficar misturado com outras noticias, por isso estou abrindo este aqui. Espero que a moderação concorde!
O texto abaixo sintetiza bem a visão americana. Na minha opinião, graças ao nosso molusco, somos um fracasso militarmente
Por André Araujo
No espaço latino americano um fato a registrar é a reconstituição da 4ª Frota da Marinha dos EUA, com base na Florida e area de atuação predominante no Atlantico Sul. Essa força tenha sido desincorporada em
1950 e o seu relançamento deve-se a 4 fatores:
1. A formação de um eixo antiamericano na America do Sul a partir do projeto bolivariano de Hugo Chavez, incluindo hoje o Equador, a Bolivia, o Paraguai e de certo modo a Argentina.
2. A crescente importância do continente (especialmente do Brasil) no fornecimento mundial de alimentos, minérios e combustivel.
3. A incapacidade diplomática, politica e militar do Brasil, maior pais do continente, em servir de contrapeso a regimes populistas que estão se fortalecendo na região.
4. A obsolescência, sucateamento e enfraquecimento da estrutura militar brasileira, hoje em quinto lugar na relação das forças amrmadas sul-americanas, em termos de equipamento outrora uma parceira confiavel dos EUA, hoje incapaz de qualquer ação militar de contenção e arbitramento no continente.
Essa grande unidade da Marinha dos EUA foi reconstituida com 11 navios, liderados por um porta-aviões nuclear e deve ser oficialmente comissionada em 1º de setembro próximo, com o comandante já definido,
Contra-Almirante Joseph Kernan.
Os EUA sempre viram o Brasil como o lider natural da America do Sul, mas hoje se preocupam com a fraqueza do establishment militar brasileiro, que vem sendo desmontado desde 1990.
enviada por Luis Nassif
1- A primeira visão é interessante, porque tem como eixo, que o mundo está a disposição e a reboque dos EUA, portanto, o que marca os países é sua posição frente as políticas dos EUA. O chamado eixo anti-EUA, pode ser encarado como eixo contra as políticas imperialistas dos EUA, que sempre interviram de forma significativa nas políticas internas dos países da América Latina, como a história não cansa de comprovar.
2- Gostaria muito que a recriação da 4ª frota esteja ligada ao aumento da importância América do Sul, mas ainda é cedo para determinar os reais motivos da atitude dos EUA.
3- Mais uma visão típica made in USA, o Brasil não tem que ser contrapeso dos interesses dos EUA na AS, temos que ter nossos próprios interesses, que por hora, estão mais do lado do chamado eixo Anti-EUA, que para pró-EUA. Não temos que bancar as atitudes imperialistas dos EUA, são essas que estão levando a cada vez maior número de países se voltarem contra os EUA, são atitudes reativas na maioria das vezes.
4- Esse dado não é verdadeiro, as nossas FA´s antes de 1990 não eram melhores que as atuais, pelo contrário, eram mais fracas ainda. Quanto a comparção com as outras FA`s da AS, também não é verdadeiro, a Argentina sempre teve FA´s melhor armadas que as nossas. A Venezuela comprou F-16, antes de sequer sonharmos com caças de igual nível. A classificação como quinta maior força do continente é equivocada, somos a primeira, hoje, não éramos no passado, e a principal diferença é que a Argentina entrou em colapso. Não existe qualquer desmonte de establishment militar, só se isso quer dizer o fim da Ditadura Militar. Porque a capacidade de nossas FA´s ao término do Governo Militar era inferior a atual.
O mais engraçado é a parceria confiável com os EUA, na verdade sempre fomos os capachos dos EUA, que sempre nos negaram a venda de equipamentos de primeira.
Sobre a liderança e o arbitramento brasileiro na AS, nunca foi um fato histórico, o que de fato sempre existiu entre o Brasil e o resto da AS, é um afastamento, ou mesmo indiferença sobre nosso papel de liderança, mesmo porque, a Argentina representava antes um obstáculo de peso para a nossa liderança, somente, agora, é que o Brasil resolveu se voltar para a AS, antes tal debate nem existia em nossa sociedade, pelo simples fato de que estávamos completamente despreparados para tal, tanto, militarmente, mas, principalmente, economicamente.
É bem possível que a recriação da 4ª Frota, esteja ligada a perda da capacidade dos EUA de intervir internamente nos governos dos países da AS, assim, está ligada, sobretudo, a fraqueza dos EUA em controlar seus antigos alidados, ou de fazer valer sua força ideológica, frente a crescente crise interna de sua economia e o aumento de sua vulnerabilidade como potência hegemônica única. Assim, o aumento da presença militar, derive, diretamente, do aumento de suas próprias fraquezas e medos internos. Podemos fazer um paralelo interessante, quando uma polícia ou FA se vale apenas de sua capacidade militar para controlar uma sociedade, quer dizer que os controles ideológicos já cairam por terra. Podemos resumir nos seguintes termos, na medida que a sociedade dos EUA deixa de ser o modelo de utopia para outros povos, maior será a necessidade dos EUA se valerem de outros meios de persuasão, como os, puramente, de força. Como é o caso que assistimos no Oriente Médio. A invasão do Iraque representa a decadência dos EUA em subordinar outros povos, por meios ideológicos ou econômicos. Resta então a força, e como diz um velho ditado, se você precisa provar por meio das armas que você é superior, quer dizer que você já deixou de ser superior.
[ ]´s
- P44
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
Prick, palpita-me que não vai demorar muito até seres apedrejado
Triste sina ter nascido português
- Tigershark
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
Apesar das previsões do nosso amigo P44,Prick,eu tendo a concordar com a sua análise.A formação de um eixo anti-americanista me parece ser o maior motivo desta reativação da 4.frota, não descarto a preocupação americano com nossas reservas naturais,mas não creio que os EUA esperassem do Gov.Lula um contraponto aos esquerdistas da AS,já que ele se diz um deles.As nossas forças armadas já estão sucateadas faz tempo,bem antes deste governo,eu diria até antes do primeiro governo do FHC.Não sou anti-americanista,mas esta política de defensor dos povos assumida pelos EUA não se aplica ao Brasil.PRick escreveu:Como já havia falado aqui dezenas de vezes, a visão de brasileiros que pensam como Norte-Americanos, é de se notar no texto acima, antes de ser a visão dos EUA para a AS.Battleaxe escreveu:Apesar de termos muitas notas no tópico de noticias, eu acho que este assunto é por demais importante para ficar misturado com outras noticias, por isso estou abrindo este aqui. Espero que a moderação concorde!
O texto abaixo sintetiza bem a visão americana. Na minha opinião, graças ao nosso molusco, somos um fracasso militarmente
Por André Araujo
No espaço latino americano um fato a registrar é a reconstituição da 4ª Frota da Marinha dos EUA, com base na Florida e area de atuação predominante no Atlantico Sul. Essa força tenha sido desincorporada em
1950 e o seu relançamento deve-se a 4 fatores:
1. A formação de um eixo antiamericano na America do Sul a partir do projeto bolivariano de Hugo Chavez, incluindo hoje o Equador, a Bolivia, o Paraguai e de certo modo a Argentina.
2. A crescente importância do continente (especialmente do Brasil) no fornecimento mundial de alimentos, minérios e combustivel.
3. A incapacidade diplomática, politica e militar do Brasil, maior pais do continente, em servir de contrapeso a regimes populistas que estão se fortalecendo na região.
4. A obsolescência, sucateamento e enfraquecimento da estrutura militar brasileira, hoje em quinto lugar na relação das forças amrmadas sul-americanas, em termos de equipamento outrora uma parceira confiavel dos EUA, hoje incapaz de qualquer ação militar de contenção e arbitramento no continente.
Essa grande unidade da Marinha dos EUA foi reconstituida com 11 navios, liderados por um porta-aviões nuclear e deve ser oficialmente comissionada em 1º de setembro próximo, com o comandante já definido,
Contra-Almirante Joseph Kernan.
Os EUA sempre viram o Brasil como o lider natural da America do Sul, mas hoje se preocupam com a fraqueza do establishment militar brasileiro, que vem sendo desmontado desde 1990.
enviada por Luis Nassif
1- A primeira visão é interessante, porque tem como eixo, que o mundo está a disposição e a reboque dos EUA, portanto, o que marca os países é sua posição frente as políticas dos EUA. O chamado eixo anti-EUA, pode ser encarado como eixo contra as políticas imperialistas dos EUA, que sempre interviram de forma significativa nas políticas internas dos países da América Latina, como a história não cansa de comprovar.
2- Gostaria muito que a recriação da 4ª frota esteja ligada ao aumento da importância América do Sul, mas ainda é cedo para determinar os reais motivos da atitude dos EUA.
3- Mais uma visão típica made in USA, o Brasil não tem que ser contrapeso dos interesses dos EUA na AS, temos que ter nossos próprios interesses, que por hora, estão mais do lado do chamado eixo Anti-EUA, que para pró-EUA. Não temos que bancar as atitudes imperialistas dos EUA, são essas que estão levando a cada vez maior número de países se voltarem contra os EUA, são atitudes reativas na maioria das vezes.
4- Esse dado não é verdadeiro, as nossas FA´s antes de 1990 não eram melhores que as atuais, pelo contrário, eram mais fracas ainda. Quanto a comparção com as outras FA`s da AS, também não é verdadeiro, a Argentina sempre teve FA´s melhor armadas que as nossas. A Venezuela comprou F-16, antes de sequer sonharmos com caças de igual nível. A classificação como quinta maior força do continente é equivocada, somos a primeira, hoje, não éramos no passado, e a principal diferença é que a Argentina entrou em colapso. Não existe qualquer desmonte de establishment militar, só se isso quer dizer o fim da Ditadura Militar. Porque a capacidade de nossas FA´s ao término do Governo Militar era inferior a atual.
O mais engraçado é a parceria confiável com os EUA, na verdade sempre fomos os capachos dos EUA, que sempre nos negaram a venda de equipamentos de primeira.
Sobre a liderança e o arbitramento brasileiro na AS, nunca foi um fato histórico, o que de fato sempre existiu entre o Brasil e o resto da AS, é um afastamento, ou mesmo indiferença sobre nosso papel de liderança, mesmo porque, a Argentina representava antes um obstáculo de peso para a nossa liderança, somente, agora, é que o Brasil resolveu se voltar para a AS, antes tal debate nem existia em nossa sociedade, pelo simples fato de que estávamos completamente despreparados para tal, tanto, militarmente, mas, principalmente, economicamente.
É bem possível que a recriação da 4ª Frota, esteja ligada a perda da capacidade dos EUA de intervir internamente nos governos dos países da AS, assim, está ligada, sobretudo, a fraqueza dos EUA em controlar seus antigos alidados, ou de fazer valer sua força ideológica, frente a crescente crise interna de sua economia e o aumento de sua vulnerabilidade como potência hegemônica única. Assim, o aumento da presença militar, derive, diretamente, do aumento de suas próprias fraquezas e medos internos. Podemos fazer um paralelo interessante, quando uma polícia ou FA se vale apenas de sua capacidade militar para controlar uma sociedade, quer dizer que os controles ideológicos já cairam por terra. Podemos resumir nos seguintes termos, na medida que a sociedade dos EUA deixa de ser o modelo de utopia para outros povos, maior será a necessidade dos EUA se valerem de outros meios de persuasão, como os, puramente, de força. Como é o caso que assistimos no Oriente Médio. A invasão do Iraque representa a decadência dos EUA em subordinar outros povos, por meios ideológicos ou econômicos. Resta então a força, e como diz um velho ditado, se você precisa provar por meio das armas que você é superior, quer dizer que você já deixou de ser superior.
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
Bom, pelo menos alguém está preocupado com isso. Pena que não seja aqui.Os EUA sempre viram o Brasil como o lider natural da America do Sul, mas hoje se preocupam com a fraqueza do establishment militar brasileiro, que vem sendo desmontado desde 1990.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
Igualmente interessante, é o facto de não haver em nenhum texto menção a nada que diga respeito à verdadeira, ou principal razão da reactivação da 4ª frota americana.
Ela tem muito pouco a ver com a América do Sul, e muito, muito mais a ver com a criação do AFRICOM, comando africano de tropas americanas. A 4ª esquadra, é o braço naval do AFRICOM, paraevitar a necessidade de chamar as esquadras que estão no Golfo Pérsico/Índico ou no Mediterrâneo dos seus lugares de operação para chegar ao Atlântico Sul.
O principal interesse norte-americano é o Golfo da Guiné, e especialmente o petróleo da Nigéria, do Gabão, de São Tomé, da Guiné Equatorial e de Angola. A América do Sul é provavelmente apenas secundária ou terceária nos interesses norte-americanos da 4ª esquadra e do AFRICOM.
Cumprimentos
Ela tem muito pouco a ver com a América do Sul, e muito, muito mais a ver com a criação do AFRICOM, comando africano de tropas americanas. A 4ª esquadra, é o braço naval do AFRICOM, paraevitar a necessidade de chamar as esquadras que estão no Golfo Pérsico/Índico ou no Mediterrâneo dos seus lugares de operação para chegar ao Atlântico Sul.
O principal interesse norte-americano é o Golfo da Guiné, e especialmente o petróleo da Nigéria, do Gabão, de São Tomé, da Guiné Equatorial e de Angola. A América do Sul é provavelmente apenas secundária ou terceária nos interesses norte-americanos da 4ª esquadra e do AFRICOM.
Cumprimentos
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
Assino embaixo.PRick escreveu:Como já havia falado aqui dezenas de vezes, a visão de brasileiros que pensam como Norte-Americanos, é de se notar no texto acima, antes de ser a visão dos EUA para a AS.Battleaxe escreveu:Apesar de termos muitas notas no tópico de noticias, eu acho que este assunto é por demais importante para ficar misturado com outras noticias, por isso estou abrindo este aqui. Espero que a moderação concorde!
O texto abaixo sintetiza bem a visão americana. Na minha opinião, graças ao nosso molusco, somos um fracasso militarmente
Por André Araujo
No espaço latino americano um fato a registrar é a reconstituição da 4ª Frota da Marinha dos EUA, com base na Florida e area de atuação predominante no Atlantico Sul. Essa força tenha sido desincorporada em
1950 e o seu relançamento deve-se a 4 fatores:
1. A formação de um eixo antiamericano na America do Sul a partir do projeto bolivariano de Hugo Chavez, incluindo hoje o Equador, a Bolivia, o Paraguai e de certo modo a Argentina.
2. A crescente importância do continente (especialmente do Brasil) no fornecimento mundial de alimentos, minérios e combustivel.
3. A incapacidade diplomática, politica e militar do Brasil, maior pais do continente, em servir de contrapeso a regimes populistas que estão se fortalecendo na região.
4. A obsolescência, sucateamento e enfraquecimento da estrutura militar brasileira, hoje em quinto lugar na relação das forças amrmadas sul-americanas, em termos de equipamento outrora uma parceira confiavel dos EUA, hoje incapaz de qualquer ação militar de contenção e arbitramento no continente.
Essa grande unidade da Marinha dos EUA foi reconstituida com 11 navios, liderados por um porta-aviões nuclear e deve ser oficialmente comissionada em 1º de setembro próximo, com o comandante já definido,
Contra-Almirante Joseph Kernan.
Os EUA sempre viram o Brasil como o lider natural da America do Sul, mas hoje se preocupam com a fraqueza do establishment militar brasileiro, que vem sendo desmontado desde 1990.
enviada por Luis Nassif
1- A primeira visão é interessante, porque tem como eixo, que o mundo está a disposição e a reboque dos EUA, portanto, o que marca os países é sua posição frente as políticas dos EUA. O chamado eixo anti-EUA, pode ser encarado como eixo contra as políticas imperialistas dos EUA, que sempre interviram de forma significativa nas políticas internas dos países da América Latina, como a história não cansa de comprovar.
2- Gostaria muito que a recriação da 4ª frota esteja ligada ao aumento da importância América do Sul, mas ainda é cedo para determinar os reais motivos da atitude dos EUA.
3- Mais uma visão típica made in USA, o Brasil não tem que ser contrapeso dos interesses dos EUA na AS, temos que ter nossos próprios interesses, que por hora, estão mais do lado do chamado eixo Anti-EUA, que para pró-EUA. Não temos que bancar as atitudes imperialistas dos EUA, são essas que estão levando a cada vez maior número de países se voltarem contra os EUA, são atitudes reativas na maioria das vezes.
4- Esse dado não é verdadeiro, as nossas FA´s antes de 1990 não eram melhores que as atuais, pelo contrário, eram mais fracas ainda. Quanto a comparção com as outras FA`s da AS, também não é verdadeiro, a Argentina sempre teve FA´s melhor armadas que as nossas. A Venezuela comprou F-16, antes de sequer sonharmos com caças de igual nível. A classificação como quinta maior força do continente é equivocada, somos a primeira, hoje, não éramos no passado, e a principal diferença é que a Argentina entrou em colapso. Não existe qualquer desmonte de establishment militar, só se isso quer dizer o fim da Ditadura Militar. Porque a capacidade de nossas FA´s ao término do Governo Militar era inferior a atual.
O mais engraçado é a parceria confiável com os EUA, na verdade sempre fomos os capachos dos EUA, que sempre nos negaram a venda de equipamentos de primeira.
Sobre a liderança e o arbitramento brasileiro na AS, nunca foi um fato histórico, o que de fato sempre existiu entre o Brasil e o resto da AS, é um afastamento, ou mesmo indiferença sobre nosso papel de liderança, mesmo porque, a Argentina representava antes um obstáculo de peso para a nossa liderança, somente, agora, é que o Brasil resolveu se voltar para a AS, antes tal debate nem existia em nossa sociedade, pelo simples fato de que estávamos completamente despreparados para tal, tanto, militarmente, mas, principalmente, economicamente.
É bem possível que a recriação da 4ª Frota, esteja ligada a perda da capacidade dos EUA de intervir internamente nos governos dos países da AS, assim, está ligada, sobretudo, a fraqueza dos EUA em controlar seus antigos alidados, ou de fazer valer sua força ideológica, frente a crescente crise interna de sua economia e o aumento de sua vulnerabilidade como potência hegemônica única. Assim, o aumento da presença militar, derive, diretamente, do aumento de suas próprias fraquezas e medos internos. Podemos fazer um paralelo interessante, quando uma polícia ou FA se vale apenas de sua capacidade militar para controlar uma sociedade, quer dizer que os controles ideológicos já cairam por terra. Podemos resumir nos seguintes termos, na medida que a sociedade dos EUA deixa de ser o modelo de utopia para outros povos, maior será a necessidade dos EUA se valerem de outros meios de persuasão, como os, puramente, de força. Como é o caso que assistimos no Oriente Médio. A invasão do Iraque representa a decadência dos EUA em subordinar outros povos, por meios ideológicos ou econômicos. Resta então a força, e como diz um velho ditado, se você precisa provar por meio das armas que você é superior, quer dizer que você já deixou de ser superior.
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
1) O André Araújo posta regularmente no Nassif. É um advogado (se não me engano), bastante preparado e inteligente. Só que tem um viés pró-americano e é xtremamente crítico em relação ao Brasil. Isso vale para o setor de defesa, telecomunicações e diplomacia.
Isso não impede de considerar que ele teceu um belo texto (e eu discordo materialmente do mesmo).
Aliás, as críticas à política externa brasileira, no mais das vezes, são ideológicas mesmo. Fingem ser pragmáticas, atribuindo o dogmatismo ideológico à atual linha do Itamaraty, mas o certo é que antes se pautava por credo, crendices e busca da "modernidade", ainda que o nosso ministro (com eme minúsculo, mesmo) tivesse que se descalçar, ao chegar nos EUA, mostrando que não trazia explosivos no chulé ...
2) Belo post, Prick !
3) Pt, fiquei preocupado com o que tu disseste. Só sei que há o pré-sal na costa atlântica da África ...
Salu2, alexandre.
Isso não impede de considerar que ele teceu um belo texto (e eu discordo materialmente do mesmo).
Aliás, as críticas à política externa brasileira, no mais das vezes, são ideológicas mesmo. Fingem ser pragmáticas, atribuindo o dogmatismo ideológico à atual linha do Itamaraty, mas o certo é que antes se pautava por credo, crendices e busca da "modernidade", ainda que o nosso ministro (com eme minúsculo, mesmo) tivesse que se descalçar, ao chegar nos EUA, mostrando que não trazia explosivos no chulé ...
2) Belo post, Prick !
3) Pt, fiquei preocupado com o que tu disseste. Só sei que há o pré-sal na costa atlântica da África ...
Salu2, alexandre.
"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
Re: A 4ª Frota e o Brasil
Prick, nessa tú matou a pau cara. Essa balela de eixo anti-EUA é só prá quem quer enxergar isso. Um eixo de mulambos e pobretões vai ameaçar a segurança da maior força militar do mundo? Paraguai e Bolívia? Putz, essa foi nos culhões mesmo.
É bom a MB acertar logo esse SSN e de quebra um SSBN. Não demora e vai ter gente da Al caida(?) no fundo do mar.
É bom a MB acertar logo esse SSN e de quebra um SSBN. Não demora e vai ter gente da Al caida(?) no fundo do mar.
- Carlos Lima
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
Gostei muito do seu texto PRick !
Acho que o que você falou faz bastante sentido.
Um detalhe que eu pelo visto entendi errado é que a 4 Frota não iria contas com navios e sim com a estrutura administrativa somente (pelo menos em um primeiro momento).
[]s
CB_Lima
Acho que o que você falou faz bastante sentido.
Um detalhe que eu pelo visto entendi errado é que a 4 Frota não iria contas com navios e sim com a estrutura administrativa somente (pelo menos em um primeiro momento).
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CB_Lima
CB_Lima = Carlos Lima
- Lucius Clay
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
Também tô de acordo com sua análise da situação Prick. Parabéns! Você foi muito feliz com os argumentos, principalmente no último parágrafo.PRick escreveu:Como já havia falado aqui dezenas de vezes, a visão de brasileiros que pensam como Norte-Americanos, é de se notar no texto acima, antes de ser a visão dos EUA para a AS.Battleaxe escreveu:Apesar de termos muitas notas no tópico de noticias, eu acho que este assunto é por demais importante para ficar misturado com outras noticias, por isso estou abrindo este aqui. Espero que a moderação concorde!
O texto abaixo sintetiza bem a visão americana. Na minha opinião, graças ao nosso molusco, somos um fracasso militarmente
Por André Araujo
No espaço latino americano um fato a registrar é a reconstituição da 4ª Frota da Marinha dos EUA, com base na Florida e area de atuação predominante no Atlantico Sul. Essa força tenha sido desincorporada em
1950 e o seu relançamento deve-se a 4 fatores:
1. A formação de um eixo antiamericano na America do Sul a partir do projeto bolivariano de Hugo Chavez, incluindo hoje o Equador, a Bolivia, o Paraguai e de certo modo a Argentina.
2. A crescente importância do continente (especialmente do Brasil) no fornecimento mundial de alimentos, minérios e combustivel.
3. A incapacidade diplomática, politica e militar do Brasil, maior pais do continente, em servir de contrapeso a regimes populistas que estão se fortalecendo na região.
4. A obsolescência, sucateamento e enfraquecimento da estrutura militar brasileira, hoje em quinto lugar na relação das forças amrmadas sul-americanas, em termos de equipamento outrora uma parceira confiavel dos EUA, hoje incapaz de qualquer ação militar de contenção e arbitramento no continente.
Essa grande unidade da Marinha dos EUA foi reconstituida com 11 navios, liderados por um porta-aviões nuclear e deve ser oficialmente comissionada em 1º de setembro próximo, com o comandante já definido,
Contra-Almirante Joseph Kernan.
Os EUA sempre viram o Brasil como o lider natural da America do Sul, mas hoje se preocupam com a fraqueza do establishment militar brasileiro, que vem sendo desmontado desde 1990.
enviada por Luis Nassif
1- A primeira visão é interessante, porque tem como eixo, que o mundo está a disposição e a reboque dos EUA, portanto, o que marca os países é sua posição frente as políticas dos EUA. O chamado eixo anti-EUA, pode ser encarado como eixo contra as políticas imperialistas dos EUA, que sempre interviram de forma significativa nas políticas internas dos países da América Latina, como a história não cansa de comprovar.
2- Gostaria muito que a recriação da 4ª frota esteja ligada ao aumento da importância América do Sul, mas ainda é cedo para determinar os reais motivos da atitude dos EUA.
3- Mais uma visão típica made in USA, o Brasil não tem que ser contrapeso dos interesses dos EUA na AS, temos que ter nossos próprios interesses, que por hora, estão mais do lado do chamado eixo Anti-EUA, que para pró-EUA. Não temos que bancar as atitudes imperialistas dos EUA, são essas que estão levando a cada vez maior número de países se voltarem contra os EUA, são atitudes reativas na maioria das vezes.
4- Esse dado não é verdadeiro, as nossas FA´s antes de 1990 não eram melhores que as atuais, pelo contrário, eram mais fracas ainda. Quanto a comparção com as outras FA`s da AS, também não é verdadeiro, a Argentina sempre teve FA´s melhor armadas que as nossas. A Venezuela comprou F-16, antes de sequer sonharmos com caças de igual nível. A classificação como quinta maior força do continente é equivocada, somos a primeira, hoje, não éramos no passado, e a principal diferença é que a Argentina entrou em colapso. Não existe qualquer desmonte de establishment militar, só se isso quer dizer o fim da Ditadura Militar. Porque a capacidade de nossas FA´s ao término do Governo Militar era inferior a atual.
O mais engraçado é a parceria confiável com os EUA, na verdade sempre fomos os capachos dos EUA, que sempre nos negaram a venda de equipamentos de primeira.
Sobre a liderança e o arbitramento brasileiro na AS, nunca foi um fato histórico, o que de fato sempre existiu entre o Brasil e o resto da AS, é um afastamento, ou mesmo indiferença sobre nosso papel de liderança, mesmo porque, a Argentina representava antes um obstáculo de peso para a nossa liderança, somente, agora, é que o Brasil resolveu se voltar para a AS, antes tal debate nem existia em nossa sociedade, pelo simples fato de que estávamos completamente despreparados para tal, tanto, militarmente, mas, principalmente, economicamente.
É bem possível que a recriação da 4ª Frota, esteja ligada a perda da capacidade dos EUA de intervir internamente nos governos dos países da AS, assim, está ligada, sobretudo, a fraqueza dos EUA em controlar seus antigos alidados, ou de fazer valer sua força ideológica, frente a crescente crise interna de sua economia e o aumento de sua vulnerabilidade como potência hegemônica única. Assim, o aumento da presença militar, derive, diretamente, do aumento de suas próprias fraquezas e medos internos. Podemos fazer um paralelo interessante, quando uma polícia ou FA se vale apenas de sua capacidade militar para controlar uma sociedade, quer dizer que os controles ideológicos já cairam por terra. Podemos resumir nos seguintes termos, na medida que a sociedade dos EUA deixa de ser o modelo de utopia para outros povos, maior será a necessidade dos EUA se valerem de outros meios de persuasão, como os, puramente, de força. Como é o caso que assistimos no Oriente Médio. A invasão do Iraque representa a decadência dos EUA em subordinar outros povos, por meios ideológicos ou econômicos. Resta então a força, e como diz um velho ditado, se você precisa provar por meio das armas que você é superior, quer dizer que você já deixou de ser superior.
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Abraço,
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
Na minha opinião, graças ao nosso molusco, somos um fracasso militarmente
Padilha,
Na minha opinião se há fracasso, tem um culpado principal, a força, seja ela a MB, o EB ou a FAB. É muito fácil por a culpa em outros.
[[]]'s
Padilha,
Na minha opinião se há fracasso, tem um culpado principal, a força, seja ela a MB, o EB ou a FAB. É muito fácil por a culpa em outros.
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
Caro Soultrain,soultrain escreveu:Na minha opinião, graças ao nosso molusco, somos um fracasso militarmente
Padilha,
Na minha opinião se há fracasso, tem um culpado principal, a força, seja ela a MB, o EB ou a FAB. É muito fácil por a culpa em outros.
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Se quem tem o talão de cheques e assina é o Executivo, como podem as FFAA's serem culpadas da penúria, se as memas não recebem as verbas?
Poderia elaborar melhor seu ponto de vista?
Abraços,
Padilha
Padilha
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
Soultrain, sempre foi política de governo (desde e de anteriores, inclusive durante a ditadura militar) manter as FAA´s sucateadas, pois estas são vistas pelas elites brasileiras, apenas para serem usadas como "capitães do mato" contra a população. Vide o que aconteceu em Canudos, no início do século XX, e na greve da CSN em 1988.
E para ser "capitão do mato" não há necessidade de se adquirir material de 1ª linha.
ATENÇÃO AOS MAIS DESAVISADOS: Eu disse que é política das "elites brasileiras" e não das FAA´s.
E para ser "capitão do mato" não há necessidade de se adquirir material de 1ª linha.
ATENÇÃO AOS MAIS DESAVISADOS: Eu disse que é política das "elites brasileiras" e não das FAA´s.