Programa de Reaparelhamento da Marinha

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15661 Mensagem por Pablo Maica » Qua Jan 24, 2018 1:17 am

Com as previsões de superávit quase zero e um gigantesco déficit fiscal, eu não sei não. Muita coisa pode mudar ao longo do ano, e a demora em se resolver certas questões políticas só agrava o quadro. Enfim só resta torcer pelo melhor.


Um abraço e t+ :)




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15662 Mensagem por FCarvalho » Qua Jan 24, 2018 1:30 am

Torcer, e tentar não fazer outra burrada em Outubro, é o mínimo que podemos fazer.

abs.




Um mal é um mal. Menor, maior, médio, tanto faz… As proporções são convencionadas e as fronteiras, imprecisas. Não sou um santo eremita e não pratiquei apenas o bem ao longo de minha vida. Mas, se me couber escolher entre dois males, prefiro abster-me por completo da escolha.
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15663 Mensagem por Marechal-do-ar » Qua Jan 24, 2018 8:25 am

FCarvalho escreveu:Será que alguma empresa vai oferecer uma FRAGATA entre 3.500 à 4.000 toneladas que além de mísseis antiaéreos de médio alcance, virá com mísseis antiaéreos de LONGO ALCANCE, para defesa antiaérea DE ÁREA?

Na lista, que eu saiba, só Russia e China. Mas com o que vamos ter para a próxima década, defesa de área não é uma necessidade premente. Sistema de médio alcance sim.
As FTI francesas poderão ser equipadas com o SM-6, em breve devem surgir outras fragatas nessa tonelagem com capacidade de defesa antiaérea de área.
FCarvalho escreveu:Não tem a intenção de renovar a frota inteira, mas permitir que tenhamos uma esquadra minimamente capaz de realizar suas obrigações legais. Mesmo que com apenas 10/12 navios modernos.
Quais as obrigações legais? Manter 12 navios na mar? Ou ter real capacidade militar?

Acho que você está confundindo o objetivo do programa, me parece que você acredita em um escopo muito maior do que a MB planejou para as CCT...




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15664 Mensagem por pmicchi » Qua Jan 24, 2018 8:54 am

Matheus escreveu:O que a MB pode estar prevendo é uma questão orçamentária ainda mais difícil que no passado. Com a PEC da limitação dos gastos, cortes ainda mais violentos podem vir para o Min Def. Assim, podem estar prevendo a falta de capacidade financeira para uma segunda leva de Tamandaré.
Se estamos abrindo mão de um projeto nacional e vamos nos limitar à verba alocada para essas quatro unidades, faria sentido buscar um projeto de maior deslocamento e maior capacidade.

Um projeto como os das Iver Huitfelt dinamarquesas poderia aproveitar muito de armamento das Niterois e Inhauma a serem desativadas e ainda ter espaço para futura instalação misseis AA de longo alcance.Três navios destes custariam menos que as 4 super-corvetas/mini-fragatas que estamos buscando agora.

Em tempo: a MB precisa cortar efetivos, não investimento. Mas sempre acontece o contrário.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15665 Mensagem por pmicchi » Qua Jan 24, 2018 8:59 am

... e obrigações legais se cumprem com navios patrulha minimamente armados. Isso nao justifica a manutenção de 10-12 escoltas




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15666 Mensagem por Luís Henrique » Qua Jan 24, 2018 9:48 am

Marechal-do-ar escreveu:
Luís Henrique escreveu:Mas se o modelo escolhido for uma CORVETA ou for uma FRAGATA porém APENAS com mísseis antiaéreos de MÉDIO ALCANCE para defesa DE PONTO DA FROTA, ai as Adelaide podem ser uma boa aquisição, pois esses 3 navios trariam uma capacidade nova para a MB, que é justamente a defesa antiaérea DE ÁREA com mísseis SM-2.
De fato, as Adelaide trazem uma capacidade que a MB nunca teve.

Mas... Essa capacidade chega com 50 anos de atraso e, agora, já são insuficientes, a partir do momento que existem vetores capazes de detectar e atacar os navios a 300km mísseis anti-aéreos com alcance de 180km não servem mais para defesa antiaérea de área, quer dizer, contra marinhas tão atrasadas quanto a MB servem, mas contra marinhas que se preocupam em se manter atuais os SM-2 sozinhos não representam ameaça.

Eu não vou lamentar se a MB adquirir as Adelaide, seria um quebra galho mais ou menos como a FAB adquirir F-16 do deserto ou o EB adquirir Leo 2A4, mas também não lamentaria se não comprassem nada e aguardassem condições melhores para fragatas realmente atuais, agora, lamentável mesmo seria se adquirissem as OHP americanas, além de não servirem para nada na US Navy elas só davam problema, eram os "navio-escola" do pessoal da manutenção, as Type 23 também poderiam ficar longe da MB.
Marechal, concordo que o IDEAL seria um S-400 naval com mísseis capazes de abater aeronaves a 400 km de distância, uma vez que MUITOS mísseis anti-navio possuem 300 km de alcance.

Porém, ainda existem muitos mísseis anti-navio de menor alcance e sabemos que na vida real o alcance máximo poucas vezes é o usado.
O Exocet block 3 mais moderno possui 180 km de alcance.
Isso sem falar na versão utilizada em aeronaves, o AM 39 Exocet B2 Mod 2, cerca de 70 km de alcance.

A Rússia está utilizando o sistema antiaéreo REDUT que utiliza mísseis do sistema S-400, porém não utiliza os dois maiores mísseis, utiliza apenas o 9m96 que na versão de maior alcance chega em torno de 120 km.
O Aster 30 utilizado em várias marinhas europeias possui 120 km de alcance.
Portanto o SM-2 MR utilizado nas Adelaide com cerca de 167 km de alcance, ainda que não seja o ideal, é uma capacidade EXCELENTE e melhor em ALCANCE que a maioria das fragatas.

Concordo sobre OHP e Type 23.

As Adelaide, se vierem BEM BARATAS, eu acho que é uma boa.
Segurarão as pontas até dias melhores.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15667 Mensagem por vplemes » Qua Jan 24, 2018 10:05 am

Quanto a essa questão de alcance dos misseis, por acaso a MB possui algum sistema de radar aerotransportado? Pois se não possuir (como na realidade não possui!), não faz muita diferença o alcance máximo do míssil, pois o alcance máximo do radar da fragata não passa do Horizonte radar (vinte cinco, trinta quilômetros?). SM2 é um míssil pensado para proteger GTs com cobertura de aeronaves AWACS, as quais permitem utilizar esses misseis em seu alcance máximo. Mas mesmo sem o AWACS ele é um senhor míssil, traria capacidades muito bem vindas para nossa esquadra. Tudo é claro, dependendo da questão "custos".




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15668 Mensagem por Luís Henrique » Qua Jan 24, 2018 10:24 am

FCarvalho escreveu:
Luís Henrique escreveu:
Será que alguma empresa vai oferecer uma FRAGATA entre 3.500 à 4.000 toneladas que além de mísseis antiaéreos de médio alcance, virá com mísseis antiaéreos de LONGO ALCANCE, para defesa antiaérea DE ÁREA?

Na lista, que eu saiba, só Russia e China. Mas com o que vamos ter para a próxima década, defesa de área não é uma necessidade premente. Sistema de médio alcance sim.

Se for oferecido e a MB escolher esta opção, ok. Podemos esperar alguns anos até as entregas das Fragatas.

Mas se o modelo escolhido for uma CORVETA ou for uma FRAGATA porém APENAS com mísseis antiaéreos de MÉDIO ALCANCE para defesa DE PONTO DA FROTA, ai as Adelaide podem ser uma boa aquisição, pois esses 3 navios trariam uma capacidade nova para a MB, que é justamente a defesa antiaérea DE ÁREA com mísseis SM-2.

Se a AAe for de médio alcance, então é algo para nós aqui acima dos 15 kms de alcance/altitude. Se for defesa de ponto, então é coisa para os Bofors 40 e Manpads. Isso todo mundo na lista está oferecendo em maior ou menor medida. Os SM-2, além de serem poucos sistemas, apenas 3, tem um custo nada razoável de manutenção e operação. E nem sabemos o estado deles. O que está sendo oferecido à MB neste processo é muito mais do que poderíamos esperar em termos de capacidade e operacionalidade. Como disse outro dia, dependendo da oferta, podemos levar mais navios do que os 4 iniciais, e até assegurar um segundo lote no médio prazo. E tudo isso com navios com capacidades que jamais tivemos por aqui desde o lançamento das Niterói nos anos 70's.
Fica tranquilo Luis. O objetivo deste RFP é extremamente pragmático. Não tem a intenção de renovar a frota inteira, mas permitir que tenhamos uma esquadra minimamente capaz de realizar suas obrigações legais. Mesmo que com apenas 10/12 navios modernos.
Já vamos estar muito melhor do que estamos hoje.

abs.

Sea Ceptor com 25 km de alcance ou Sea Ceptor block 2 com 45 km de alcance ou ESSM com 50 km de alcance são mísseis para defesa de ponto DA FROTA.

Da para proteger o seu navio e OUTROS NAVIOS próximos.

RAM, VL Mica e vários outros são mísseis para defesa de ponto DO NAVIO, você protege o seu navio mas não tem alcance para proteger OUTROS NAVIOS que compõem a força tarefa.
Em muitos casos, em vez de mísseis são utilizados CIWS ou canhões de médio calibre como os 40 mm e 76 mm ou um mix de mísseis e canhões.

Agora, defesa antiaérea DE ÁREA, é para destruir aeronaves ANTES que possam disparar seus mísseis (idealmente) ou mesmo após ou durante lançamento de mísseis.
É uma capacidade MUITO DESEJADA, pois complica muito a vida do possível agressor. E os navios em vez de ficarem destruindo mísseis, adquirem a capacidade de destruir as AERONAVES lançadoras.

Analise as capacidades das Adelaide com o de outras Fragatas mais novas:

Se você analisar as marinhas europeias verá que muitas utilizam o SM-2 americano e outras utilizam o Aster-30 europeu.
O Aster-30 possui alcance de 120 km e o SM-2 MR possui alcance de 167 km.

Normalmente eh instalado em lançadores MK-41 ou Sylver. (nas Adelaide os SM-2 MR são armazenados no MK-13 mais antigo e mais lento que os MK-41, porém foram modernizadas e foi instalado um MK-41 de 8 células para mísseis ESSM)
Em muitas marinhas os lançadores VLS são armados com um MIX com um míssil de longo alcance (SM-2, Aster-30...) com outro míssil de médio alcance (ESSM, Sea Ceptor, Aster-15, etc).

As FRAGATAS em sua MAIORIA, possuem 16 ou 32 lançadores VLS.

Com 32 células, da para utilizar 8 com mísseis de médio alcance (ESSM...) e 24 com mísseis de longo alcance (SM-2...)
Os ESSM, Sea Ceptor são quad-packed em lançadores MK-41 e Sylver, ou seja, são armazenados 4 mísseis POR CÉLULA, portanto as 8 células abrigam 32 mísseis.

As Fragatas alemãs de defesa antiaérea (F124 Sacshen) são uma das melhores armadas. A Meko 600 uma variação da F124 foi considerada a FAVORITA da MB na disputa do PROSUPER.
A F124 possui um sistema RAM com 21 mísseis para defesa de ponto DO NAVIO, e 32 células VLS que podem abrigar 32 mísseis ESSM para defesa de PONTO DA FROTA e mais 24 mísseis SM-2 para defesa DE ÁREA.

Já as FREMM possuem apenas 16 células para Aster-15 e Aster-30.
Ou seja, se você abrir mão dos mísseis de médio alcance, terá no máximo 16 mísseis para defesa de área. Ou poderá fazer um MIX com APENAS 8 Aster-15 e 8 Aster-30.

As Adelaide são mais antigas, claro, mas possuem uma capacidade antiaérea SUPERIOR à maioria das Fragatas europeias e comparável até mesmo com DESTROYERS.
São 40 (QUARENTA) células para mísseis SM-2 MR (também podem disparar míseis Harpoon, pode ser feito um MIX) + 8 células para 32 mísseis ESSM, além destes possui um canhão 76 mm + um CIWS Vulcan Phalanx e podem operar com DOIS HELICÓPTEROS Sea Hawk.


Foram modernizadas há poucos anos. Em 2009 (9 anos atrás), voltaram ao serviço e a Royal Australian Navy declararam que eram as fragatas mais letais do mundo.


Apenas as 3 Adelaide, podem cobrir nossa FT com um guarda chuva de 120 mísseis antiaéreos de LONGO alcance SM-2 MR e mais 96 mísseis antiaéreos de médio alcance ESSM.

Reitero, caso o navio escolhido no processo Tamandaré seja uma Fragata com capacidade de defesa antiaérea de área, com 32 células VLS para um mix com mísseis de médio e LONGO alcance.
Claro, prefiro que a MB foque nestes navios e adquira um segundo lote.

Caso contrário, se for escolhido uma Fragata ou uma Corveta, APENAS com mísseis antiaéreos de MÉDIO alcance (como planejado para a CCT), ai acredito que a aquisição das Adelaide seria uma boa para a MB.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15669 Mensagem por Luís Henrique » Qua Jan 24, 2018 10:32 am

vplemes escreveu:Quanto a essa questão de alcance dos misseis, por acaso a MB possui algum sistema de radar aerotransportado? Pois se não possuir (como na realidade não possui!), não faz muita diferença o alcance máximo do míssil, pois o alcance máximo do radar da fragata não passa do Horizonte radar (vinte cinco, trinta quilômetros?). SM2 é um míssil pensado para proteger GTs com cobertura de aeronaves AWACS, as quais permitem utilizar esses misseis em seu alcance máximo. Mas mesmo sem o AWACS ele é um senhor míssil, traria capacidades muito bem vindas para nossa esquadra. Tudo é claro, dependendo da questão "custos".
Sim, você tem razão.
Mas só de possuir a capacidade, já complica a vida do inimigo.
Eles terão que realizar o ataque a BAIXÍSSIMA altura e isso degradará o alcance de suas aeronaves e as capacidades de localização, traqueamento e até o alcance de seus mísseis.

Sem falar que com capacidade para operar 2 helicópteros e principalmente, com o Ocean, um helicóptero AEW pode ser adquirido no futuro.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15670 Mensagem por Marechal-do-ar » Qua Jan 24, 2018 10:39 am

Luís Henrique escreveu:Marechal, concordo que o IDEAL seria um S-400 naval com mísseis capazes de abater aeronaves a 400 km de distância, uma vez que MUITOS mísseis anti-navio possuem 300 km de alcance.

Porém, ainda existem muitos mísseis anti-navio de menor alcance e sabemos que na vida real o alcance máximo poucas vezes é o usado.
O Exocet block 3 mais moderno possui 180 km de alcance.
Isso sem falar na versão utilizada em aeronaves, o AM 39 Exocet B2 Mod 2, cerca de 70 km de alcance.

A Rússia está utilizando o sistema antiaéreo REDUT que utiliza mísseis do sistema S-400, porém não utiliza os dois maiores mísseis, utiliza apenas o 9m96 que na versão de maior alcance chega em torno de 120 km.
O Aster 30 utilizado em várias marinhas europeias possui 120 km de alcance.
Portanto o SM-2 MR utilizado nas Adelaide com cerca de 167 km de alcance, ainda que não seja o ideal, é uma capacidade EXCELENTE e melhor em ALCANCE que a maioria das fragatas.
Aqui lembra as velhas brigas no tópico do Gripen, em comparações entre presente e futuro, o presente é Exocet Block 2, mísseis anti-navio com alcance de ~80km e mísseis antiaéreos com alcance de 120km, MAS, esse é o presente, não o futuro, isso é o que as marinhas atualmente tem, mas estão se movendo para aquisição de mísseis anti-navio com alcance de 200km-300km e antiaéreos com alcance de 400km+, daqui a 10 anos, quantas marinhas ainda vão confiar em mísseis anti-navio com alcance menor? Da mesma forma, quantas ficaram restritas a mísseis antiaéreos de alcance menor?

Se a MB contasse com o SM-2 hoje eu não acharia ruim, mas confiar no SM-2 para o futuro significa manter a histórica obsolência.
vplemes escreveu:Quanto a essa questão de alcance dos misseis, por acaso a MB possui algum sistema de radar aerotransportado? Pois se não possuir (como na realidade não possui!), não faz muita diferença o alcance máximo do míssil, pois o alcance máximo do radar da fragata não passa do Horizonte radar (vinte cinco, trinta quilômetros?). SM2 é um míssil pensado para proteger GTs com cobertura de aeronaves AWACS, as quais permitem utilizar esses misseis em seu alcance máximo. Mas mesmo sem o AWACS ele é um senhor míssil, traria capacidades muito bem vindas para nossa esquadra. Tudo é claro, dependendo da questão "custos".
Se a MB não possui um radar aerotransportado, é mais uma das várias lacunas na nossa defesa, mas mesmo assim, não tira a utilidade de mísseis de maior alcance, para atacar a frota o inimigo precisa, em algum momento, subir acima do horizonte para identificar nossos navios, nesse momento a presença de mísseis de longo alcance significa que a mera aquisição de alvos já é um risco, sem esse risco nada impediria o inimigo de saturar as defesas.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15671 Mensagem por Luís Henrique » Qua Jan 24, 2018 1:34 pm

Marechal-do-ar escreveu:
Luís Henrique escreveu:Marechal, concordo que o IDEAL seria um S-400 naval com mísseis capazes de abater aeronaves a 400 km de distância, uma vez que MUITOS mísseis anti-navio possuem 300 km de alcance.

Porém, ainda existem muitos mísseis anti-navio de menor alcance e sabemos que na vida real o alcance máximo poucas vezes é o usado.
O Exocet block 3 mais moderno possui 180 km de alcance.
Isso sem falar na versão utilizada em aeronaves, o AM 39 Exocet B2 Mod 2, cerca de 70 km de alcance.

A Rússia está utilizando o sistema antiaéreo REDUT que utiliza mísseis do sistema S-400, porém não utiliza os dois maiores mísseis, utiliza apenas o 9m96 que na versão de maior alcance chega em torno de 120 km.
O Aster 30 utilizado em várias marinhas europeias possui 120 km de alcance.
Portanto o SM-2 MR utilizado nas Adelaide com cerca de 167 km de alcance, ainda que não seja o ideal, é uma capacidade EXCELENTE e melhor em ALCANCE que a maioria das fragatas.
Aqui lembra as velhas brigas no tópico do Gripen, em comparações entre presente e futuro, o presente é Exocet Block 2, mísseis anti-navio com alcance de ~80km e mísseis antiaéreos com alcance de 120km, MAS, esse é o presente, não o futuro, isso é o que as marinhas atualmente tem, mas estão se movendo para aquisição de mísseis anti-navio com alcance de 200km-300km e antiaéreos com alcance de 400km+, daqui a 10 anos, quantas marinhas ainda vão confiar em mísseis anti-navio com alcance menor? Da mesma forma, quantas ficaram restritas a mísseis antiaéreos de alcance menor?

Se a MB contasse com o SM-2 hoje eu não acharia ruim, mas confiar no SM-2 para o futuro significa manter a histórica obsolência.
vplemes escreveu:Quanto a essa questão de alcance dos misseis, por acaso a MB possui algum sistema de radar aerotransportado? Pois se não possuir (como na realidade não possui!), não faz muita diferença o alcance máximo do míssil, pois o alcance máximo do radar da fragata não passa do Horizonte radar (vinte cinco, trinta quilômetros?). SM2 é um míssil pensado para proteger GTs com cobertura de aeronaves AWACS, as quais permitem utilizar esses misseis em seu alcance máximo. Mas mesmo sem o AWACS ele é um senhor míssil, traria capacidades muito bem vindas para nossa esquadra. Tudo é claro, dependendo da questão "custos".
Se a MB não possui um radar aerotransportado, é mais uma das várias lacunas na nossa defesa, mas mesmo assim, não tira a utilidade de mísseis de maior alcance, para atacar a frota o inimigo precisa, em algum momento, subir acima do horizonte para identificar nossos navios, nesse momento a presença de mísseis de longo alcance significa que a mera aquisição de alvos já é um risco, sem esse risco nada impediria o inimigo de saturar as defesas.
Sim. Concordo. Mas sabemos que esse futuro vai DEMORAR UM POUCO, até que a MB tenha condições financeiras de adquirir Fragatas novas, modernas e bem armadas com mísseis antiaéreos de LONGO alcance.
Até lá, a MB pode, através de uma aquisição de oportunidade, possuir uma capacidade de defesa de área BASTANTE RAZOÁVEL com a aquisição de 2 ou 3 Adelaide, desde que oferecidas por preços BAIXOS.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15672 Mensagem por Pablo Maica » Qua Jan 24, 2018 2:16 pm

‘Caldeirão’ das CCT ferve com o custo da Meko A200 feita em casa, e gasto com modernização do AMRJ

http://www.naval.com.br/blog/wp-content/uploads/2018/01/Meko-A200ALG-5-1024x576.jpg

Roberto Lopes
Especial para o Poder Naval

O projeto das Corvetas Classe Tamandaré virou, no setor de Material da Marinha do Brasil (MB), um “caldeirão” que aceita – e ferve com – muitos “temperos”.

Recentemente chamou a atenção de alguns importantes oficiais, sediados no Rio, a notícia dada, quarta-feira da semana passada, pelo correspondente do Grupo Edefa no Chile, Roberto Sandoval Santana,¹ de que, no estaleiro estatal chileno ASMAR (Astilleros y Maestranzas de la Armada), a construção de uma fragata de desenho alemão Blohm & Voss da classe Meko A200, de 3.400 toneladas (a plena carga), pode não ultrapassar os 313 milhões de dólares.

Conforme apurou o Poder Naval, esse é, precisamente, o sonho de alguns militares da MB.

Eles imaginam que a classe Tamandaré, desenvolvida a partir do projeto de algum renomado estaleiro estrangeiro – e com o primeiro navio fabricado fora do país –, possa situar-se em uma faixa de custo entre 270 e 320 milhões de dólares.

Algo bastante significativo já que, durante três ou quatro anos, a Marinha proclamou que fabricaria cada corveta por 450 milhões de dólares, e, há pouco mais de cinco meses,² o próprio comandante da Força, almirante de esquadra Eduardo Leal Ferreira, só baixou esta previsão de custo até o patamar dos 350 milhões de dólares.

AMRJ – O grande problema de se trazer para o Brasil a estimativa noticiada por Sandoval Santana, é que o país não dispõe de um complexo industrial naval do porte de um ASMAR.

“O ASMAR está infinitamente superior ao AMRJ [Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro]”, confidenciou ao Poder Naval um engenheiro da Marinha que prefere não ser identificado. “Acredito que um investimento de cerca de 150 milhões de dólares colocaria o AMRJ em condições de construir navios de escolta de até 10.000t, ou navios auxiliares de até 22.000 t”.

De acordo com essa fonte, o estudo detalhado para essa possível modernização já está pronto.

Esse militar conta que a indústria naval da Coreia do Sul se dispõe a bancar a requalificação técnica do Arsenal, mas quer, em troca, ser a escolhida para o fornecimento das corvetas Tamandaré e de outras embarcações, de maior porte, que sejam do interesse da MB.

O fato é que os “condimentos” relativos à concorrência das CCT ainda estão sendo jogados no “caldeirão” do programa. E nem todos podem gerar o efeito que deles se aguarda.

Por exemplo, o grupo italiano Fincantieri aguarda com grande otimismo a divulgação, a 27 de julho deste ano, do short list que reunirá as melhores ofertas vindas do estrangeiro.

Seu otimismo repousa no fato de que a companhia já dispõe do seu próprio estaleiro no Brasil, situado no litoral de Pernambuco.

As fontes ouvidas pelo Poder Naval concordam que essa é mesmo uma vantagem, e “pode ser que a Ficantieri tenha saído na frente”. Mas elas acrescentam: o fato de possuir o estaleiro é importante, “porém, nada impossível de ser superado por outro concorrente em sua proposta”.

¹No portal defensa.com.
² O almirante Leal Ferreira fez essa estimativa durante entrevista concedida a este articulista, em Brasília, na tarde de 1º de agosto de 2017.
Nota do autor: Os grifos em negrito no texto são de responsabilidade do autor, e pretendem chamar a atenção dos leitores para dados que cobrem, perfeitamente, os requerimentos do Programa de Obtenção de Meios de Superfície (PROSUPER).

http://www.naval.com.br/blog/2018/01/23 ... o-do-amrj/


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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15673 Mensagem por vplemes » Qua Jan 24, 2018 2:51 pm

Pablo Maica escreveu:‘Caldeirão’ das CCT ferve com o custo da Meko A200 feita em casa, e gasto com modernização do AMRJ

http://www.naval.com.br/blog/wp-content/uploads/2018/01/Meko-A200ALG-5-1024x576.jpg
Roberto Lopes
Especial para o Poder Naval

O projeto das Corvetas Classe Tamandaré virou, no setor de Material da Marinha do Brasil (MB), um “caldeirão” que aceita – e ferve com – muitos “temperos”.

Recentemente chamou a atenção de alguns importantes oficiais, sediados no Rio, a notícia dada, quarta-feira da semana passada, pelo correspondente do Grupo Edefa no Chile, Roberto Sandoval Santana,¹ de que, no estaleiro estatal chileno ASMAR (Astilleros y Maestranzas de la Armada), a construção de uma fragata de desenho alemão Blohm & Voss da classe Meko A200, de 3.400 toneladas (a plena carga), pode não ultrapassar os 313 milhões de dólares.

Conforme apurou o Poder Naval, esse é, precisamente, o sonho de alguns militares da MB.

Eles imaginam que a classe Tamandaré, desenvolvida a partir do projeto de algum renomado estaleiro estrangeiro – e com o primeiro navio fabricado fora do país –, possa situar-se em uma faixa de custo entre 270 e 320 milhões de dólares.

Algo bastante significativo já que, durante três ou quatro anos, a Marinha proclamou que fabricaria cada corveta por 450 milhões de dólares, e, há pouco mais de cinco meses,² o próprio comandante da Força, almirante de esquadra Eduardo Leal Ferreira, só baixou esta previsão de custo até o patamar dos 350 milhões de dólares.

AMRJ – O grande problema de se trazer para o Brasil a estimativa noticiada por Sandoval Santana, é que o país não dispõe de um complexo industrial naval do porte de um ASMAR.

“O ASMAR está infinitamente superior ao AMRJ [Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro]”, confidenciou ao Poder Naval um engenheiro da Marinha que prefere não ser identificado. “Acredito que um investimento de cerca de 150 milhões de dólares colocaria o AMRJ em condições de construir navios de escolta de até 10.000t, ou navios auxiliares de até 22.000 t”.

De acordo com essa fonte, o estudo detalhado para essa possível modernização já está pronto.

Esse militar conta que a indústria naval da Coreia do Sul se dispõe a bancar a requalificação técnica do Arsenal, mas quer, em troca, ser a escolhida para o fornecimento das corvetas Tamandaré e de outras embarcações, de maior porte, que sejam do interesse da MB.

O fato é que os “condimentos” relativos à concorrência das CCT ainda estão sendo jogados no “caldeirão” do programa. E nem todos podem gerar o efeito que deles se aguarda.

Por exemplo, o grupo italiano Fincantieri aguarda com grande otimismo a divulgação, a 27 de julho deste ano, do short list que reunirá as melhores ofertas vindas do estrangeiro.

Seu otimismo repousa no fato de que a companhia já dispõe do seu próprio estaleiro no Brasil, situado no litoral de Pernambuco.

As fontes ouvidas pelo Poder Naval concordam que essa é mesmo uma vantagem, e “pode ser que a Ficantieri tenha saído na frente”. Mas elas acrescentam: o fato de possuir o estaleiro é importante, “porém, nada impossível de ser superado por outro concorrente em sua proposta”.

¹No portal defensa.com.
² O almirante Leal Ferreira fez essa estimativa durante entrevista concedida a este articulista, em Brasília, na tarde de 1º de agosto de 2017.
Nota do autor: Os grifos em negrito no texto são de responsabilidade do autor, e pretendem chamar a atenção dos leitores para dados que cobrem, perfeitamente, os requerimentos do Programa de Obtenção de Meios de Superfície (PROSUPER).

http://www.naval.com.br/blog/2018/01/23 ... o-do-amrj/


Um abraço e t+ :)
Bob Lopes? Dá um desanimo.... :roll: :roll: :roll:




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15674 Mensagem por vplemes » Qua Jan 24, 2018 3:04 pm

Marechal-do-ar escreveu:
Luís Henrique escreveu:Marechal, concordo que o IDEAL seria um S-400 naval com mísseis capazes de abater aeronaves a 400 km de distância, uma vez que MUITOS mísseis anti-navio possuem 300 km de alcance.

Porém, ainda existem muitos mísseis anti-navio de menor alcance e sabemos que na vida real o alcance máximo poucas vezes é o usado.
O Exocet block 3 mais moderno possui 180 km de alcance.
Isso sem falar na versão utilizada em aeronaves, o AM 39 Exocet B2 Mod 2, cerca de 70 km de alcance.

A Rússia está utilizando o sistema antiaéreo REDUT que utiliza mísseis do sistema S-400, porém não utiliza os dois maiores mísseis, utiliza apenas o 9m96 que na versão de maior alcance chega em torno de 120 km.
O Aster 30 utilizado em várias marinhas europeias possui 120 km de alcance.
Portanto o SM-2 MR utilizado nas Adelaide com cerca de 167 km de alcance, ainda que não seja o ideal, é uma capacidade EXCELENTE e melhor em ALCANCE que a maioria das fragatas.
Aqui lembra as velhas brigas no tópico do Gripen, em comparações entre presente e futuro, o presente é Exocet Block 2, mísseis anti-navio com alcance de ~80km e mísseis antiaéreos com alcance de 120km, MAS, esse é o presente, não o futuro, isso é o que as marinhas atualmente tem, mas estão se movendo para aquisição de mísseis anti-navio com alcance de 200km-300km e antiaéreos com alcance de 400km+, daqui a 10 anos, quantas marinhas ainda vão confiar em mísseis anti-navio com alcance menor? Da mesma forma, quantas ficaram restritas a mísseis antiaéreos de alcance menor?

Se a MB contasse com o SM-2 hoje eu não acharia ruim, mas confiar no SM-2 para o futuro significa manter a histórica obsolência.
vplemes escreveu:Quanto a essa questão de alcance dos misseis, por acaso a MB possui algum sistema de radar aerotransportado? Pois se não possuir (como na realidade não possui!), não faz muita diferença o alcance máximo do míssil, pois o alcance máximo do radar da fragata não passa do Horizonte radar (vinte cinco, trinta quilômetros?). SM2 é um míssil pensado para proteger GTs com cobertura de aeronaves AWACS, as quais permitem utilizar esses misseis em seu alcance máximo. Mas mesmo sem o AWACS ele é um senhor míssil, traria capacidades muito bem vindas para nossa esquadra. Tudo é claro, dependendo da questão "custos".
Se a MB não possui um radar aerotransportado, é mais uma das várias lacunas na nossa defesa, mas mesmo assim, não tira a utilidade de mísseis de maior alcance, para atacar a frota o inimigo precisa, em algum momento, subir acima do horizonte para identificar nossos navios, nesse momento a presença de mísseis de longo alcance significa que a mera aquisição de alvos já é um risco, sem esse risco nada impediria o inimigo de saturar as defesas.
Só por curiosidade, além da USNavy, Rússia e talvez chineses, quem mais está investindo em misseis AA navais com alcance de 400 Km? Os europeus tem os Aster 15/30, Sea Ceptor, e mais algum que não lembro agora e todos tem alcance abaixo de 200 Km (e não me consta que estejam planejando algo acima disso), japoneses, coreanos, sul africanos, indianos e israelenses até onde saiba também não estão desenvolvendo algo do tipo.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15675 Mensagem por Marechal-do-ar » Qua Jan 24, 2018 3:37 pm

Japoneses e coreanos já adotaram o SM-6, nada impede que outros usuários do MK-41 também o adotem, os franceses pretendem colocar o SM-6 no Sylver, então, outras marinhas que usam esse sistema poderiam fazer o mesmo.




"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
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