Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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tgcastilho
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Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#1 Mensagem por tgcastilho » Dom Set 27, 2009 8:13 pm

tgcastilho escreveu:
Nukualofa77 escreveu:Putz era só o q faltava... vá estudar meu caro antes de falar uma asneira dessa... talvez ele devam agradecer pelo genocídio, escravidão, exploração da mão-de-obra, de seus recursos naturais, pela discriminação fenótipa e dezenas de outras atrocidades... ainda me posta um vídeo feito por saudozistas colonialistas q até salazaristas devem ser... cada um q me apareçe...

Estudar vá você.Se não conhece a historia do Império Colonial Português,aprenda antes de dizer essas barbaridades da boca para fora?
Nukualofa77 escreveu:Conheço e muito bem. Agora, não estou falando dos séculos XVI-XIX, mas do colonialismo PÓS-SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, entendeste? Ninguém terá uma justificativa razoável para defender isso, ponto. Nada mais reacionário do q querer justificar ações de ditaduras podres como a de Salazar. Assim como ações de belgas, franceses, holandeses e ingleses após sua luta pela liberdade EUROPÉIA na WWII. As guerras coloniais não se justificam pela Guerra Fria mas pela retomada do controle desses territórios... As fatos dizem por eles mesmos... Enfim, ponto final... Leia Frantz Fanon e saberá do q digo... não existem justificativas políticas e militares para isso, apenas econômicas...
Este assunto está encerrado para mim, se não quiserem criar um tópico para discutir o assunto em outro nível então não insistam no assunto... não me venham com subterfúgios superficiais se não puderem sustentar seus argumentos... a fuga é o refúgio da falta deles... É lamentável q alguém ainda justifique crimes contra a humanidade pós-WWII...

Crimes contra a Humanidade,foi o que animais da UPA e MPLA e outros que tais perpetuaram,com ajuda dos seus amigos comunas.


O que é que o Frantz Fanon,que diga-se de passagem é um traidor, tem a ver com o Portugal Ultramarino?


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"Socialist governments traditionally do make a financial mess. They [socialists] always run out of other people's money. It's quite a characteristic of them."
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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#2 Mensagem por Al Zarqawi » Dom Set 27, 2009 8:21 pm

Um tema interessantíssimo.Mas não começou da melhor maneira.Espero que melhore pois assuntos é o que não falta.

Abs,




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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#3 Mensagem por Enlil » Dom Set 27, 2009 9:30 pm

tgcastilho escreveu:
tgcastilho escreveu:
Estudar vá você.Se não conhece a historia do Império Colonial Português,aprenda antes de dizer essas barbaridades da boca para fora?
Nukualofa77 escreveu:Conheço e muito bem. Agora, não estou falando dos séculos XVI-XIX, mas do colonialismo PÓS-SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, entendeste? Ninguém terá uma justificativa razoável para defender isso, ponto. Nada mais reacionário do q querer justificar ações de ditaduras podres como a de Salazar. Assim como ações de belgas, franceses, holandeses e ingleses após sua luta pela liberdade EUROPÉIA na WWII. As guerras coloniais não se justificam pela Guerra Fria mas pela retomada do controle desses territórios... As fatos dizem por eles mesmos... Enfim, ponto final... Leia Frantz Fanon e saberá do q digo... não existem justificativas políticas e militares para isso, apenas econômicas...
Este assunto está encerrado para mim, se não quiserem criar um tópico para discutir o assunto em outro nível então não insistam no assunto... não me venham com subterfúgios superficiais se não puderem sustentar seus argumentos... a fuga é o refúgio da falta deles... É lamentável q alguém ainda justifique crimes contra a humanidade pós-WWII...

Crimes contra a Humanidade,foi o que animais da UPA e MPLA e outros que tais perpetuaram,com ajuda dos seus amigos comunas.


O que é que o Frantz Fanon,que diga-se de passagem é um traidor, tem a ver com o Portugal Ultramarino?


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Acho q tu não está entendendo meu ponto de vista amigo. Para começar eu não estava falando de Portgal especificamente mas de todas as potências coloniais.
Condenar a insistência salazarista de uma política colonial reacionária, injustificável do ponto de vista humanitário não é condenar Portugal, entendes? Não confundo país com governo. Sou da opinião de que Portugal, de acordo com seu tamanho e recursos, fez uma das realizações mais fantásticas do mundo ocidental com sua política de expansão ultramarina. Na há dúvida disso, chegaram a até a Índia, China e Japão em caravelas, fantástico! Tenho orgulho de meu país e a Portugal devemos nossa língua e o cerne de nossa identidade cultural. Tranquilo? Vou condenar com olhos contemporâneos uma política do século XVI ou XIX? não, inclusive isso não tem fundamento. Com sabemos até a WWII não havia parâmetro para defesa de idéias e políticas de auto-determinação dos povos, contra segregação e descriminação racial ou étnica. Com é sabido até países acima de qualquer supeita como a Suécia tinham políticas públicas eugênicas, políticas com fortes defensores inclusive nos EUA... Sem faalr no anti-semitismo disseminado por todo a Europa, não só na Alemanha. O quero q entendas é q eu condeno a política colonial pós-WWII, não só portuguesa, mas francesa, holandesa, belga e inglesa, embora estes últimos tenham tido a iniciativa de descolonização, uma demanda criada sobretudo pelos soldados coloniais q lutaram pela liberdade européia. A manutenção e retomada da política colonial é absolutamente ilegítima após as terríveis consequências da WWII. Inadimissível se defender a liberdade e auto-determinação européia e negá-la a África e Ásia. Sobretudo após a declaração dos direito humanos pela ONU. Pode-se até se explicar a política colonial pós-WWII, no entanto não existem argumentos minimamente razoáveis para justificá-la. Certo?

Outra questão fundamental é q a manutenção da política colonial por parte de Portugal e sua retomada pela França, Holanda, Bélgica e Inglaterra no pós-guerra deve-se sobretudo a fatores ECONÔMICOS, não políticos ou militares. Não tenho dúvida disso. Outro ponto é posição anti-colonial dos EUA e URSS. A questão fundamental é q ANTES da inserção dos países da África ou Ásia em um dos eixos antagônicos dessas duas superpotências a principal demanda das colônias era a sua INDEPENDÊNCIA.

Enfim, espero q agora os pontos principais estejam entendidos. Minha opinião não é do ponto de vista político mas sim de um perspectiva moral é etica. [], até mais...




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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#4 Mensagem por Paisano » Dom Set 27, 2009 9:51 pm

Al Zarqawi escreveu:Um tema interessantíssimo.Mas não começou da melhor maneira.Espero que melhore pois assuntos é o que não falta.

Abs,
Assino embaixo!!! :?




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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#5 Mensagem por Enlil » Dom Set 27, 2009 10:03 pm

tgcastilho escreveu:
tgcastilho escreveu:
Estudar vá você.Se não conhece a historia do Império Colonial Português,aprenda antes de dizer essas barbaridades da boca para fora?
Nukualofa77 escreveu:Conheço e muito bem. Agora, não estou falando dos séculos XVI-XIX, mas do colonialismo PÓS-SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, entendeste? Ninguém terá uma justificativa razoável para defender isso, ponto. Nada mais reacionário do q querer justificar ações de ditaduras podres como a de Salazar. Assim como ações de belgas, franceses, holandeses e ingleses após sua luta pela liberdade EUROPÉIA na WWII. As guerras coloniais não se justificam pela Guerra Fria mas pela retomada do controle desses territórios... As fatos dizem por eles mesmos... Enfim, ponto final... Leia Frantz Fanon e saberá do q digo... não existem justificativas políticas e militares para isso, apenas econômicas...
Este assunto está encerrado para mim, se não quiserem criar um tópico para discutir o assunto em outro nível então não insistam no assunto... não me venham com subterfúgios superficiais se não puderem sustentar seus argumentos... a fuga é o refúgio da falta deles... É lamentável q alguém ainda justifique crimes contra a humanidade pós-WWII...

Crimes contra a Humanidade,foi o que animais da UPA e MPLA e outros que tais perpetuaram,com ajuda dos seus amigos comunas.


O que é que o Frantz Fanon,que diga-se de passagem é um traidor, tem a ver com o Portugal Ultramarino?


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Traidor? porque? Mais uma coisa q me esqueci: e a UNITA? apoiada pelos EUA e pelo governo racista da África do Sul era o q?




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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#6 Mensagem por Al Zarqawi » Dom Set 27, 2009 11:50 pm

Portugal no pós II Guerra... > Política de Defesa - A... > A Viragem
Política de defesa - A viragem

António José Telo

Portugal entra relutantemente para a NATO, numa altura em que ainda pensa que a Europa se tem de unir estreitamente com a África e regressar aos valores tradicionais, como forma de recuperar parte do seu peso anterior. Lisboa compreende já que a Inglaterra perdeu grande parte do seu poder, o que obriga a tentar algum tipo de aproximação com os EUA, mas acha que o secular aliado é ainda a principal referência no que diz respeito à manutenção do império. Em termos da Europa, Portugal aproximou-se da Espanha no pós-guerra e tem uma série de acordos com o país vizinho que consideram várias hipóteses, incluindo a defesa mútua dos regimes em caso de golpe de Estado num dos países.

A entrada na NATO é encarada com fortes reservas pelo país, pois teme-se a maior dependência em relação aos EUA que ela representa e as consequências em relação a África. É, no entanto, entendida como mal necessário, pois assegura a aproximação possível com os EUA numa altura em que a Inglaterra já não garante as funções tradicionais da aliança. É ainda a única forma de conseguir a modernização das Forças Armadas.

Portugal pressiona em vão para que a NATO prepare planos de defesa da Península que incluam a Espanha e para que alargue a sua esfera de acção a África. Os EUA não permitem a inclusão dos impérios europeus, abrindo só uma excepção relativamente a alguns departamentos da Argélia francesa. Washington deixa claro que a NATO se baseia numa espécie de acordo de cavalheiros em relação a África, nunca escrito mas real: os EUA não se envolvem na defesa activa dos impérios europeus, mas não fazem igualmente oposição agressiva à sua manutenção e asseguram mesmo apoio indirecto, pelo menos até 1959.

Os EUA aproveitam a NATO para levar o nosso país a assinar o acordo de defesa de 1951 e remodelar as Forças Armadas. A ajuda militar americana chega desde 1951 e, com ela, vêm as principais tecnologias importantes do pós-guerra. Os seus efeitos nas Forças Armadas são imensos e a todos os níveis. É preciso recordar que as tecnologias não existem em abstracto: ligadas a elas estão formas organizativas que não podem ser afastadas, estão níveis de formação e de educação específicos, assim como novas formas de motivar, enquadrar e comandar homens, ou seja, estão mentalidades.

As mudanças nas Forças Armadas e na política de defesa com a entrada na NATO são multifacetadas.

Em primeiro lugar, muda a própria articulação com o poder político, reduzindo-se o grau de autonomia dos militares e das duas armas tradicionais (Exército e Marinha), com a criação de organismos de coordenação da política de defesa, do estado-maior conjunto, do ministro da Defesa e do subsecretário de Estado da Aeronáutica e da Força Aérea.

Em segundo lugar, muda por completo o conceito de política militar do país. Antes, pensava-se em Forças Armadas que tinham a tónica num exército de massas (15 divisões), virado para a actuação na Península. Depois da NATO, passa a vigorar o conceito de uma força armada moderna e menor, onde a tónica é colocada na componente aeronaval. A participação de forças nacionais no teatro de operações europeu passa para segundo plano. As forças do ultramar são concentradas nas capitais de província, de modo a poder reforçar o continente em caso de guerra, ou seja, o contrário do esquema usual.

Em terceiro lugar, ascende rapidamente aos postos mais elevados uma geração de oficiais que passa, em larga medida, por cursos e estágios no estrangeiro. São oficiais com conhecimento técnico muito superior aos do passado, com clara admiração pela eficácia dos métodos de comando e de organização dos americanos e, o que é muito mais perigoso para o Estado Novo, com a noção de que as técnicas e métodos que admiram estão ligados a uma forma de motivação e educação dos homens associada ao funcionamento normal das democracias ocidentais. Desta geração NATO, que sobe muito rapidamente, saem os grandes críticos do imobilismo político do Estado Novo, em ligação directa com o presidente Craveiro Lopes. É uma geração nova que pressiona para aplicar reformas graduais no sentido de aproximar o pais do modelo político e económico das democracias ocidentais. Em relação a África, a geração NATO defende, numa primeira fase, um esquema de evolução gradual e controlada, que vá no sentido de maior autonomia e desenvolvimento do ultramar, sem a perda completa dos laços políticos.

É esta geração NATO que está por detrás dos abalos que acompanham a fase inicial do mandato de Craveiro Lopes, a campanha presidencial de 1958 e, finalmente, do golpe de Botelho Moniz, em 1961, onde é já a alta hierarquia que intervém.

A NATO funciona assim como verdadeiro aprendiz de feiticeiro em termos de forças armadas. Introduz em Portugal as tecnologias do pós-guerra e, com isso, cria nova organização e nova mentalidade. Sem essas mudanças, nunca as forças armadas teriam a eficácia necessária para manter a longa guerra de 13 anos em três frentes. Mas, ao mesmo tempo, cria uma geração de oficiais que encara criticamente, e com fortes reservas, o imobilismo do regime, nomeadamente em relação a África.

É essa geração que intervém em força em 1961, não tanto para impedir a guerra, mas para alterar os pressupostos políticos básicos que a orientaram quando ela começa. Recordamos que os chefes do golpe de Botelho Moniz são os oficiais que mais amplos contactos estabeleceram com a NATO nos anos anteriores.

Quando o golpe falha - não nos interessam as razões -, será ainda a geração NATO que faz as guerras em África, marcadas desde o primeiro momento pelos métodos, organização e técnicas que foram introduzidas nas Forças Armadas Portuguesas desde 1951.
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Comentário
Coloquei este texto,uma vez que Portugal sai do pós-guerra com um cenário geo-político estratégico totalmente novo,não só para Portugal mas para todo o Continente europeu.A hegemonia mundial muda de Continente,a Inglaterra perde a influência e assume-se uma nova potência mundial os EUA.
Portugal que outrora e como aliado da Inglaterra secularmente,tem de estreitar relações com essa nova potência e com outros conceitos e mentalidades.
A Europa,toda desarrumada políticamente e a peninsula ibérica com ditaduras que sairam fortalecidas do pós-guerra (Salazar e Franco).Por exemplo,em antes da II Guerra Mundial,não se davam nada bem,ambos pessoalmente nunca gostaram um do outro,pós-guerra modifica-se essa opinião,é curioso isto.
A Alemanha,perde suas colónias em África e alguns países pretendem reforçar sua presença como a Bélgica e Itália (Norte de África).
Neste contexto de descolonização por parte das potências europeias (Inglaterra e França),aparecem os legitimos nacionalismos africanos e para enumerar aqueles que mais interferiram em Portugal,podemos citar o Amilcar Cabral (Guiné e Cabo Verde)e Agostinho Neto (Angola).Podemos também citar um personagem neste puzzle o Leopold Senghor (Senegal) com quem o Estado Salazarista teve inúmeros e inpublicáveis episódios.Vale lembrar que em 1961,Portugal tinha perdido Goa,Damão e Diu (na Índia),também por esse nacionalismo desta vez de Nehru.
Quanto a Salazar era um prodigioso académico,saído de um mundo rural e interiorâneo tinha um conceito de Portugal e do mundo algo peculiares.
Para ele,Portugal deveria ser um país tipicamente rural e que se projectasse no mundo através das colónias Ultramarinas.E,é nesse contexto entre outras que se deve abordar tal tema.
Isto é muito básico o tema é diverso e por demais complexo.O mundo pós-guerra é completamente distinto do anterior,os cenários imprevisiveis com novos protagonistas e interesses comuns entre todos.
Mas essas disputas territoriais não se passam só em África,Portugal mesmo sofreu o interesse dos EUA pelos Açores (aliás gostaria que alguém desenvolvesse o tema,por ser demais interessante).
Do ponto de vista interno dá-se a forte migração portuguesa para principalmente o Brasil (inicio dos anos 50,por motivos económicos)e a partir dos anos 60 para a França e Alemanha,nesta década e inicio da 70,muita emigrava em virtude da Guerra Colonial,já não só por motivos económicos.E,convém dizer que essa forte emigração até hoje é visivel por todo o país principalmente na desertificação do interior.
É nessa conflitualidade de interesses que as situações se passam.
Enfim há tanto que dizer,isto abrange os anos de 1945 a 1974(Revolução dos Cravos).
Isto apenas é uma opinião e vale pelo que vale.

Abs,




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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#7 Mensagem por tgcastilho » Seg Set 28, 2009 5:30 am

Nukualofa77 escreveu:


Acho q tu não está entendendo meu ponto de vista amigo. Para começar eu não estava falando de Portgal especificamente mas de todas as potências coloniais.
Condenar a insistência salazarista de uma política colonial reacionária, injustificável do ponto de vista humanitário não é condenar Portugal, entendes? Não confundo país com governo. Sou da opinião de que Portugal, de acordo com seu tamanho e recursos, fez uma das realizações mais fantásticas do mundo ocidental com sua política de expansão ultramarina. Na há dúvida disso, chegaram a até a Índia, China e Japão em caravelas, fantástico! Tenho orgulho de meu país e a Portugal devemos nossa língua e o cerne de nossa identidade cultural. Tranquilo? Vou condenar com olhos contemporâneos uma política do século XVI ou XIX? não, inclusive isso não tem fundamento. Com sabemos até a WWII não havia parâmetro para defesa de idéias e políticas de auto-determinação dos povos, contra segregação e descriminação racial ou étnica. Com é sabido até países acima de qualquer supeita como a Suécia tinham políticas públicas eugênicas, políticas com fortes defensores inclusive nos EUA... Sem falar no anti-semitismo disseminado por todo a Europa, não só na Alemanha. O quero q entendas é q eu condeno a política colonial pós-WWII, não só portuguesa, mas francesa, holandesa, belga e inglesa, embora estes últimos tenham tido a iniciativa de descolonização, uma demanda criada sobretudo pelos soldados coloniais q lutaram pela liberdade européia. A manutenção e retomada da política colonial é absolutamente ilegítima após as terríveis consequências da WWII. Inadimissível se defender a liberdade e auto-determinação européia e negá-la a África e Ásia. Sobretudo após a declaração dos direito humanos pela ONU. Pode-se até se explicar a política colonial pós-WWII, no entanto não existem argumentos minimamente razoáveis para justificá-la. Certo?

Outra questão fundamental é q a manutenção da política colonial por parte de Portugal e sua retomada pela França, Holanda, Bélgica e Inglaterra no pós-guerra deve-se sobretudo a fatores ECONÔMICOS, não políticos ou militares. Não tenho dúvida disso. Outro ponto é posição anti-colonial dos EUA e URSS. A questão fundamental é q ANTES da inserção dos países da África ou Ásia em um dos eixos antagônicos dessas duas superpotências a principal demanda das colônias era a sua INDEPENDÊNCIA.

Enfim, espero q agora os pontos principais estejam entendidos. Minha opinião não é do ponto de vista político mas sim de um perspectiva moral é etica. [], até mais...
Prezado Nukualofa77, de facto estávamos a falar de "coisas" diferentes,mas penso que agora já estamos endireitados,por assim dizer.

Dado a temática do tópico ser Portugal,vou me referir a esse.

Eu em parte concordo consigo,pois defendo,também, que todos os povos tem direito a auto-determinação,porém devemos perceber que autodeterminação difere bastante de Independência.


E nisto devemos atentar a primeira realidade:
Esta primeira realidade contém a verdade, verdade importante, das populações ultramarinas da época, não só não terem o menor sentimento nacional próprio, mas apenas sentimentos fortemente tribais, como terem por única ligação "forte", entre si, a sua "qualidade" portuguesa.

E nisto vem a segunda realidade,a segunda realidade é a de que as mesmas populações,acima referidas, usufruíam de um esforço imenso que se fazia, nos anos 60 e começo dos anos 70, no sentido da sua promoção em geral,isto é educação,mas, mesmo assim, essas populações não possuíam, ainda, características que lhes permitissem autodeterminações minimamente autênticas e governações, se disso fosse o caso, minimamente capazes. As autodeterminações seriam forçosamente uma obtusidade e, no caso das independências, estas seriam fatalmente o caos,como, de resto, sucedeu e de forma trágica.

Traidor? porque? Mais uma coisa q me esqueci: e a UNITA? apoiada pelos EUA e pelo governo racista da África do Sul era o q?

Sim senhor,mão sei se sabe,mas o Dr Frantz Fanon,fez parte da FLN.

A UNITA estava mais preocupada com o MPLA,do que com os Portugueses,mas não nos devemos esquecer de quem os ajudou,qualquer dia podemos ter que retribuir o favor. :mrgreen:


Já agora a UNITA,não era auxiliada pela África do Sul.


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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#8 Mensagem por Enlil » Seg Set 28, 2009 6:12 am

Tu está utilizando um argumento do século XIX para justificar a política colonial do pós-WWII: a incapacidade de auto-governança - eles são incapazes, não tem a mínima condição de serem independentes! q absurdo! quem era responsável pela política colonial meu jovem? responda essa pergunta... ou será q os africanos são seres humanos incapazes, desprovidos de intelecto?

Frantz Fanon foi da FLN sim, sabe desde quando? depois de suas experiência como psiquiatra em um hospital do exército francês em q testemunhou as atrocidades da política colonial francesa!... Seu argumento para desqualificá-lo não se sustenta por si só.

A UNITA não era apoiada pelo governo racista da África do Sul e pelo EUA? tudo durante o embargo pelo apartheaid! tu ignora este fato facilmente comprovado? Já ouviu falar na Batalha de Cuito Cuanavale? só para falar da maior. Quem sabe o google te ajude... tem até fotos da SADF em Angola junto com a UNITA :lol:...

Na boa, agora são 05:50am estou cansado e vou dormir, então me faça o favor de ter argumentos muito melhores q estes e eleve muito o nível do debate. Porque se continuar assim me recuso a perder tempo rebatendo argumentos fácilmente questionáveis. Não quero ser o dono da verdade, muito menos arrogante, só q há a coisas q não se pode questionar, muito menos NEGAR. E isso transcende qualquer discussão superficial sobre "ideologias". Enfim, tenho material disponível para discutir... então não me venha com pseudo-argumentos... Até mais...




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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#9 Mensagem por tgcastilho » Seg Set 28, 2009 8:36 am

Nukualofa77 escreveu:Tu está utilizando um argumento do século XIX para justificar a política colonial do pós-WWII: a incapacidade de auto-governança - eles são incapazes, não tem a mínima condição de serem independentes! q absurdo! quem era responsável pela política colonial meu jovem? responda essa pergunta... ou será q os africanos são seres humanos incapazes, desprovidos de intelecto?

Frantz Fanon foi da FLN sim, sabe desde quando? depois de suas experiência como psiquiatra em um hospital do exército francês em q testemunhou as atrocidades da política colonial francesa!... Seu argumento para desqualificá-lo não se sustenta por si só.

A UNITA não era apoiada pelo governo racista da África do Sul e pelo EUA? tudo durante o embargo pelo apartheaid! tu ignora este fato facilmente comprovado? Já ouviu falar na Batalha de Cuito Cuanavale? só para falar da maior. Quem sabe o google te ajude... tem até fotos da SADF em Angola junto com a UNITA :lol:...

Na boa, agora são 05:50am estou cansado e vou dormir, então me faça o favor de ter argumentos muito melhores q estes e eleve muito o nível do debate. Porque se continuar assim me recuso a perder tempo rebatendo argumentos fácilmente questionáveis. Não quero ser o dono da verdade, muito menos arrogante, só q há a coisas q não se pode questionar, muito menos NEGAR. E isso transcende qualquer discussão superficial sobre "ideologias". Enfim, tenho material disponível para discutir... então não me venha com pseudo-argumentos... Até mais...
Mas isso foi no período pós-independência,peço desculpa por não poder dizer mais,mas estou na minha hora de almoço e tenho pouco tempo.


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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#10 Mensagem por P44 » Seg Set 28, 2009 9:03 am

isso é verdade, antes da independência a Unita era apoiada pela PIDE... 8-]




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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#11 Mensagem por pt » Seg Set 28, 2009 11:14 am

Quando nos anos 60 começou o conflito a UNITA recebeu apoio da República Popular da China. Foi na China que Savimbi e os operacionais da UNITA receberam treino militar e foi da China que foram enviadas armas para a UNITA.

Desde o inicio que o movimento pró ocidental era a FNLA e não a UNITA. A UNITA era o movimento mais importante porque representava os ovimbundos que eram quase 70% da população de Angola.

A UNITA só estabeleceu contactos com as autoridades portuguesas no final dos anos 60 e até 1971 ou 1972. A UNITA começou a colaborar com as autoridades portuguesas quando o processo de africanização passou a permitir dar cargos administrativos aos africanos. O Pai do Savimbi recebeu um cargo na administração regional em Angola.

A ligação entre a UNITA e a África do Sul ocorre quando a China se volta para o ocidente depois da visita de Nixon à China e especialmente depois da morte de Mao Tse Tung.
Aí, a UNITA vai apoiar-se na África do Sul quando o braço chinês desapareceu e quando a administração portuguesa foi transferida para uma minoria étnica que controlava Luanda com o apoio da União Soviética e dos mercenários Cubanos alugados à peça por Moscovo.

O facto de os africanos não terem capacidade para se governar não é preconceito do século XIX é um facto absolutamente óbvio do século XXI ! ! !

A maioria da população africana encontrava-se na idade da pedra no século XX e em muitos casos assim continua, décadas depois das independências.
O processo de ocidentalização que os portugueses inciaram (demasiado tarde, reconheço) destinava-se a criar uma elite africana que pudesse tomar as redeas do poder, mantendo no entanto uma relação com Portugal. A União Soviética não estava interessada nisso.

Praticamente todos os regimes africanos resultaram em fracassos, decadência, fome, miséria, genocídio.
Os massacres do Ruanda, os massacres na Nigéria e no Biafra, as fomes endémicas na Etiópia, a falência do estado na Somália, a indigência intelectual que levou à super-hiper-inflação no Zimbabwe, são exemplos que me vêm à memória mas haverá centenas de outros.

A História de África é uma sucessão de fracassos, em cima de fracassos e não adianta culpar os europeus.

Dizer que os africanos estavam preparados para guiar os seus países é a mesma coisa que afirmar que podemos ir buscar os indios a uma tribo amazonica e colocar os indios em Brasilia para administrar o Brasil.

É um disparate, resultado do preconceito, da desinformação e da mentira, a que já estamos infelizmente habituados por estas paragens...


Cumprimentos




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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#12 Mensagem por Al Zarqawi » Seg Set 28, 2009 11:36 am

pt escreveu: O facto de os africanos não terem capacidade para se governar não é preconceito do século XIX é um facto absolutamente óbvio do século XXI ! ! !

A maioria da população africana encontrava-se na idade da pedra no século XX e em muitos casos assim continua, décadas depois das independências.
O processo de ocidentalização que os portugueses inciaram (demasiado tarde, reconheço) destinava-se a criar uma elite africana que pudesse tomar as redeas do poder, mantendo no entanto uma relação com Portugal. A União Soviética não estava interessada nisso.

Praticamente todos os regimes africanos resultaram em fracassos, decadência, fome, miséria, genocídio.
Os massacres do Ruanda, os massacres na Nigéria e no Biafra, as fomes endémicas na Etiópia, a falência do estado na Somália, a indigência intelectual que levou à super-hiper-inflação no Zimbabwe, são exemplos que me vêm à memória mas haverá centenas de outros.

A História de África é uma sucessão de fracassos, em cima de fracassos e não adianta culpar os europeus.

Dizer que os africanos estavam preparados para guiar os seus países é a mesma coisa que afirmar que podemos ir buscar os indios a uma tribo amazonica e colocar os indios em Brasilia para administrar o Brasil.

É um disparate, resultado do preconceito, da desinformação e da mentira, a que já estamos infelizmente habituados por estas paragens...


Cumprimentos

Perfeito.Acrescentaria e no caso da áfrica lusófona,o que ocorreu em Angola e Moçambique,pós-independência.Basta ler.
Não estou com isto justificando o colonialismo português,na minha opinião quando começaram Portugal deveria-se ter retirado e eles que se entendessem,como o fizeram da forma trágica pós 25 de Abril,mas aí já não era nada com Portugal.




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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#13 Mensagem por Dieneces » Seg Set 28, 2009 2:29 pm

Eu estava lendo o tópico e ia meter o meu bedelho na tentativa de contribuir para esclarecer a questão . Mas não deu tempo , o PT disse exatamente o que eu ia dizer... . Nukualofa , você está se baseando na guerra dos anos 80... No seu início , na década de 60 e quando da independência , em 1975 , o quadro de apoios era bem diferente...




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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#14 Mensagem por Dieneces » Seg Set 28, 2009 2:38 pm

A maior tragédia contemporânea para Portugal foi perder (ou abandonar) Angola...e a maior tragédia da história angolana foi se tornar independente de Portugal...unidos seriam uma potência hoje...E pensar que a guerra (ou como queiram chamar o conflito angolano pré-independência) já estava ganha pelos portugueses , um dos raros casos de de sucesso na supressão de movimentos independentista à época....




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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial

#15 Mensagem por P44 » Seg Set 28, 2009 2:54 pm

Dieneces escreveu:A maior tragédia contemporânea para Portugal foi perder (ou abandonar) Angola...e a maior tragédia da história angolana foi se tornar independente de Portugal...unidos seriam uma potência hoje...E pensar que a guerra (ou como queiram chamar o conflito angolano pré-independência) já estava ganha pelos portugueses , um dos raros casos de de sucesso na supressão de movimentos independentista à época....

o salazar que não tivesse sido idiota, e tivesse negociado uma transição para a independência como fizeram os países civilizados.

Depois a juntar á festa, Angola foi transformado em tabuleiro de xadrez da guerra fria, de um lado a URSS, do outro os "grandes amigos" americanos de Portugal.




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