Geopolítica Energética
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Geopolítica Energética
29/05/2009 - 07h52
Ártico pode ter maior jazida de gás e petróleo do mundo, diz relatório
da Efe, em Washington
A plataforma do Círculo Polar Ártico poderia esconder jazidas de gás natural e petróleo maiores do que se tinha calculado até agora, disseram cientistas americanos em um relatório publicado hoje na revista "Science".
Segundo os pesquisadores do USGS (Instituto Geológico dos Estados Unidos, na sigla em inglês), a região provavelmente contém 30% do gás natural não descoberto no mundo. Além disso, abrigaria 13% de todo o petróleo do planeta ainda não descoberto, acrescentaram.
Até agora, o USGS tinha calculado que, no Ártico, poderia haver 90 bilhões de barris de petróleo. Mas o novo estudo, baseado nas análises das rochas sedimentares, revela que essas reservas poderiam ser de entre 40 bilhões e 160 bilhões de barris, segundo os cientistas.
As reservas, tanto de petróleo como de gás, estariam a menos de 500 metros da água, e a região constitui uma das poucas que restam no mundo ainda acessíveis à prospecção.
No entanto, os cientistas advertiram de que, em termos gerais, a quantidade é relativamente pequena comparada com as reservas comprovadas dos principais países exportadores.
"Isto não significa que haverá alguma mudança global no equilíbrio mundial do petróleo", disse Donald Gautier, geólogo do USGS, que realizou os estudos com a colaboração de uma equipe internacional de cientistas.
Por outra vez, destacou que a descoberta poderia ser especialmente importante para as nações que fazem divisa com o Círculo Polar Ártico: Canadá, Dinamarca (através da Groenlândia), Noruega, Rússia e Estados Unidos.
A exploração nas águas do Ártico está nos primeiros períodos e empresas como Exxonmobil e outras companhias petrolíferas já começaram a trabalhar em algumas regiões, como o mar de Barents, o delta do Mackenzie e a bacia de Sverdrup, assim como frente às costas do Alasca.]
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinh ... 3551.shtml
Ártico pode ter maior jazida de gás e petróleo do mundo, diz relatório
da Efe, em Washington
A plataforma do Círculo Polar Ártico poderia esconder jazidas de gás natural e petróleo maiores do que se tinha calculado até agora, disseram cientistas americanos em um relatório publicado hoje na revista "Science".
Segundo os pesquisadores do USGS (Instituto Geológico dos Estados Unidos, na sigla em inglês), a região provavelmente contém 30% do gás natural não descoberto no mundo. Além disso, abrigaria 13% de todo o petróleo do planeta ainda não descoberto, acrescentaram.
Até agora, o USGS tinha calculado que, no Ártico, poderia haver 90 bilhões de barris de petróleo. Mas o novo estudo, baseado nas análises das rochas sedimentares, revela que essas reservas poderiam ser de entre 40 bilhões e 160 bilhões de barris, segundo os cientistas.
As reservas, tanto de petróleo como de gás, estariam a menos de 500 metros da água, e a região constitui uma das poucas que restam no mundo ainda acessíveis à prospecção.
No entanto, os cientistas advertiram de que, em termos gerais, a quantidade é relativamente pequena comparada com as reservas comprovadas dos principais países exportadores.
"Isto não significa que haverá alguma mudança global no equilíbrio mundial do petróleo", disse Donald Gautier, geólogo do USGS, que realizou os estudos com a colaboração de uma equipe internacional de cientistas.
Por outra vez, destacou que a descoberta poderia ser especialmente importante para as nações que fazem divisa com o Círculo Polar Ártico: Canadá, Dinamarca (através da Groenlândia), Noruega, Rússia e Estados Unidos.
A exploração nas águas do Ártico está nos primeiros períodos e empresas como Exxonmobil e outras companhias petrolíferas já começaram a trabalhar em algumas regiões, como o mar de Barents, o delta do Mackenzie e a bacia de Sverdrup, assim como frente às costas do Alasca.]
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinh ... 3551.shtml
- FOXTROT
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Re: Geopolítica Energética
Não me surpreende o interesse que esta região desperta nas potências mundiais, cada qual querendo se declarar soberana sobre a maior parte possível deste território.
"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
- Pedro Gilberto
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Re: Geopolítica Energética
Esse mês saiu uma reportagem na National Geographic sobre a questão da divisão do Ártico entre os países citados e sobre essa questão do Petróleo na região
Quem se interessar:
http://viajeaqui.abril.com.br/national- ... 0494.shtml
[]'s
Quem se interessar:
http://viajeaqui.abril.com.br/national- ... 0494.shtml
[]'s
"O homem erra quando se convence de ver as coisas como não são. O maior erro ainda é quando se persuade de que não as viu, tendo de fato visto." Alexandre Dumas
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Re: Geopolítica Energética
09/06/2009 - 08h48
Shell pagará US$ 15,5 milhões por mortes de ativistas na Nigéria
da BBC
A gigante do petróleo Shell concordou em pagar US$ 15,5 milhões (mais de R$ 30 milhões) de indenização a familiares de vítimas de abusos de direitos humanos na Nigéria. O valor foi fechado como parte de um acordo extrajudicial que conclui uma ação coletiva movida contra a Shell nos Estados Unidos em 1995.
A empresa foi acusada em cortes americanas de cumplicidade na morte de ativistas nigerianos pela preservação do meio ambiente, entre eles o Nobel de Literatura Ken Saro-Wiwa, enforcado em 1995.
O caso foi levado à Justiça pelos parentes de Saro-Wiwa e de oito outros ativistas enforcados depois de condenados por um tribunal militar nigeriano. Os homens executados pertenciam ao grupo étnico Ogoni, do Delta do Rio Níger. Eles realizavam uma campanha pelos direitos do povo local e protestavam contra a poluição causada pela indústria do petróleo.
As mortes provocaram uma onda de protestos internacionais.
A Shell negou reiteradamente as alegações feitas no tribunal, de que foi cúmplice na violação dos direitos humanos perpetrada pelo governo militar da época, que incluíram tortura e execução sumária. A companhia também foi acusada de ajudar a financiar os militares nigerianos. A empresa disse que concordou em fazer um acordo extrajudicial na esperança de ajudar o "processo de reconciliação" na Nigéria.
O dinheiro será destinado às famílias dos homens executados --inclusive o filho de Ken Saro-Wiwa, Ken Wiwa--, à comunidade Ogoni, e será usado ainda para pagar as custas do processo. Apesar do pagamento, a Shell não admitiu culpa no caso.
Petróleo
Vastas reservas de petróleo foram descobertas na área habitada pelos Ogoni, na Nigéria, em 1958. Na década de 90, foi formado o Movimento pela Sobrevivência do Povo Ogoni (Mosop), presidido por Ken Saro-Wiwa. O Mosop acusou o governo de adotar uma tática de "dividir para governar", estimulando conflitos entre as comunidades locais e depois enviando tropas para restaurar a ordem.
Quatro líderes comunitários foram mortos por um grupo de jovens, em 1994, e os dirigentes do movimento, inclusive Saro-Wiwa, foram presos. Desde 1999, o país voltou a realizar eleições presidenciais e parlamentares.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ ... 8605.shtml
Shell pagará US$ 15,5 milhões por mortes de ativistas na Nigéria
da BBC
A gigante do petróleo Shell concordou em pagar US$ 15,5 milhões (mais de R$ 30 milhões) de indenização a familiares de vítimas de abusos de direitos humanos na Nigéria. O valor foi fechado como parte de um acordo extrajudicial que conclui uma ação coletiva movida contra a Shell nos Estados Unidos em 1995.
A empresa foi acusada em cortes americanas de cumplicidade na morte de ativistas nigerianos pela preservação do meio ambiente, entre eles o Nobel de Literatura Ken Saro-Wiwa, enforcado em 1995.
O caso foi levado à Justiça pelos parentes de Saro-Wiwa e de oito outros ativistas enforcados depois de condenados por um tribunal militar nigeriano. Os homens executados pertenciam ao grupo étnico Ogoni, do Delta do Rio Níger. Eles realizavam uma campanha pelos direitos do povo local e protestavam contra a poluição causada pela indústria do petróleo.
As mortes provocaram uma onda de protestos internacionais.
A Shell negou reiteradamente as alegações feitas no tribunal, de que foi cúmplice na violação dos direitos humanos perpetrada pelo governo militar da época, que incluíram tortura e execução sumária. A companhia também foi acusada de ajudar a financiar os militares nigerianos. A empresa disse que concordou em fazer um acordo extrajudicial na esperança de ajudar o "processo de reconciliação" na Nigéria.
O dinheiro será destinado às famílias dos homens executados --inclusive o filho de Ken Saro-Wiwa, Ken Wiwa--, à comunidade Ogoni, e será usado ainda para pagar as custas do processo. Apesar do pagamento, a Shell não admitiu culpa no caso.
Petróleo
Vastas reservas de petróleo foram descobertas na área habitada pelos Ogoni, na Nigéria, em 1958. Na década de 90, foi formado o Movimento pela Sobrevivência do Povo Ogoni (Mosop), presidido por Ken Saro-Wiwa. O Mosop acusou o governo de adotar uma tática de "dividir para governar", estimulando conflitos entre as comunidades locais e depois enviando tropas para restaurar a ordem.
Quatro líderes comunitários foram mortos por um grupo de jovens, em 1994, e os dirigentes do movimento, inclusive Saro-Wiwa, foram presos. Desde 1999, o país voltou a realizar eleições presidenciais e parlamentares.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ ... 8605.shtml
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Re: Geopolítica Energética
10/06/2009 - 09h18
Sudão inaugura usina de álcool construída por grupo brasileiro
da France Presse, em Cartum
O presidente do Sudão, Omar al Bashir, inaugurou nesta quarta-feira uma usina de álcool a base de cana-de-açúcar, construída pelo grupo brasileiro Dedini.
A fábrica do grupo Kenana, no Estado do Nilo Branco (250 quilômetros ao sul de Cartum, capital do país), pretende produzir 65 milhões de litros de álcool neste ano e aumentar a produção a 200 milhões de litros em dois anos.
O grupo Kenana, que pertence ao governo sudanês e a fundos árabes, já produz açúcar a partir da cana.
A nova unidade de foi construída pelo grupo brasileiro Dedini. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de álcool, atrás dos Estados Unidos, mas é o primeiro exportador. O álcool brasileiro é elaborado principalmente a partir da cana-de-açúcar, enquanto o americano utiliza fundamentalmente milho. A produção de álcool é mínima na África, um continente com forte potencial agrícola.
A queda dos preços do petróleo reduziu ainda mais nos últimos meses o atrativo do álcool.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinh ... 9246.shtml
Sudão inaugura usina de álcool construída por grupo brasileiro
da France Presse, em Cartum
O presidente do Sudão, Omar al Bashir, inaugurou nesta quarta-feira uma usina de álcool a base de cana-de-açúcar, construída pelo grupo brasileiro Dedini.
A fábrica do grupo Kenana, no Estado do Nilo Branco (250 quilômetros ao sul de Cartum, capital do país), pretende produzir 65 milhões de litros de álcool neste ano e aumentar a produção a 200 milhões de litros em dois anos.
O grupo Kenana, que pertence ao governo sudanês e a fundos árabes, já produz açúcar a partir da cana.
A nova unidade de foi construída pelo grupo brasileiro Dedini. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de álcool, atrás dos Estados Unidos, mas é o primeiro exportador. O álcool brasileiro é elaborado principalmente a partir da cana-de-açúcar, enquanto o americano utiliza fundamentalmente milho. A produção de álcool é mínima na África, um continente com forte potencial agrícola.
A queda dos preços do petróleo reduziu ainda mais nos últimos meses o atrativo do álcool.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinh ... 9246.shtml
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Re: Geopolítica Energética
Publicada na Edição 25 - Novembro - 2008
A pergunta de 65 trilhões de dólares
Apesar de controverso, o debate sobre o pico da produção de petróleo indica que a saída energética para o mundo é diversificar
Por Flavia Pardini
Há vários argumentos sobre por que os investimentos em energias alternativas e suas tecnologias sofrerão com a crise financeira cuja face mais visível é o estouro da bolha das hipotecas nos EUA: da falta de crédito para novos empreendimentos, passando pelo desestímulo na forma de preços mais baixos para o petróleo e o gás natural, até a velha retórica de que não é possível dar-se ao luxo de optar por formas caras de energia em meio ao que pode ser uma depressão mundial. Estas análises não só ignoram que a queima de combustíveis fósseis e as mudanças climáticas são irmãs siamesas, mas esquivam-se de uma discussão que vai além da visão imediatista do mercado - o peak oil, ou pico da produção de petróleo, a pedra-mestra da economia global.
O primeiro alerta de que a oferta de combustíveis fósseis é finita foi soado em 1949 pelo geofísico americano Marion King Hubbert, então pesquisador da Shell, que estimou em 2 trilhões de barris a quantidade de petróleo no mundo. Hubbert mostrou que, depois de descobertas reservas em uma dada região - um campo individualou todo o planeta -, a produção aumenta exponencialmente devido à maior extração e ao incremento na quantidade e na eficiência da infra-estrutura necessária.
Em algum ponto, a produção atinge seu pico e começa a declinar, até que o recuo também se torne exponencial. Em 1956, Hubbert estimou que o pico da produção de petróleo dos EUA chegaria no início da década de 70.
"Quase todo mundo, dentro e fora da indústria do petróleo, rejeitou a análise de Hubbert", relata o geólogo Kenneth S. Deffeys no livro Hubbert's Peak. "A controvérsia correu solta até 1970, quando a produção americana de óleo cru começou a cair. Hubbert estava certo." Dadas as bases construídas por Hubbert, a discussão passou a abranger o pico da produção mundial de petróleo e a opor, basicamente, dois campos: de um lado os chamados "cornucópios", que defendem que mais recursos naturais se tornam disponíveis à medida que seus preços sobem ou se desenvolve mais tecnologia, e de outro os "catastrofistas", que prevêem o fim da era do petróleo barato, com efeitos dramáticos para o mundo.
A discórdia é resumida em uma aposta, feita em agosto de 2005, entre o investidor Matthew Simmons, autor de um livro que prevê o colapso da economia mundial a partir do pico do petróleo na Arábia Saudita, e John Tierney, colunista do The New York Times. Depois ler uma entrevista de Simmons, Tierney o desafiou e ambos acordaram os termos da aposta: se a média dos preços do barril de petróleo ao longo do ano de 2010 for de US$ 200 (ajustados à inflação) ou mais, Simmons leva US$ 10 mil mais juros. Se for inferior, Tierney fica com a bolada. O resultado será conhecido em 1o de janeiro de 2011.
Uma janela de tempo
O petróleo que alimenta a economia - usado não apenas para movimentar carros e aviões, mas para produzir alimentos e manufaturar a miríade de produtos que define a vida moderna - é resultado de uma combinação de fatores físicos que não acontece todo dia: a existência de uma camada de rochas sedimentares, contendo matéria orgânica, que esteve em uma profundidade, grosso modo, de 2,2 a 4,5 quilômetros, submetida a temperaturas em torno de 180oC durante milhões de anos.
Tais condições favorecem as reações químicas que quebram as cadeias de hidrocarbonetos - constituídas de átomos de hidrogênio e carbono - presentes na matéria orgânica e formam desde o óleo usado para fazer gasolina até o metano, principal ingrediente do gás natural. Por isso o petróleo é tão distinto das cadeias de hidrocarbonetos produzidas por plantas e animais, como, por exemplo, a "cera" em nossos ouvidos.
"Há condições geológicas que quase garantem que mais exploração será um desperdício de dinheiro e esforço", escreve Deffeys. Quando as empresas de petróleo escolhem um local para exploração, estão buscando evidências de que a geologia daquele lugar reúne as condições necessárias e, muitas vezes, apenas parte delas está presente. Não há déficit de produto no mercado que faça com que a Terra acelere o processo de formação do que chamamos de petróleo, lembra o autor de Hubbert's Peak. É por isso que ele é considerado não-renovável - a oferta futura depende de milhões de anos de atividade geológica.
Sob pressão
Os defensores do pico do petróleo afirmam que o problema não é o fim do petróleo disponível no mundo, mas o aumento na dificuldade de extração. Quando se perfura um poço, a pressão faz o petróleo subir quase sem esforço, explica o site The Oil Drum, mantido por cientistas e estudantes de pós-graduação. Quando a pressão cai, torna-se necessário injetar gás para repressurizar o poço. Finalmente, quando tal técnica não é mais suficiente, o petróleo é lentamente bombeado para cima. Além disso, as companhias de petróleo tendem a explorar primeiro os melhores campos, deixando os menores ou mais desafiadores para depois.
A produção de uma área tende a aumentar até que aproximadamente metade do petróleo tenha sido extraído e, então, começa a declinar, como ocorreu nos EUA e em outras regiões, com exceção do Oriente Médio. O pico das descobertas de novos reservatórios foi atingido em 1964 e, desde então, foram encontrados poucos campos considerados grandes. Um deles é o de Tupi, na Bacia de Santos, que contém de 5 a 8 bilhões de barris de óleo - o suficiente para atender a demanda mundial por cerca de três meses.
Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), a produção mundial aumentou cerca de 20% de 1995 a 2005, alcançando 84,7 milhões de barris por dia. Em 2006 foram produzidos 85,5 milhões e, em 2007, 85,6 milhões de barris diários. Para alguns, o pico já passou - Deffeys, por exemplo, diz que ele ocorreu em 2005 - e o mundo está vivendo em um platô antes que a produção comece a declinar. Outros, como o britânico Colin J. Campbell, previram que o pico ocorrerá antes de 2010. Em 2000, Campbell fundou a Associação para o Estudo do Pico do Petróleo e do Gás, uma das organizações mais ativas na tentativa de alertar o público sobre o fim do petróleo barato.
Do outro lado, pesquisadores como Peter McCabe, da CSIRO, entidade governamental da Austrália que serve a indústria, defendem que a idéia do pico é equivocada por não levar em consideração fontes não-convencionais como o xisto betuminoso, novas tecnologias para explorar campos dados como "mortos" e descobertas de novas fontes de petróleo convencional. "Porque a extração de novos recursos torna-se viável à medida que os preços sobem, não é possível estabelecer uma quantidade finita de recursos energéticos que estará disponível no futuro", escreveu McCabe. Por este ponto de vista, o formato da curva de produção do petróleo é determinado pela demanda e não pela disponibilidade de recursos naturais.
Depois do pico Os preços vêm subindo desde 2003 e, em julho de 2008, ultrapassaram os US$ 140 por barril, fazendo velhos inimigos do pico do petróleo reverem posições. Foi o caso de Daniel Yergin, presidente da Cambridge Energy Research Associates (Cera), consultoria famosa por rebater as previsões catastrofistas do fim do petróleo barato. Até mesmo a AIE - que reflete os interesses de seus membros, os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) - passou a alertar quanto à escassez. Em julho, seu economista-chefe, Fatih Birol, admitiu que o pico do petróleo "ocorrerá um dia, mas não sabemos quando". A produção de petróleo convencional por nações fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) provavelmente atingirá seu auge em breve, acrescentou, mas restarão as reservas do cartel e fontes não convencionais - cuja extração não depende de poços, caso do xisto, dos óleos pesados e da areia de alcatrão.
No mercado de apostas do peak oil estão em jogo nada menos do que os US$ 65 trilhões da economia global. Os que apostam em energias alternativas podem sofrer fortes emoções, porque seus investimentos voltaram - diante do recuo do preço do barril para cerca de US$ 60 em outubro - a ser considerados arriscados. Os que apostam em esticar a dependência da queima de combustíveis fósseis... estes se esquecem de que ela tem uma irmã siamesa.
http://www.pagina22.com.br/index.cfm?fu ... gem&id=449
A pergunta de 65 trilhões de dólares
Apesar de controverso, o debate sobre o pico da produção de petróleo indica que a saída energética para o mundo é diversificar
Por Flavia Pardini
Há vários argumentos sobre por que os investimentos em energias alternativas e suas tecnologias sofrerão com a crise financeira cuja face mais visível é o estouro da bolha das hipotecas nos EUA: da falta de crédito para novos empreendimentos, passando pelo desestímulo na forma de preços mais baixos para o petróleo e o gás natural, até a velha retórica de que não é possível dar-se ao luxo de optar por formas caras de energia em meio ao que pode ser uma depressão mundial. Estas análises não só ignoram que a queima de combustíveis fósseis e as mudanças climáticas são irmãs siamesas, mas esquivam-se de uma discussão que vai além da visão imediatista do mercado - o peak oil, ou pico da produção de petróleo, a pedra-mestra da economia global.
O primeiro alerta de que a oferta de combustíveis fósseis é finita foi soado em 1949 pelo geofísico americano Marion King Hubbert, então pesquisador da Shell, que estimou em 2 trilhões de barris a quantidade de petróleo no mundo. Hubbert mostrou que, depois de descobertas reservas em uma dada região - um campo individualou todo o planeta -, a produção aumenta exponencialmente devido à maior extração e ao incremento na quantidade e na eficiência da infra-estrutura necessária.
Em algum ponto, a produção atinge seu pico e começa a declinar, até que o recuo também se torne exponencial. Em 1956, Hubbert estimou que o pico da produção de petróleo dos EUA chegaria no início da década de 70.
"Quase todo mundo, dentro e fora da indústria do petróleo, rejeitou a análise de Hubbert", relata o geólogo Kenneth S. Deffeys no livro Hubbert's Peak. "A controvérsia correu solta até 1970, quando a produção americana de óleo cru começou a cair. Hubbert estava certo." Dadas as bases construídas por Hubbert, a discussão passou a abranger o pico da produção mundial de petróleo e a opor, basicamente, dois campos: de um lado os chamados "cornucópios", que defendem que mais recursos naturais se tornam disponíveis à medida que seus preços sobem ou se desenvolve mais tecnologia, e de outro os "catastrofistas", que prevêem o fim da era do petróleo barato, com efeitos dramáticos para o mundo.
A discórdia é resumida em uma aposta, feita em agosto de 2005, entre o investidor Matthew Simmons, autor de um livro que prevê o colapso da economia mundial a partir do pico do petróleo na Arábia Saudita, e John Tierney, colunista do The New York Times. Depois ler uma entrevista de Simmons, Tierney o desafiou e ambos acordaram os termos da aposta: se a média dos preços do barril de petróleo ao longo do ano de 2010 for de US$ 200 (ajustados à inflação) ou mais, Simmons leva US$ 10 mil mais juros. Se for inferior, Tierney fica com a bolada. O resultado será conhecido em 1o de janeiro de 2011.
Uma janela de tempo
O petróleo que alimenta a economia - usado não apenas para movimentar carros e aviões, mas para produzir alimentos e manufaturar a miríade de produtos que define a vida moderna - é resultado de uma combinação de fatores físicos que não acontece todo dia: a existência de uma camada de rochas sedimentares, contendo matéria orgânica, que esteve em uma profundidade, grosso modo, de 2,2 a 4,5 quilômetros, submetida a temperaturas em torno de 180oC durante milhões de anos.
Tais condições favorecem as reações químicas que quebram as cadeias de hidrocarbonetos - constituídas de átomos de hidrogênio e carbono - presentes na matéria orgânica e formam desde o óleo usado para fazer gasolina até o metano, principal ingrediente do gás natural. Por isso o petróleo é tão distinto das cadeias de hidrocarbonetos produzidas por plantas e animais, como, por exemplo, a "cera" em nossos ouvidos.
"Há condições geológicas que quase garantem que mais exploração será um desperdício de dinheiro e esforço", escreve Deffeys. Quando as empresas de petróleo escolhem um local para exploração, estão buscando evidências de que a geologia daquele lugar reúne as condições necessárias e, muitas vezes, apenas parte delas está presente. Não há déficit de produto no mercado que faça com que a Terra acelere o processo de formação do que chamamos de petróleo, lembra o autor de Hubbert's Peak. É por isso que ele é considerado não-renovável - a oferta futura depende de milhões de anos de atividade geológica.
Sob pressão
Os defensores do pico do petróleo afirmam que o problema não é o fim do petróleo disponível no mundo, mas o aumento na dificuldade de extração. Quando se perfura um poço, a pressão faz o petróleo subir quase sem esforço, explica o site The Oil Drum, mantido por cientistas e estudantes de pós-graduação. Quando a pressão cai, torna-se necessário injetar gás para repressurizar o poço. Finalmente, quando tal técnica não é mais suficiente, o petróleo é lentamente bombeado para cima. Além disso, as companhias de petróleo tendem a explorar primeiro os melhores campos, deixando os menores ou mais desafiadores para depois.
A produção de uma área tende a aumentar até que aproximadamente metade do petróleo tenha sido extraído e, então, começa a declinar, como ocorreu nos EUA e em outras regiões, com exceção do Oriente Médio. O pico das descobertas de novos reservatórios foi atingido em 1964 e, desde então, foram encontrados poucos campos considerados grandes. Um deles é o de Tupi, na Bacia de Santos, que contém de 5 a 8 bilhões de barris de óleo - o suficiente para atender a demanda mundial por cerca de três meses.
Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), a produção mundial aumentou cerca de 20% de 1995 a 2005, alcançando 84,7 milhões de barris por dia. Em 2006 foram produzidos 85,5 milhões e, em 2007, 85,6 milhões de barris diários. Para alguns, o pico já passou - Deffeys, por exemplo, diz que ele ocorreu em 2005 - e o mundo está vivendo em um platô antes que a produção comece a declinar. Outros, como o britânico Colin J. Campbell, previram que o pico ocorrerá antes de 2010. Em 2000, Campbell fundou a Associação para o Estudo do Pico do Petróleo e do Gás, uma das organizações mais ativas na tentativa de alertar o público sobre o fim do petróleo barato.
Do outro lado, pesquisadores como Peter McCabe, da CSIRO, entidade governamental da Austrália que serve a indústria, defendem que a idéia do pico é equivocada por não levar em consideração fontes não-convencionais como o xisto betuminoso, novas tecnologias para explorar campos dados como "mortos" e descobertas de novas fontes de petróleo convencional. "Porque a extração de novos recursos torna-se viável à medida que os preços sobem, não é possível estabelecer uma quantidade finita de recursos energéticos que estará disponível no futuro", escreveu McCabe. Por este ponto de vista, o formato da curva de produção do petróleo é determinado pela demanda e não pela disponibilidade de recursos naturais.
Depois do pico Os preços vêm subindo desde 2003 e, em julho de 2008, ultrapassaram os US$ 140 por barril, fazendo velhos inimigos do pico do petróleo reverem posições. Foi o caso de Daniel Yergin, presidente da Cambridge Energy Research Associates (Cera), consultoria famosa por rebater as previsões catastrofistas do fim do petróleo barato. Até mesmo a AIE - que reflete os interesses de seus membros, os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) - passou a alertar quanto à escassez. Em julho, seu economista-chefe, Fatih Birol, admitiu que o pico do petróleo "ocorrerá um dia, mas não sabemos quando". A produção de petróleo convencional por nações fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) provavelmente atingirá seu auge em breve, acrescentou, mas restarão as reservas do cartel e fontes não convencionais - cuja extração não depende de poços, caso do xisto, dos óleos pesados e da areia de alcatrão.
No mercado de apostas do peak oil estão em jogo nada menos do que os US$ 65 trilhões da economia global. Os que apostam em energias alternativas podem sofrer fortes emoções, porque seus investimentos voltaram - diante do recuo do preço do barril para cerca de US$ 60 em outubro - a ser considerados arriscados. Os que apostam em esticar a dependência da queima de combustíveis fósseis... estes se esquecem de que ela tem uma irmã siamesa.
http://www.pagina22.com.br/index.cfm?fu ... gem&id=449
- soultrain
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Re: Geopolítica Energética
Já aqui falei muito do Colin J. Campbell, mas chamaram-me "maluco".
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Curioso, a aposta foi feita com ajuste à inflação e com juros. O que será que eles prevêem?aposta, feita em agosto de 2005, entre o investidor Matthew Simmons, autor de um livro que prevê o colapso da economia mundial a partir do pico do petróleo na Arábia Saudita, e John Tierney, colunista do The New York Times. Depois ler uma entrevista de Simmons, Tierney o desafiou e ambos acordaram os termos da aposta: se a média dos preços do barril de petróleo ao longo do ano de 2010 for de US$ 200 (ajustados à inflação) ou mais, Simmons leva US$ 10 mil mais juros. Se for inferior, Tierney fica com a bolada. O resultado será conhecido em 1o de janeiro de 2011.
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"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento"
NJ
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Re: Geopolítica Energética
Já li que de um poço, menos de 20% eram realmente extraidos, por deficiencias tecnicas.
Eu vejo nanomoleculas, que uma vez dentro do poço, conseguirão agarrar as particulas do oleo, de modo a termos uma eficiencia maior na extração. Quando? Não sei, mas que vamos ver nós vamos.
Eu vejo nanomoleculas, que uma vez dentro do poço, conseguirão agarrar as particulas do oleo, de modo a termos uma eficiencia maior na extração. Quando? Não sei, mas que vamos ver nós vamos.
Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
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Re: Geopolítica Energética
Geopolítica versus interesses de uma CPI :: Sergio Xavier Ferolla
Os Estados Unidos exploram petróleo desde 1859 e, valendo-se de suas grandes jazidas, transformaram essa fonte de energia em instrumento para sua consolidação como potência econômica. Tendo sido, por muito tempo, o maior produtor mundial, vislumbram um cenário de incertezas ao constatar o declínio acelerado de suas reservas, que durarão apenas mais 12 anos.
Tal situação é acompanhada pelos governos americanos há muito tempo, e é o fator determinante no planejamento estratégico das ações externas daquele país. Muitas delas são apresentadas sob argumentos dissimulados, como a ocupação do território do Iraque - dono da terceira maior reserva mundial - ou a ocupação do Afeganistão, rota adequada para escoar a produção petrolífera de antigas repúblicas soviéticas.
Essas operações bélicas estão redundando em vergonhosos fracassos, tanto pelo motivo oficial - o combate ao terrorismo - quanto pelo oculto, o controle das jazidas e a segurança dos oleodutos.
Até os anos 60 do século passado, os Estados Unidos e os demais países industrializados do Hemisfério Norte se valiam das grandes empresas privadas de exploração e refino de petróleo - historicamente conhecidas como as "Sete Irmãs" -, que, sediadas nesses países, dominavam as principais reservas petrolíferas do planeta.
Nos últimos 40 anos, porém, um crescente movimento de nacionalização e volta ao controle estatal da maior parte das jazidas mundiais, notadamente no Oriente Médio e em países como a Rússia e a Venezuela, tem resultado na drástica redução dos estoques disponíveis para exploração por terceiros e na rentabilidade daquelas poderosas empresas, das quais, hoje, restam apenas quatro.
Vislumbrando a escassez, encontrar novas fronteiras petrolíferas e poder assumir o controle delas transformou-se em verdadeira obsessão, razão maior de as atenções estarem, cada vez mais, voltadas para o pré-sal brasileiro.
As atuais reservas do Brasil chegam a 13 bilhões de barris e asseguram nossas necessidades por apenas 19 anos. Com a exploração das jazidas do pré-sal, em 2015, o País poderá, inclusive, se tornar exportador de pelo menos 1 milhão de barris por dia.
Se consideradas as atuais cotações de US$ 50 por barril, numa visão tímida do disputado mercado mundial, podem-se projetar exportações de US$ 21 bilhões por ano. Com preços de US$ 100 por barril, até 2010, previsão bastante realista se lembrarmos que o mercado já conviveu com cotações superiores a US$ 140, o País poderá acrescentar um mínimo de US$ 42 bilhões anuais na balança comercial.
As possibilidades do pré-sal, no entanto, tornam esses cálculos acanhados, pois, apesar de não haver números seguros, mesmo os pessimistas reconhecem que o Brasil irá pelo menos dobrar suas reservas, enquanto os otimistas asseguram que é de petróleo o colchão do gigante "deitado eternamente em berço esplêndido".
Tais perspectivas ressaltam a necessidade de que, acima dos interesses do mercado, parâmetros geopolíticos norteiem as discussões sobre um novo marco regulatório para a exploração do pré-sal, tanto nas esferas políticas como empresariais. Propostas de mudanças na atual legislação e exemplos de sucesso em outros países do mundo poderão guiar os passos do governo brasileiro, mas é imperativo considerar que o controle rígido sobre as jazidas e o estabelecimento da cadência de produção são regras comuns em todos os países detentores de grandes reservas de petróleo.
Esses aspectos de interesse nacional e suprapartidário indicam que a criação de uma CPI, no Senado, para investigar temas que já estão sendo apurados por outras legítimas instâncias de poder não é apenas um movimento que atrai holofotes para palanques eleitorais. É, acima de tudo, um movimento que atende aos interesses de poderosos grupos do setor de petróleo, ao colocar sob suspeição a credibilidade da Petrobrás e do governo brasileiro nessa decisiva e histórica oportunidade de formular e determinar políticas que consolidem a soberania energética do País, assegurando vultosas fontes de riqueza para toda a sociedade.
*Sergio Xavier Ferolla, engenheiro, tenente-brigadeiro, aviador, ministro aposentado do Superior Tribunal militar
Os Estados Unidos exploram petróleo desde 1859 e, valendo-se de suas grandes jazidas, transformaram essa fonte de energia em instrumento para sua consolidação como potência econômica. Tendo sido, por muito tempo, o maior produtor mundial, vislumbram um cenário de incertezas ao constatar o declínio acelerado de suas reservas, que durarão apenas mais 12 anos.
Tal situação é acompanhada pelos governos americanos há muito tempo, e é o fator determinante no planejamento estratégico das ações externas daquele país. Muitas delas são apresentadas sob argumentos dissimulados, como a ocupação do território do Iraque - dono da terceira maior reserva mundial - ou a ocupação do Afeganistão, rota adequada para escoar a produção petrolífera de antigas repúblicas soviéticas.
Essas operações bélicas estão redundando em vergonhosos fracassos, tanto pelo motivo oficial - o combate ao terrorismo - quanto pelo oculto, o controle das jazidas e a segurança dos oleodutos.
Até os anos 60 do século passado, os Estados Unidos e os demais países industrializados do Hemisfério Norte se valiam das grandes empresas privadas de exploração e refino de petróleo - historicamente conhecidas como as "Sete Irmãs" -, que, sediadas nesses países, dominavam as principais reservas petrolíferas do planeta.
Nos últimos 40 anos, porém, um crescente movimento de nacionalização e volta ao controle estatal da maior parte das jazidas mundiais, notadamente no Oriente Médio e em países como a Rússia e a Venezuela, tem resultado na drástica redução dos estoques disponíveis para exploração por terceiros e na rentabilidade daquelas poderosas empresas, das quais, hoje, restam apenas quatro.
Vislumbrando a escassez, encontrar novas fronteiras petrolíferas e poder assumir o controle delas transformou-se em verdadeira obsessão, razão maior de as atenções estarem, cada vez mais, voltadas para o pré-sal brasileiro.
As atuais reservas do Brasil chegam a 13 bilhões de barris e asseguram nossas necessidades por apenas 19 anos. Com a exploração das jazidas do pré-sal, em 2015, o País poderá, inclusive, se tornar exportador de pelo menos 1 milhão de barris por dia.
Se consideradas as atuais cotações de US$ 50 por barril, numa visão tímida do disputado mercado mundial, podem-se projetar exportações de US$ 21 bilhões por ano. Com preços de US$ 100 por barril, até 2010, previsão bastante realista se lembrarmos que o mercado já conviveu com cotações superiores a US$ 140, o País poderá acrescentar um mínimo de US$ 42 bilhões anuais na balança comercial.
As possibilidades do pré-sal, no entanto, tornam esses cálculos acanhados, pois, apesar de não haver números seguros, mesmo os pessimistas reconhecem que o Brasil irá pelo menos dobrar suas reservas, enquanto os otimistas asseguram que é de petróleo o colchão do gigante "deitado eternamente em berço esplêndido".
Tais perspectivas ressaltam a necessidade de que, acima dos interesses do mercado, parâmetros geopolíticos norteiem as discussões sobre um novo marco regulatório para a exploração do pré-sal, tanto nas esferas políticas como empresariais. Propostas de mudanças na atual legislação e exemplos de sucesso em outros países do mundo poderão guiar os passos do governo brasileiro, mas é imperativo considerar que o controle rígido sobre as jazidas e o estabelecimento da cadência de produção são regras comuns em todos os países detentores de grandes reservas de petróleo.
Esses aspectos de interesse nacional e suprapartidário indicam que a criação de uma CPI, no Senado, para investigar temas que já estão sendo apurados por outras legítimas instâncias de poder não é apenas um movimento que atrai holofotes para palanques eleitorais. É, acima de tudo, um movimento que atende aos interesses de poderosos grupos do setor de petróleo, ao colocar sob suspeição a credibilidade da Petrobrás e do governo brasileiro nessa decisiva e histórica oportunidade de formular e determinar políticas que consolidem a soberania energética do País, assegurando vultosas fontes de riqueza para toda a sociedade.
*Sergio Xavier Ferolla, engenheiro, tenente-brigadeiro, aviador, ministro aposentado do Superior Tribunal militar
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: Geopolítica Energética
01/07/2009 - 17h38
Iraque fecha acordo com petrolíferas para modernizar campo
da Efe, em Bagdá
O Conselho de Ministros iraquiano assinou nesta quarta-feira o acordo com o consórcio entre a companhia britânica BP e a estatal China National Petroleum Corporation (CNPC), para modernizar o maior campo petrolífero do Iraque.
Em comunicado, o porta-voz do governo iraquiano, Ali al Dabbagh, assegurou que "este consórcio vai aumentar a produção (do campo de Al-Rumeila), dos atuais 950 mil barris diários para 2,85 milhões, em troca de um preço por serviço de US$ 2 por barril".
O maior campo de petróleo do Iraque tem reservas aproximadas de 17 bilhões de barris e está situado na província de Basra, a cerca de 550 quilômetros ao sul de Bagdá.
Al Dabbagh informou que as ofertas apresentadas por outras companhias estrangeiras não foram bem recebidas porque "essas empresas não aceitaram as tarifas por barril fixadas pelo Ministério do Petróleo" iraquiano.
A instituição recebeu, por exemplo, várias ofertas para o campo de Al-Zubair, cujas reservas calculadas chegam a 4 bilhões de barris, da companhia indiana ONGC, da italiana Eni e da americana Exxon Mobil, entre outras.
As rodadas de licitações tiveram início ontem, em uma cerimônia que contou com a presença do primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, o ministro do Petróleo, Hussein al Shahristani e várias autoridades governamentais, assim como representantes de diferentes companhias internacionais.
Nessa primeira rodada de licitações, al-Maliki afirmou que o governo apoiaria o trabalho das companhias e pediu que as empresas que não tinham conseguido fechar um contrato participassem das próximas rodadas.
Outras três rodadas estão previstas para esse ano, com o objetivo de reabilitar seis campos de petróleo e dois de gás natural.
Com estas concessões, o Iraque deu o primeiro passo para que as grandes petrolíferas voltem a ocupar um papel de destaque no país, 37 anos depois que o antigo regime do ex-ditador Saddam Hussein nacionalizou a indústria, em junho de 1972.
Além disso, o Ministério do Petróleo anunciou há poucos dias que o objetivo desta primeira ronda era aumentar a produção de petróleo iraquiana, dos atuais 2,4 milhões barris por dia para 4 milhões, em 2013.
O Iraque possui a terceira maior reserva provada de petróleo do mundo, de aproximadamente 115 bilhões de barris.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinh ... 9273.shtml
Iraque fecha acordo com petrolíferas para modernizar campo
da Efe, em Bagdá
O Conselho de Ministros iraquiano assinou nesta quarta-feira o acordo com o consórcio entre a companhia britânica BP e a estatal China National Petroleum Corporation (CNPC), para modernizar o maior campo petrolífero do Iraque.
Em comunicado, o porta-voz do governo iraquiano, Ali al Dabbagh, assegurou que "este consórcio vai aumentar a produção (do campo de Al-Rumeila), dos atuais 950 mil barris diários para 2,85 milhões, em troca de um preço por serviço de US$ 2 por barril".
O maior campo de petróleo do Iraque tem reservas aproximadas de 17 bilhões de barris e está situado na província de Basra, a cerca de 550 quilômetros ao sul de Bagdá.
Al Dabbagh informou que as ofertas apresentadas por outras companhias estrangeiras não foram bem recebidas porque "essas empresas não aceitaram as tarifas por barril fixadas pelo Ministério do Petróleo" iraquiano.
A instituição recebeu, por exemplo, várias ofertas para o campo de Al-Zubair, cujas reservas calculadas chegam a 4 bilhões de barris, da companhia indiana ONGC, da italiana Eni e da americana Exxon Mobil, entre outras.
As rodadas de licitações tiveram início ontem, em uma cerimônia que contou com a presença do primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, o ministro do Petróleo, Hussein al Shahristani e várias autoridades governamentais, assim como representantes de diferentes companhias internacionais.
Nessa primeira rodada de licitações, al-Maliki afirmou que o governo apoiaria o trabalho das companhias e pediu que as empresas que não tinham conseguido fechar um contrato participassem das próximas rodadas.
Outras três rodadas estão previstas para esse ano, com o objetivo de reabilitar seis campos de petróleo e dois de gás natural.
Com estas concessões, o Iraque deu o primeiro passo para que as grandes petrolíferas voltem a ocupar um papel de destaque no país, 37 anos depois que o antigo regime do ex-ditador Saddam Hussein nacionalizou a indústria, em junho de 1972.
Além disso, o Ministério do Petróleo anunciou há poucos dias que o objetivo desta primeira ronda era aumentar a produção de petróleo iraquiana, dos atuais 2,4 milhões barris por dia para 4 milhões, em 2013.
O Iraque possui a terceira maior reserva provada de petróleo do mundo, de aproximadamente 115 bilhões de barris.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinh ... 9273.shtml
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Re: Geopolítica Energética
08/07/2009 - 10h50
Petrolífera Chevron fecha cinco plataformas na Nigéria após ataques
da Efe, em Lagos (Nigéria)
A petrolífera americana Chevron fechou cinco plataformas na Nigéria, que produziam 230 mil barris de petróleo por dia, e retirou 600 empregados da região do delta do rio Níger após os ataques guerrilheiros das últimas semanas, informou nesta quarta-feira a imprensa local.
O jornal nigeriano "The Punch" informou em sua edição de hoje que os ataques do Mend (Movimento para a Emancipação do Delta do Níger, na sigla em inglês) levaram ao fechamento das plataformas na região e à transferência dos funcionários da região para as cidades de Warri, Port Harcourt e Lagos. A Chevron e o governo nigeriano ainda não haviam confirmado as informações.
A Shell já suspendeu suas exportações a partir da região por motivos de "força maior" há duas semanas.
O Mend informou no último domingo (5) passado que tinha atacado a estação de bombeamento da Chevron em Okan Manifold.
Hoje, o movimento anunciou que tinha cometido dois novos ataques de madrugada contra instalações da Shell e da italiana Agip no Estado de Bayelsa, na região do delta do Níger.
Ontem, a NNPC (Corporação Nacional Nigeriana de Petróleo, na sigla em inglês) admitiu em um relatório que os atentado do Mend reduziram a produção de petróleo do país nos últimos meses em 589 mil barris ao dia. Com isso, as exportações do país ficaram em pouco mais de um milhão de barris diários.
A cota de venda de petróleo da Nigéria na Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) é de 2,6 milhões de barris diários, mas o país pode exportar pouco mais de um milhão devido à violência na região do delta do Níger.
A violência na Nigéria e a consequente queda de suas exportações foi uma das causas da alta dos preços internacionais do petróleo nas últimas semanas.
O Mend iniciou seus últimos ataques em resposta a uma operação militar contra a guerrilha conduzida desde meados de maio.
Tanto a guerrilha, quanto grupos de defesa dos direitos humanos acusam os militares nigerianos de atacar povoados e de matar centenas de civis, além de causar o êxodo de dezenas de milhares de pessoas por causa de sua ofensiva.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinh ... 2309.shtml
Petrolífera Chevron fecha cinco plataformas na Nigéria após ataques
da Efe, em Lagos (Nigéria)
A petrolífera americana Chevron fechou cinco plataformas na Nigéria, que produziam 230 mil barris de petróleo por dia, e retirou 600 empregados da região do delta do rio Níger após os ataques guerrilheiros das últimas semanas, informou nesta quarta-feira a imprensa local.
O jornal nigeriano "The Punch" informou em sua edição de hoje que os ataques do Mend (Movimento para a Emancipação do Delta do Níger, na sigla em inglês) levaram ao fechamento das plataformas na região e à transferência dos funcionários da região para as cidades de Warri, Port Harcourt e Lagos. A Chevron e o governo nigeriano ainda não haviam confirmado as informações.
A Shell já suspendeu suas exportações a partir da região por motivos de "força maior" há duas semanas.
O Mend informou no último domingo (5) passado que tinha atacado a estação de bombeamento da Chevron em Okan Manifold.
Hoje, o movimento anunciou que tinha cometido dois novos ataques de madrugada contra instalações da Shell e da italiana Agip no Estado de Bayelsa, na região do delta do Níger.
Ontem, a NNPC (Corporação Nacional Nigeriana de Petróleo, na sigla em inglês) admitiu em um relatório que os atentado do Mend reduziram a produção de petróleo do país nos últimos meses em 589 mil barris ao dia. Com isso, as exportações do país ficaram em pouco mais de um milhão de barris diários.
A cota de venda de petróleo da Nigéria na Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) é de 2,6 milhões de barris diários, mas o país pode exportar pouco mais de um milhão devido à violência na região do delta do Níger.
A violência na Nigéria e a consequente queda de suas exportações foi uma das causas da alta dos preços internacionais do petróleo nas últimas semanas.
O Mend iniciou seus últimos ataques em resposta a uma operação militar contra a guerrilha conduzida desde meados de maio.
Tanto a guerrilha, quanto grupos de defesa dos direitos humanos acusam os militares nigerianos de atacar povoados e de matar centenas de civis, além de causar o êxodo de dezenas de milhares de pessoas por causa de sua ofensiva.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinh ... 2309.shtml
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Re: Geopolítica Energética
Defesa@Net 05 Julho 2009
JB Online 05 Julho 2009
Militarização do Ártico
Guerra Fria iminente pelo controle do Oceano Ártico
Atividades militares na região petrolífera se intensificam
Alister Doyle
Os países do Ártico estão prometendo evitar uma nova Guerra Fria por causa das mudanças climáticas, mas atividades militares se intensificam numa região polar onde um degelo pode permitir exploração de petróleo e gás ou novas rotas marítimas.
Os seis países ao redor do Oceano Ártico prometem cooperar em questões como fiscalizar novos possíveis locais para pesca ou rotas marítimas numa área muito remota, fria e sombria para despertar interesse durante toda a História.
O aquecimento global está gerando, contudo, divergências há muito tempo irrelevantes, como a disputa entre Rússia e Dinamarca em relação a quem detém o fundo do mar sob o Pólo Norte ou até aonde o Canadá controla a Passagem Noroeste que os EUA chamam de um canal internacional.
– Será um novo oceano numa área estratégica crítica – diz Lee Willett, diretor do Programa de Estudos Marinhos Instituto Real de Serviços Unidos para Estudos de Defesa e Segurança em Londres, prevendo ampla competição na área ártica. – A principal forma de projetar influência e salvaguardar interesses lá será por meio do uso de forças navais.
Forças por terra teriam pouco a defender ao redor de linhas costeiras remotas embaixo de centenas de quilômetros de tundra. Muitos especialistas em clima agora dizem que o Oceano Ártico poderia ficar livre do gelo até 2050 no verão, talvez até antes, depois de o gelo chegar a um nível baixo recorde em setembro de 2007 devido ao aquecimento que, segundo o Painel do Clima da ONU, é culpa da queima de combustíveis fósseis pelos humanos.
Nanook
Previsões anteriores diziam que a região ficaria livre de gelo nos verões até o fim do século. Um documento do Kremlin sobre segurança no meio de maio disse que a Rússia deve enfrentar guerras em suas fronteiras num futuro próximo por causa de controle dos recursos energéticos – do Oriente Médio até o Ártico.
A Rússia, que está se reafirmando depois do colapso da União Soviética, enviou um submarino nuclear em 2008 pelo Ártico sob o gelo para o Pacífico. A nova classe de submarinos russos é chamada de Borei – "Vento Ártico".
O Canadá promove um exercício militar, Nanook, todo ano para reforçar a soberania sobre seus territórios do norte. A Rússia enfrenta cinco membros da Otan – EUA, Canadá, Noruega, Islândia e Dinamarca via Groenlândia - no Ártico.
Atalho
Em fevereiro, o primeiro ministro canadense Stephen Harper criticou as ações "cada vez mais agressivas" da Rússia depois de uma avião de bombardeiro ter voado perto do Canadá antes de uma visita do presidente Barack Obama.
E no ano passado o governo da Noruega decidiu comprar 48 jatos Lockheed Martin F-35 a um custo de 18 bilhões de coroas (US$ 2,81 bilhões). Muito deve estar em jogo. A pesquisa geológica americana estimou, ano passado, que o Ártico tem petróleo, ainda não descoberto, suficiente para gerar 90 bilhões de barris – o que atenderia a demanda mundial por três anos.
E as rotas marítimas do Ártico poderiam ser atalhos entre o Pacífico e o Atlântico no verão mesmo que incertezas em relação a fatores como icebergs, custos de seguro ou uma necessidade de navios mais resistentes pudessem afastar muitas empresas. Outros especialistas dizem que os países podem facilmente ter um bom relacionamento no Norte.
– O Ártico atrairia interesse em 50 ou 100 anos, não agora – explica Lars Kullerud, presidente da Universidade do Ártico. – É um exagero falar em Guerra Fria.
Ele diz que uma área disputada pela Rússia e a Dinamarca no Pólo Norte não é maior do que a área cinzenta no Mar de Barents.
Governos negam tensões mas submarinos
devem ser feitos
Apesar dos indícios de maior militarização da área, os governos dizem que o degelo não é um prenúncio de tensões.
- Vamos buscar estratégias cooperativas - disse à Reuters o secretário de Estado substituto americano Jim Steinberg durante uma reunião de ministros estrangeiros do
Conselho do Ártico em Tromsoe, Noruega.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia Sergei Lavrov disse que o país não planeja aumentar as forças armadas do país no Ártico e destacou a cooperação.
- Qualquer um pode fazer previsões dizendo que quando há recursos e a necessidade por recursos haverá conflito e disputas - disse o ministro de Relações Exteriores norueguês Jonas Stoere. - Não precisa ser dessa forma.
Niklas Granholm da Agência de Pesquisa de Defesa sueca concorda que falar em Guerra Fria é um exagero, mas disse que tudo leva a crer que a militarização do Ártico vai aumentar.
Isso vai gerar medidas voltadas para a segurança. Muitas medidas devem ser inofensivas - garantir a segurança das embarcações, ou o emprego de engrenagem em caso de derramamento de óleo como o acidente com o petroleiro Exxon Valdez em 1989 no Alasca.
Submarinos
Possibilidades mais amplas incluem uma possível corrida entre a Rússia e os Estados Unidos pela produção de submarinos nucleares mais silenciosos.
Os submarinos, que podem lançar mísseis nucleares de longo alcance, por muito tempo tiveram refúgio sob o gelo do Ártico onde ondas constantes e quebras de gelos mascaravam o barulho do motor.
- Isso deve levar a uma nova geração de submarinos ultra-silenciosos ou outras novas tecnologias - diz Granholm.
A Passagem Noroeste passando pelo Canadá reduz a distância entre a Europa e extremo oriente de 12.600 milhas náuticas para 7.900 via Canal do Panamá. Economias semelhantes podem ser feitas numa rota ao norte da Rússia.
Um prazo da ONU para estados costeiros submeterem reivindicações sobre a região passou no dia 13 de maio e em 2007 a Rússia fincou uma bandeira no fundo do mar a quatro mil metros sob o Pólo para apoiar sua reivindicação.
http://www.defesanet.com.br/missao/ant_08/artico.htm
JB Online 05 Julho 2009
Militarização do Ártico
Guerra Fria iminente pelo controle do Oceano Ártico
Atividades militares na região petrolífera se intensificam
Alister Doyle
Os países do Ártico estão prometendo evitar uma nova Guerra Fria por causa das mudanças climáticas, mas atividades militares se intensificam numa região polar onde um degelo pode permitir exploração de petróleo e gás ou novas rotas marítimas.
Os seis países ao redor do Oceano Ártico prometem cooperar em questões como fiscalizar novos possíveis locais para pesca ou rotas marítimas numa área muito remota, fria e sombria para despertar interesse durante toda a História.
O aquecimento global está gerando, contudo, divergências há muito tempo irrelevantes, como a disputa entre Rússia e Dinamarca em relação a quem detém o fundo do mar sob o Pólo Norte ou até aonde o Canadá controla a Passagem Noroeste que os EUA chamam de um canal internacional.
– Será um novo oceano numa área estratégica crítica – diz Lee Willett, diretor do Programa de Estudos Marinhos Instituto Real de Serviços Unidos para Estudos de Defesa e Segurança em Londres, prevendo ampla competição na área ártica. – A principal forma de projetar influência e salvaguardar interesses lá será por meio do uso de forças navais.
Forças por terra teriam pouco a defender ao redor de linhas costeiras remotas embaixo de centenas de quilômetros de tundra. Muitos especialistas em clima agora dizem que o Oceano Ártico poderia ficar livre do gelo até 2050 no verão, talvez até antes, depois de o gelo chegar a um nível baixo recorde em setembro de 2007 devido ao aquecimento que, segundo o Painel do Clima da ONU, é culpa da queima de combustíveis fósseis pelos humanos.
Nanook
Previsões anteriores diziam que a região ficaria livre de gelo nos verões até o fim do século. Um documento do Kremlin sobre segurança no meio de maio disse que a Rússia deve enfrentar guerras em suas fronteiras num futuro próximo por causa de controle dos recursos energéticos – do Oriente Médio até o Ártico.
A Rússia, que está se reafirmando depois do colapso da União Soviética, enviou um submarino nuclear em 2008 pelo Ártico sob o gelo para o Pacífico. A nova classe de submarinos russos é chamada de Borei – "Vento Ártico".
O Canadá promove um exercício militar, Nanook, todo ano para reforçar a soberania sobre seus territórios do norte. A Rússia enfrenta cinco membros da Otan – EUA, Canadá, Noruega, Islândia e Dinamarca via Groenlândia - no Ártico.
Atalho
Em fevereiro, o primeiro ministro canadense Stephen Harper criticou as ações "cada vez mais agressivas" da Rússia depois de uma avião de bombardeiro ter voado perto do Canadá antes de uma visita do presidente Barack Obama.
E no ano passado o governo da Noruega decidiu comprar 48 jatos Lockheed Martin F-35 a um custo de 18 bilhões de coroas (US$ 2,81 bilhões). Muito deve estar em jogo. A pesquisa geológica americana estimou, ano passado, que o Ártico tem petróleo, ainda não descoberto, suficiente para gerar 90 bilhões de barris – o que atenderia a demanda mundial por três anos.
E as rotas marítimas do Ártico poderiam ser atalhos entre o Pacífico e o Atlântico no verão mesmo que incertezas em relação a fatores como icebergs, custos de seguro ou uma necessidade de navios mais resistentes pudessem afastar muitas empresas. Outros especialistas dizem que os países podem facilmente ter um bom relacionamento no Norte.
– O Ártico atrairia interesse em 50 ou 100 anos, não agora – explica Lars Kullerud, presidente da Universidade do Ártico. – É um exagero falar em Guerra Fria.
Ele diz que uma área disputada pela Rússia e a Dinamarca no Pólo Norte não é maior do que a área cinzenta no Mar de Barents.
Governos negam tensões mas submarinos
devem ser feitos
Apesar dos indícios de maior militarização da área, os governos dizem que o degelo não é um prenúncio de tensões.
- Vamos buscar estratégias cooperativas - disse à Reuters o secretário de Estado substituto americano Jim Steinberg durante uma reunião de ministros estrangeiros do
Conselho do Ártico em Tromsoe, Noruega.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia Sergei Lavrov disse que o país não planeja aumentar as forças armadas do país no Ártico e destacou a cooperação.
- Qualquer um pode fazer previsões dizendo que quando há recursos e a necessidade por recursos haverá conflito e disputas - disse o ministro de Relações Exteriores norueguês Jonas Stoere. - Não precisa ser dessa forma.
Niklas Granholm da Agência de Pesquisa de Defesa sueca concorda que falar em Guerra Fria é um exagero, mas disse que tudo leva a crer que a militarização do Ártico vai aumentar.
Isso vai gerar medidas voltadas para a segurança. Muitas medidas devem ser inofensivas - garantir a segurança das embarcações, ou o emprego de engrenagem em caso de derramamento de óleo como o acidente com o petroleiro Exxon Valdez em 1989 no Alasca.
Submarinos
Possibilidades mais amplas incluem uma possível corrida entre a Rússia e os Estados Unidos pela produção de submarinos nucleares mais silenciosos.
Os submarinos, que podem lançar mísseis nucleares de longo alcance, por muito tempo tiveram refúgio sob o gelo do Ártico onde ondas constantes e quebras de gelos mascaravam o barulho do motor.
- Isso deve levar a uma nova geração de submarinos ultra-silenciosos ou outras novas tecnologias - diz Granholm.
A Passagem Noroeste passando pelo Canadá reduz a distância entre a Europa e extremo oriente de 12.600 milhas náuticas para 7.900 via Canal do Panamá. Economias semelhantes podem ser feitas numa rota ao norte da Rússia.
Um prazo da ONU para estados costeiros submeterem reivindicações sobre a região passou no dia 13 de maio e em 2007 a Rússia fincou uma bandeira no fundo do mar a quatro mil metros sob o Pólo para apoiar sua reivindicação.
http://www.defesanet.com.br/missao/ant_08/artico.htm
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Re: Geopolítica Energética
30.06.2009
Petróleo nigeriano
Juan Bermúdez Ferrer
www.rebelion.org/noticia.php?id=87856
Según los datos de la administración norteamericana, en el año 2008 Nigeria, que ha sido uno de los países con mayor crecimiento de extracción de crudo en los últimos años, “produjo” una media de 2.17 millones de barriles diario de petróleo, y exportó ocho de cada diez barriles, sobre todo a los EE.UU y a los países de la Unión Europea, sumando estas exportaciones el 70% del total, y estando entre la nómina de principales exportadores de crudo del Mundo. Todo ello en un país en el que la población con acceso a la electricidad es el 40% del total (y donde el número de habitantes ha registrado un crecimiento anual de cerca del 3% en las últimas décadas, alcanzando más de 150 millones en el año 2008, según las Naciones Unidas). En Nigeria se despliega el mayor número de empresas internacionales privadas de extracción de petróleo que hoy existen, si exceptuamos a los Estados Unidos. Están presentes todas las grandes del sector, que han visto en el amplio Golfo de Guinea una vía de intentar mantener su poder de extracción, ante la evidencia de que los países con mayor volumen de reservas gestionan con empresas estatales la extracción.
Los primeros descubrimientos de petróleo en Nigeria, protagonizados por la holandesa Shell, datan de los años cincuenta del pasado siglo. Comenzó el país en 1958 a extraer cinco mil barriles al día de petróleo y llegó a un primer pico de extracción en el año 1978, con un segundo cenit en el año 2005, algo más de 2,5 millones de barriles al día, convirtiéndose en el undécimo productor mundial de crudo. El techo de descubrimientos de petróleo en este país tuvo lugar a finales de los años setenta, según la recopilación del geólogo Jean Lahèrrere, registrándose después – en los años 90 – una nueva (aunque menor) oleada de hallazgos de yacimientos gigantes, con un antes y un después entre el descubrimiento de petróleo en tierra (siempre en el entorno del delta del Río Níger) y la proliferación de la tecnología “off-shore”, mar adentro, en la búsqueda de yacimientos de alta mar, de importante productividad en los primeros momentos pero también de altas tasas de declive en una segunda fase.
Los descubrimientos de yacimientos significativos en alta mar han pasado ya su techo en la pasada década. El investigador de la Universidad sueca de Uppsala, Kristofer Jakobsson, estimó un cenit de producción en Nigeria sobre el año 2010-2012, aunque los conflictos existentes en el Delta del Níger, unido a los recortes de producción de la OPEP (organización a la que Nigeria pertenece desde 1971) han reducido drásticamente la extracción de crudo en más de un 20% en los últimos cuatro años. Del total de las exportaciones de petróleo de este país, España recibe el 5% y los EE.UU. el 44%.
Diversos analistas han advertido que el techo de producción de Nigeria puede haberse alcanzado ya, y a ello contribuiría, además del pasado cenit de descubrimientos, la gran tensión existente en una zona donde diferentes movimientos civiles y militares – en forma de guerrillas – están cuestionando – de forma pacífica y también con sabotajes armados y ataques a oleoductos y plataformas – los perjuicios de la industria petrolera en su entorno y la palpable inequidad existente en el reparto de un combustible que ven cómo se exporta masivamente mientras ellos tienen un muy escaso acceso a él. Tanto el gobierno estatal como las mismas petroleras privadas han intentado, con poco éxito y aún menores escrúpulos hacia la integridad de esas poblaciones, aplacar la larvada insurrección de los habitantes de la zona.
Las estimaciones realizadas para Nigeria en cuanto al gas natural, sin embargo, contemplan posibilidades de expansión de la producción, entre otras cosas debido al aprovechamiento del gas flaring resultado de la extracción de crudo.
Diversos países muy consumidores de petróleo, conscientes de las dificultades del futuro de producción del crudo, han estrechado lazos con Nigeria (uno de los países del Mundo con el índice de desarrollo humano más bajo) con la intención de asegurarse el suministro en los próximos años. Existe una creciente competencia en este y otros países, porque a la tradicional apetencia norteamericana se suma la creciente demanda europea – que ve declinar sus recursos endógenos – y los gigantes asiáticos.
Un ciudadano español consume al día diecinueve veces más petróleo que un nigeriano. Por su parte un residente en Canarias consume veintiocho veces más que un nigeriano, dada la alta dependencia de las islas de este combustible. Buena parte de ese crudo proviene, como sabemos, del África subsahariana.
En general, la tendencia es el incremento del “conflicto por los recursos” de los hidrocarburos en esa zona, en palabras del investigador M.T. Klare, debido a que los límites de extracción geológicos y los conflictos internos agudizarán los problemas de exportación en un mercado volátil que ya es consciente de que la demanda energética mundial es superior a la oferta existente, con tendencia creciente.
http://www.casadasafricas.org.br/
Petróleo nigeriano
Juan Bermúdez Ferrer
www.rebelion.org/noticia.php?id=87856
Según los datos de la administración norteamericana, en el año 2008 Nigeria, que ha sido uno de los países con mayor crecimiento de extracción de crudo en los últimos años, “produjo” una media de 2.17 millones de barriles diario de petróleo, y exportó ocho de cada diez barriles, sobre todo a los EE.UU y a los países de la Unión Europea, sumando estas exportaciones el 70% del total, y estando entre la nómina de principales exportadores de crudo del Mundo. Todo ello en un país en el que la población con acceso a la electricidad es el 40% del total (y donde el número de habitantes ha registrado un crecimiento anual de cerca del 3% en las últimas décadas, alcanzando más de 150 millones en el año 2008, según las Naciones Unidas). En Nigeria se despliega el mayor número de empresas internacionales privadas de extracción de petróleo que hoy existen, si exceptuamos a los Estados Unidos. Están presentes todas las grandes del sector, que han visto en el amplio Golfo de Guinea una vía de intentar mantener su poder de extracción, ante la evidencia de que los países con mayor volumen de reservas gestionan con empresas estatales la extracción.
Los primeros descubrimientos de petróleo en Nigeria, protagonizados por la holandesa Shell, datan de los años cincuenta del pasado siglo. Comenzó el país en 1958 a extraer cinco mil barriles al día de petróleo y llegó a un primer pico de extracción en el año 1978, con un segundo cenit en el año 2005, algo más de 2,5 millones de barriles al día, convirtiéndose en el undécimo productor mundial de crudo. El techo de descubrimientos de petróleo en este país tuvo lugar a finales de los años setenta, según la recopilación del geólogo Jean Lahèrrere, registrándose después – en los años 90 – una nueva (aunque menor) oleada de hallazgos de yacimientos gigantes, con un antes y un después entre el descubrimiento de petróleo en tierra (siempre en el entorno del delta del Río Níger) y la proliferación de la tecnología “off-shore”, mar adentro, en la búsqueda de yacimientos de alta mar, de importante productividad en los primeros momentos pero también de altas tasas de declive en una segunda fase.
Los descubrimientos de yacimientos significativos en alta mar han pasado ya su techo en la pasada década. El investigador de la Universidad sueca de Uppsala, Kristofer Jakobsson, estimó un cenit de producción en Nigeria sobre el año 2010-2012, aunque los conflictos existentes en el Delta del Níger, unido a los recortes de producción de la OPEP (organización a la que Nigeria pertenece desde 1971) han reducido drásticamente la extracción de crudo en más de un 20% en los últimos cuatro años. Del total de las exportaciones de petróleo de este país, España recibe el 5% y los EE.UU. el 44%.
Diversos analistas han advertido que el techo de producción de Nigeria puede haberse alcanzado ya, y a ello contribuiría, además del pasado cenit de descubrimientos, la gran tensión existente en una zona donde diferentes movimientos civiles y militares – en forma de guerrillas – están cuestionando – de forma pacífica y también con sabotajes armados y ataques a oleoductos y plataformas – los perjuicios de la industria petrolera en su entorno y la palpable inequidad existente en el reparto de un combustible que ven cómo se exporta masivamente mientras ellos tienen un muy escaso acceso a él. Tanto el gobierno estatal como las mismas petroleras privadas han intentado, con poco éxito y aún menores escrúpulos hacia la integridad de esas poblaciones, aplacar la larvada insurrección de los habitantes de la zona.
Las estimaciones realizadas para Nigeria en cuanto al gas natural, sin embargo, contemplan posibilidades de expansión de la producción, entre otras cosas debido al aprovechamiento del gas flaring resultado de la extracción de crudo.
Diversos países muy consumidores de petróleo, conscientes de las dificultades del futuro de producción del crudo, han estrechado lazos con Nigeria (uno de los países del Mundo con el índice de desarrollo humano más bajo) con la intención de asegurarse el suministro en los próximos años. Existe una creciente competencia en este y otros países, porque a la tradicional apetencia norteamericana se suma la creciente demanda europea – que ve declinar sus recursos endógenos – y los gigantes asiáticos.
Un ciudadano español consume al día diecinueve veces más petróleo que un nigeriano. Por su parte un residente en Canarias consume veintiocho veces más que un nigeriano, dada la alta dependencia de las islas de este combustible. Buena parte de ese crudo proviene, como sabemos, del África subsahariana.
En general, la tendencia es el incremento del “conflicto por los recursos” de los hidrocarburos en esa zona, en palabras del investigador M.T. Klare, debido a que los límites de extracción geológicos y los conflictos internos agudizarán los problemas de exportación en un mercado volátil que ya es consciente de que la demanda energética mundial es superior a la oferta existente, con tendencia creciente.
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Re: Geopolítica Energética
Atualizado em 18 de agosto, 2009 - 09:01 (Brasília) 12:01 GMT
Brasil busca mais controle do petróleo do pré-sal, diz jornal
Uma reportagem do jornal americano The New York Times afirma nesta terça-feira que diante da descoberta do petróleo da camada pré-sal o governo do Brasil está tentando "se distanciar de mais de uma década de cooperação próxima com companhias petrolíferas estrangeiras e exercer mais diretamente seu controle da extração".
O jornal afirma que tal iniciativa seria parte de uma "motivação nacionalista" do Brasil para aumentar o lucro advindo de suas reservas naturais e "cimentar sua posição como potência global". O "New York Times" diz ainda que essa tentativa de exercer maior controle pode, entretanto, acabar retardando o ritmo de desenvolvimento daquelas reservas.
A reportagem, assinada pelo correspondente do jornal no Brasil, avalia a intenção do governo de deixar nas mãos da Petrobras o controle da nova área que ainda não foi licitada, o que, nas palavras do jornal, restringiria as empresas estrangeiras "ao papel de investidores financeiros".
O texto questiona a possibilidade de o país retornar a um clima de "fervor nacionalista" como o que marcou governos desenvolvimentistas como o de Getúlio Vargas e o do regime militar.
"Autoridades do governo daqui insistem que o Brasil não será tomado pelo mesmo tipo de fervor nacionalista que varreu a América Latina nos últimos anos", disse o correspondente.
"Como o México no final dos anos 30, Venezuela, Bolívia e Equador confiscaram os ativos de energia e expulsaram as companhias estrangeiras, apenas para ver sua produção de petróleo e gás natural estagnar ou diminuir."
Um analista ouvido pelo jornal, Christopher Garman, disse que a opção é "míope" e "poderá atrasar a capacidade do Brasil de usar o petróleo para ajudar a transformar o país".
A reportagem ressalvou, entretanto, que o governo "não está propondo que os estrangeiros sejam excluídos dos projetos de energia, nem mesmo que não tenham a chance de conquistar participações majoritárias em alguns casos".
"As empresas estrangeiras já estão envolvidas na primeira leva de projetos do pré-sal, incluindo o campo gigante de Tupi, que a Petrobras estima conter entre 8 bilhões a 5 bilhões de barris de petróleo e gás natural", lembrou o correspondente.
'Bilhete premiado'
Falando para a matéria, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, diz que o governo tem razão para limitar a participação estrangeira.
Em 1997, os preços do petróleo estavam baixos e o país lutava economicamente, ele disse. Hoje, em vez de arriscada, envolver-se na prospecção do combustível é como "ganhar um bilhete de loteria premiado", ele disse.
Na essência do debate, disse o jornal, está a questão do uso dos recursos para mudar o panorama social do país, uma situação que o NYT chamou de "aposta alta".
"Muitos veem o petróleo como uma bala mágica para lidar com os maiores desafios sociais do país. Luiz Inácio Lula da Silva, o popular presidente do Brasil, quer mudar as leis de energia para canalizar mais receita dos campos ainda não desenvolvidos para os cofres do governo, criando fundos para melhorar a educação e saúde."
Entretanto, Gabrielli disse que a real discussão, na prática, não é “acelerar ou não acelerar” o desenvolvimento do pré-sal, porque o equipamento necessário para realizar as explorações está falta.
"A questão não é acelerar ou não acelerar", disse, segundo o jornal. "Nós estamos no limite da capacidade mundial do setor."
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... sny2.shtml
>
Espero q novo marco regulatório, q já está pronto, leve em consideração o varoz interesse pelo acesso fácil e grandes lucros das petrolíferas estrangeiras, contra os interesses nacionais, a esta nova fronteira petrolífera de alta qualidade...
As "grandes irmãs" estão ávidas por desregulamentação já q a maiores reservas do mundo estão em mãos de empresas estatais, com exceção da Nigéria (talvez o caso mais extremo de conluio entre corrupção e extração estrangeira) e o Iraque...
Brasil busca mais controle do petróleo do pré-sal, diz jornal
Uma reportagem do jornal americano The New York Times afirma nesta terça-feira que diante da descoberta do petróleo da camada pré-sal o governo do Brasil está tentando "se distanciar de mais de uma década de cooperação próxima com companhias petrolíferas estrangeiras e exercer mais diretamente seu controle da extração".
O jornal afirma que tal iniciativa seria parte de uma "motivação nacionalista" do Brasil para aumentar o lucro advindo de suas reservas naturais e "cimentar sua posição como potência global". O "New York Times" diz ainda que essa tentativa de exercer maior controle pode, entretanto, acabar retardando o ritmo de desenvolvimento daquelas reservas.
A reportagem, assinada pelo correspondente do jornal no Brasil, avalia a intenção do governo de deixar nas mãos da Petrobras o controle da nova área que ainda não foi licitada, o que, nas palavras do jornal, restringiria as empresas estrangeiras "ao papel de investidores financeiros".
O texto questiona a possibilidade de o país retornar a um clima de "fervor nacionalista" como o que marcou governos desenvolvimentistas como o de Getúlio Vargas e o do regime militar.
"Autoridades do governo daqui insistem que o Brasil não será tomado pelo mesmo tipo de fervor nacionalista que varreu a América Latina nos últimos anos", disse o correspondente.
"Como o México no final dos anos 30, Venezuela, Bolívia e Equador confiscaram os ativos de energia e expulsaram as companhias estrangeiras, apenas para ver sua produção de petróleo e gás natural estagnar ou diminuir."
Um analista ouvido pelo jornal, Christopher Garman, disse que a opção é "míope" e "poderá atrasar a capacidade do Brasil de usar o petróleo para ajudar a transformar o país".
A reportagem ressalvou, entretanto, que o governo "não está propondo que os estrangeiros sejam excluídos dos projetos de energia, nem mesmo que não tenham a chance de conquistar participações majoritárias em alguns casos".
"As empresas estrangeiras já estão envolvidas na primeira leva de projetos do pré-sal, incluindo o campo gigante de Tupi, que a Petrobras estima conter entre 8 bilhões a 5 bilhões de barris de petróleo e gás natural", lembrou o correspondente.
'Bilhete premiado'
Falando para a matéria, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, diz que o governo tem razão para limitar a participação estrangeira.
Em 1997, os preços do petróleo estavam baixos e o país lutava economicamente, ele disse. Hoje, em vez de arriscada, envolver-se na prospecção do combustível é como "ganhar um bilhete de loteria premiado", ele disse.
Na essência do debate, disse o jornal, está a questão do uso dos recursos para mudar o panorama social do país, uma situação que o NYT chamou de "aposta alta".
"Muitos veem o petróleo como uma bala mágica para lidar com os maiores desafios sociais do país. Luiz Inácio Lula da Silva, o popular presidente do Brasil, quer mudar as leis de energia para canalizar mais receita dos campos ainda não desenvolvidos para os cofres do governo, criando fundos para melhorar a educação e saúde."
Entretanto, Gabrielli disse que a real discussão, na prática, não é “acelerar ou não acelerar” o desenvolvimento do pré-sal, porque o equipamento necessário para realizar as explorações está falta.
"A questão não é acelerar ou não acelerar", disse, segundo o jornal. "Nós estamos no limite da capacidade mundial do setor."
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... sny2.shtml
>
Espero q novo marco regulatório, q já está pronto, leve em consideração o varoz interesse pelo acesso fácil e grandes lucros das petrolíferas estrangeiras, contra os interesses nacionais, a esta nova fronteira petrolífera de alta qualidade...
As "grandes irmãs" estão ávidas por desregulamentação já q a maiores reservas do mundo estão em mãos de empresas estatais, com exceção da Nigéria (talvez o caso mais extremo de conluio entre corrupção e extração estrangeira) e o Iraque...
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Re: Geopolítica Energética
Os Ventos do Nacionalismo Retornam
na Questão do Petróleo
Diante da mais importante descoberta de petróleo do mundo em anos, o governo está buscando controlar diretamente a extração e o desenvolvimento dos campos em águas profundas, que geólogos internacionais estimam poder conter dezenas de bilhões de barris de petróleo recuperáveis
A medida faz parte de um impulso nacionalista para aumentar os benefícios obtidos pelo país com seus recursos naturais e cimentar sua posição como potência global.
O pré-sal é a maior reserva em desenvolvimento no mundo, especialmente importante face ao aumento do consumo mundial e as dúvidas sobre o atendimento das necessidades na próxima década.
As apostas são altas. Brasil pretende mais que dobrar sua produção de petróleo, para 5,7 milhões de barris por dia até 2020. O nacionalismo está novamente borbulhando no momento. Não é que seja hostil aos estrangeiros, mas é decidir quem ficará com os benefícios do nossos recursos naturais, e isto depende basicamente do esforço que estejamos dispostos a fazer para os explorar e defender. Já contamos com uma economia diversificada, o que nos ajudará a evitar o "mal" da dependência de um recurso natural, que tem afetado várias das potências mundiais de petróleo.
Os ventos nacionalistas estão começando a soprar de novo. O novo fervor nacionalista lembra o dos anos 70, quando o governo militar do Brasil declarava que "a Amazônia é nossa" para rechaçar enclaves estrangeiros na floresta tropical.
O País tem bons motivos para querer limitar a participação estrangeira. Os preços do petróleo estão mais altos e tudo indica que subirão astronomicamente. O desenvolvimento dos novos campos, antes arriscado, "agora é um bilhete premiado".
Quem não gostou foram os estrangeiros – “A decisão de dar à Petrobras o controle operacional é míope, arriscada e poderá atrasar a capacidade do Brasil de usar o petróleo para ajudar a transformar o país”, afirmam consultorias de risco em Nova York. E o risco não é só este; riquezas e debilidade militar atraem ambições e guerras, mormente se as potências dominantes necessitarem do ouro negro para sobreviver. Além disto a exploração exigirá um esforço hercúleo. A Petrobras precisará de 40 plataformas capazes de atingir os novos campos - mais da metade das existentes no mundo. Muitas ela terá que construir.
No País apesar da comoção nacionalista ainda não há a unanimidade do tempo do governo militar. Há quem pense (não sem razão) que governo usará politicamente o argumento ideológico, nacionalista e emocional para a eleição do próximo ano, mas se agir de acordo com o interesse nacional terá direito a colher os louros. Ao contrário, os que pensarem internacionalmente pelos motivos que forem, pagarão o ônus político e receberão o repúdio geral. Por maiores que sejam os inconvenientes do uso das estatais como cabides de empregos para os aliados políticos, isto ainda é menos ruim do que a desnacionalização do FHC.
O governo atual, que merece nossa condenação pela covardia ante as exigências descabidas da Bolívia e do Paraguai e pela divisão do País em etnias hostis, neste caso está merecendo aplauso e apoio.
http://www.defesanet.com.br/04_09/gf_23ago09a.htm
na Questão do Petróleo
Diante da mais importante descoberta de petróleo do mundo em anos, o governo está buscando controlar diretamente a extração e o desenvolvimento dos campos em águas profundas, que geólogos internacionais estimam poder conter dezenas de bilhões de barris de petróleo recuperáveis
A medida faz parte de um impulso nacionalista para aumentar os benefícios obtidos pelo país com seus recursos naturais e cimentar sua posição como potência global.
O pré-sal é a maior reserva em desenvolvimento no mundo, especialmente importante face ao aumento do consumo mundial e as dúvidas sobre o atendimento das necessidades na próxima década.
As apostas são altas. Brasil pretende mais que dobrar sua produção de petróleo, para 5,7 milhões de barris por dia até 2020. O nacionalismo está novamente borbulhando no momento. Não é que seja hostil aos estrangeiros, mas é decidir quem ficará com os benefícios do nossos recursos naturais, e isto depende basicamente do esforço que estejamos dispostos a fazer para os explorar e defender. Já contamos com uma economia diversificada, o que nos ajudará a evitar o "mal" da dependência de um recurso natural, que tem afetado várias das potências mundiais de petróleo.
Os ventos nacionalistas estão começando a soprar de novo. O novo fervor nacionalista lembra o dos anos 70, quando o governo militar do Brasil declarava que "a Amazônia é nossa" para rechaçar enclaves estrangeiros na floresta tropical.
O País tem bons motivos para querer limitar a participação estrangeira. Os preços do petróleo estão mais altos e tudo indica que subirão astronomicamente. O desenvolvimento dos novos campos, antes arriscado, "agora é um bilhete premiado".
Quem não gostou foram os estrangeiros – “A decisão de dar à Petrobras o controle operacional é míope, arriscada e poderá atrasar a capacidade do Brasil de usar o petróleo para ajudar a transformar o país”, afirmam consultorias de risco em Nova York. E o risco não é só este; riquezas e debilidade militar atraem ambições e guerras, mormente se as potências dominantes necessitarem do ouro negro para sobreviver. Além disto a exploração exigirá um esforço hercúleo. A Petrobras precisará de 40 plataformas capazes de atingir os novos campos - mais da metade das existentes no mundo. Muitas ela terá que construir.
No País apesar da comoção nacionalista ainda não há a unanimidade do tempo do governo militar. Há quem pense (não sem razão) que governo usará politicamente o argumento ideológico, nacionalista e emocional para a eleição do próximo ano, mas se agir de acordo com o interesse nacional terá direito a colher os louros. Ao contrário, os que pensarem internacionalmente pelos motivos que forem, pagarão o ônus político e receberão o repúdio geral. Por maiores que sejam os inconvenientes do uso das estatais como cabides de empregos para os aliados políticos, isto ainda é menos ruim do que a desnacionalização do FHC.
O governo atual, que merece nossa condenação pela covardia ante as exigências descabidas da Bolívia e do Paraguai e pela divisão do País em etnias hostis, neste caso está merecendo aplauso e apoio.
http://www.defesanet.com.br/04_09/gf_23ago09a.htm
A morte do homem começa no instante em que ele desiste de aprender. (Albino Teixeira)