Pressões Nucleares sobre o Brasil
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Pressões Nucleares sobre o Brasil
Vou transcrever, do JB e publicado no Defesanet, uma série de 3 artigos sobre um livro publicado por um professor do IME.
Leiam com cuidado, pois MUITO está por trás e MUITA pressão está ocorrendo.
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Primeiro artigo:
Brasil já tem tecnologia para desenvolver bomba atômica
Vasconcelo Quadros
Uma revolucionária tese de doutorado produzida no Instituto Militar de Engenharia (IME) do Exército - Simulação numérica de detonações termonucleares em meios Híbridos de fissão-fusão implodidos pela radiação - pelo físico Dalton Ellery Girão Barroso, confirma que o Brasil já tem conhecimento e tecnologia para, se quiser, desenvolver a bomba atômica. "Não precisa fazer a bomba. Basta mostrar que sabe", disse o físico.
Mantida atualmente sob sigilo no IME, a pesquisa foi publicada num livro e sua divulgação provocou um estrondoso choque entre o governo brasileiro e a Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA), responsável pela fiscalização de artefatos nucleares no mundo inteiro. O pesquisador desenvolveu cálculos e equações que permitiram interpretar os modelos físicos e matemáticos de uma ogiva nuclear americana, a W-87, cujas informações eram cobertas de sigilo, mas vazaram acidentalmente.
Barroso publicou o grosso dos resultados da tese no livro A Física dos explosivos nucleares (Editora Livraria da Física, 439 páginas), despertando a reação da AIEA e, como subproduto, um conflito de posições entre os ministros Nelson Jobim, da Defesa, e Celso Amorim, das Relações Exteriores. A crise vinha sendo mantida em segredo pelo governo e pela diplomacia brasileira.
A AIEA chegou a levantar a hipótese de que os dados revelados no livro eram secretos e só poderiam ter sido desenvolvidos em experimentos de laboratório, deixando transparecer outra suspeita que, se fosse verdade, seria mais inquietante: o Brasil estaria avançando suas pesquisas em direção à bomba atômica.
A AIEA também usou como pretexto um velho argumento das superpotências: a divulgação de equações e fórmulas secretas, restritas aos países que desenvolvem artefatos para aumentar os arsenais nucleares, poderia servir ao terrorismo internacional. Os argumentos e a intromissão da AIEA nas atividades acadêmicas de uma entidade subordinada ao Exército geraram forte insatisfação da área militar e o assunto acabou sendo levado ao ministro da Defesa, Nelson Jobim.
No final de abril, depois de fazer uma palestra sobre estratégia de defesa no Instituto Rio Branco, no Rio, Jobim ouviu as ponderações do ministro Santiago Irazabal Mourão, chefe da Divisão de Desarmamento e Tecnologias Sensíveis do MRE, numa conversa assistida pelos embaixadores Roberto Jaguaribe e Marcos Vinicius Pinta Gama. A crise estava em ebulição.
Jobim deixou o local com o texto de um documento sigiloso entitulado Programa Nuclear Brasileiro - Caso Dalton, entregue pelo próprio Mourão. Mandou seus assessores militares apurarem e, no final, rechaçou as suspeitas levantadas, vetou o acesso da AIEA à pesquisa e saiu em defesa do pesquisador.
Num documento com o carimbo de secreto, chamado de Aviso 325, ao qual o Jornal do Brasil teve acesso, encaminhado a Celso Amorim no final de maio, Jobim dispara contra a entidade. "A simples possibilidade de publicação da obra no Brasil e sua livre circulação são evidência eloquente da inexistência de programa nuclear não autorizado no País, o que, se fosse verdade, implicaria em medidas incontornáveis de segurança e sigilo", criticou o ministro no documento.
Diplomacia
Amorim teria assumido uma posição dúbia, tentando contornar a crise sugerindo que o pleito da AIEA fosse atendido, pelo menos em parte, como convém sempre à diplomacia. A entidade queria que o livro fosse recolhido e exigiu dados mais detalhados sobre o método e as técnicas utilizadas pelo físico brasileiro. Insistia que o conteúdo do livro era material sigiloso. Jobim bateu o pé e, em nome da soberania e da clara opção brasileira de não se envolver na construção de arsenais nucleares - explicitada na Constituição - descartou qualquer interferência no setor.
Situado na Praia Vermelha, o IME é um órgão de pesquisa básica, com curso de pós-graduação e extensão universitárias para civis e militares, subordinado ao Comando do Exército. O ministro citou a banca examinadora do IME, formada por seis PhDs em física, entre eles o orientador de Barroso, Ronaldo Glicério Cabral, para garantir que a tese é trabalho teórico e sem vínculo com qualquer experiência realizada no Brasil. Jobim citou o respeito a tratados para afirmar que o Brasil tem credibilidade para pesquisar "à margem de suspeições de qualquer origem".
Jobim enfatizou ainda que o recolhimento compulsório do livro, como queria a AIEA, implicaria em grave lesão ao direito subjetivo protegido pela Constituição. Em outras palavras, seria uma censura a uma obra acadêmica com a chancela do governo Lula. E ainda criticou a entidade que, segundo ele, não justificou os comentários sobre a obra e nem apresentou base científica para amparar o questionamento.
A crise é uma ferida ainda não cicatrizada. Jobim não quis dar entrevista sobre o assunto, mas confirmou que encaminhou o documento ao Ministério das Relações Exteriores, responsável pelas conversações diplomáticas com entidades como a AIEA. Procurado pelo Jornal do Brasil, Amorim não retornou. O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) - o órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia responsável pelo apoio aos inspetores da AIEA - Odair Dias Gonçalves, também não quis falar.
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Segundo Artigo:
Domínio sobre enriquecimento de urânio reforça preocupação
Vasconcelo Quadros
O caso da pesquisa desenvolvida pelo físico nuclear brasileiro Dalton Ellery Girão Barroso não foi o primeiro conflito entre o governo brasileiro e a AIEA. Em 2004, os inspetores da entidade tentaram, também sem sucesso, acessar as centrífugas de enriquecimento de urânio das usinas de Resende.
A suspeita era, mais uma vez, que o Brasil estava enriquecendo urânio em teor superior ao necessário para a produção de energia elétrica. O governo alegou que seu compromisso era abrir à inspeção apenas a entrada e saída do material e que a tecnologia dos equipamentos, um assunto de Estado, poderia ficar exposta. E fechou as portas aos inspetores.
Os sucessivos embates, segundo especialistas ouvidos pelo JB, geraram um dilema insuperável para a AIEA, com o qual o governo nada tem a ver: como a entidade pode ter a garantia de que o Brasil, já detentor do conhecimento e da tecnologia, não vai enriquecer o urânio em teor de bomba atômica? Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Jobim afirma que a garantia está na Constituição de 1988, da qual ele foi relator e ajudou a escrever. Mas foi também Jobim quem convenceu o governo, em outro embate este ano com Amorim, mediado pelo presidente Lula, a não assinar o último protocolo adicional pedido pela AIEA.
O ministro argumentou que o protocolo inviabilizaria a pesquisa sobre a tecnologia e a produção de energia nuclear necessária ao novo submarino brasileiro. Em entrevista ao JB, em abril, Jobim afirmou que, embora respeite o tratado, o Brasil tem toda a tecnologia para desenvolver a energia nuclear que as potências mundiais já utilizam.
Barroso acha que nada justificaria hoje um programa agressivo de armas nucleares. Mas observa que, num mundo de futuro incerto, o Brasil não pode abrir mão dos conhecimentos para desenvolver os instrumentos necessários à garantia da segurança e da soberania, caso isso seja necessário.
"Abrir mão de possuir armas é uma coisa, abrir mão do conhecimento de como fazê-las é outra coisa", disse. Barroso afirmou que os resultados de suas pesquisas se destinam a fins pacíficos (geração de energia elétrica, agricultura, medicina, ect.). Mas admitiu que, se o governo tivesse vontade política e recursos, o País teria todas as condições de desenvolver a energia nuclear para fins militares. O Brasil, segundo ele, domina toda a cadeia do conhecimento e da tecnologia e poderia, se quisesse, construir arsenais para causar efeito dissuasivo, como fazem as potências desde o final da Segunda Guerra Mundial. "A tecnologia nuclear é absolutamente dual. Quem a domina para fins pacíficos, adquire também a capacidade para aplicá-la a fins bélicos".
Ele lembrou que no processamento do combustível nuclear, a usina que enriquece o urânio para reatores, cujo teor é de até 5%, também pode ser operada no enriquecimento do urânio para uma bomba atômica, que exige 90% de teor.
"Quem constrói reatores para produzir energia elétrica, pode construir também para produzir plutônio adequado a fins bélicos", disse. Segundo ele, da mesma forma que são necessárias para reciclar o combustível nuclear no reator, as usinas podem extrair o plutônio do combustível queimado no mesmo reator.
Barroso levou seis anos pesquisando os explosivos nucleares. Os resultados obtidos na tese e divulgados pela primeira vez no livro, segundo admite, aprofundam o conhecimento universal dos processos físicos envolvidos nas explosões nucleares.
"Isso se deve a resultados de cálculos computacionais executados por mim, dentro de modelos físicos conhecidos", contou.
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Terceiro Artigo:
Cálculos de brasileiro desvendaram interior de ogiva dos EUA
Vasconcelo Quadros
A parte mais delicada da pesquisa de Barroso - e principal responsável pela reação da AIEA - está na página 349 do capítulo 10 do livro, que leva o título Detonações termonucleares. São cálculos complexos, desenvolvidos com a ajuda de um inédito programa de computador que ele mesmo criou, e que desvenda com resultados em níveis técnicos aceitáveis pela comunidade científica, a figura de uma das ogivas nucleares dos Estados Unidos, conhecida com warhead W-87.
A figura reproduz o esquema de detonação termonuclear num moderno e compacto explosivo. Tudo o que sabia, até então, eram os dados sobre as dimensões externas dos símbolos, e assim mesmo porque as informações haviam vazado, em 1999, e publicadas pela revista americana Insight Magazine, em agosto daquele ano. Uma reportagem da publicação reproduziu um trecho de um relatório produzido pelo Congresso americano sobre denúncias envolvendo suposta espionagem chinesas nos laboratórios nucleares dos Estados Unidos, do qual, acidentalmente, foi incluída a imagem e os dados que deveriam permanecer em sigilo.
A divulgação deixou perplexo o inventor da bomba de nêutrons, Samuel Cohen que, em depoimento ao Congresso, alertou que um físico competente poderia usar os dados e desenvolver o mesmo projeto original. O físico brasileiro, contudo, não fez só isso. Barroso virou a figura do lado avesso e, além de interpretar as dimensões externas, desenvolveu a configuração para o módulo secundário do explosivo, abrindo o que estava em segredo sobre a parte termonuclear do W-87. Os cálculos coincidiram até com a potência do artefato americano, de 300 quilotons.
"Só adivinhei o que estava lá dentro", disse Barroso. O trabalho é duplamente inédito: é a primeira vez que um físico brasileiro aprofunda cálculos e equações que pertenciam apenas aos cientistas presos a sigilos de laboratórios e, ao mesmo tempo, explicita os resultados em literatura científica aberta.
Barroso afirmou que no mundo da física nuclear só não podem ser divulgados dados obtidos por espionagem em laboratórios de experimentos. Segundo ele, a pesquisa publicada no livro é baseada em modelos físicos e matemáticos conhecidos e disponíveis na literatura. Mas o que encontrou é inédito graças, em boa parte, ao avanço da ciência da computação.
O livro tem outros quatro capítulos (4, 8, 9 e 10) recheados de novidades, também obtidas com simulações em computador. São conclusões relacionadas a explosivos de fissão pura, novos elementos químicos em massa físsil - como o deutério-trítio -, explosivos nucleares, termonucleares e as complexas bombas boosted.
A AIEA reclamou argumentando que várias informações reveladas nesses capítulos também eram sigilosas. O Ministério da Defesa anexou ao documento 42 duas obras disponíveis para mostrar que não se tratava de segredo.
"O livro não é um manual para terrorista", garantiu o físico. Barroso sustenta que a tese, classificada como reservada - um eufemismo para sigilo - tem poucos dados além dos que já estão no livro. Apesar da crise gerada, diz que vai pedir ao IME que libere o resto para publicação. As partes mais polêmicas, garante, já foram publicadas.
Leiam com cuidado, pois MUITO está por trás e MUITA pressão está ocorrendo.
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Primeiro artigo:
Brasil já tem tecnologia para desenvolver bomba atômica
Vasconcelo Quadros
Uma revolucionária tese de doutorado produzida no Instituto Militar de Engenharia (IME) do Exército - Simulação numérica de detonações termonucleares em meios Híbridos de fissão-fusão implodidos pela radiação - pelo físico Dalton Ellery Girão Barroso, confirma que o Brasil já tem conhecimento e tecnologia para, se quiser, desenvolver a bomba atômica. "Não precisa fazer a bomba. Basta mostrar que sabe", disse o físico.
Mantida atualmente sob sigilo no IME, a pesquisa foi publicada num livro e sua divulgação provocou um estrondoso choque entre o governo brasileiro e a Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA), responsável pela fiscalização de artefatos nucleares no mundo inteiro. O pesquisador desenvolveu cálculos e equações que permitiram interpretar os modelos físicos e matemáticos de uma ogiva nuclear americana, a W-87, cujas informações eram cobertas de sigilo, mas vazaram acidentalmente.
Barroso publicou o grosso dos resultados da tese no livro A Física dos explosivos nucleares (Editora Livraria da Física, 439 páginas), despertando a reação da AIEA e, como subproduto, um conflito de posições entre os ministros Nelson Jobim, da Defesa, e Celso Amorim, das Relações Exteriores. A crise vinha sendo mantida em segredo pelo governo e pela diplomacia brasileira.
A AIEA chegou a levantar a hipótese de que os dados revelados no livro eram secretos e só poderiam ter sido desenvolvidos em experimentos de laboratório, deixando transparecer outra suspeita que, se fosse verdade, seria mais inquietante: o Brasil estaria avançando suas pesquisas em direção à bomba atômica.
A AIEA também usou como pretexto um velho argumento das superpotências: a divulgação de equações e fórmulas secretas, restritas aos países que desenvolvem artefatos para aumentar os arsenais nucleares, poderia servir ao terrorismo internacional. Os argumentos e a intromissão da AIEA nas atividades acadêmicas de uma entidade subordinada ao Exército geraram forte insatisfação da área militar e o assunto acabou sendo levado ao ministro da Defesa, Nelson Jobim.
No final de abril, depois de fazer uma palestra sobre estratégia de defesa no Instituto Rio Branco, no Rio, Jobim ouviu as ponderações do ministro Santiago Irazabal Mourão, chefe da Divisão de Desarmamento e Tecnologias Sensíveis do MRE, numa conversa assistida pelos embaixadores Roberto Jaguaribe e Marcos Vinicius Pinta Gama. A crise estava em ebulição.
Jobim deixou o local com o texto de um documento sigiloso entitulado Programa Nuclear Brasileiro - Caso Dalton, entregue pelo próprio Mourão. Mandou seus assessores militares apurarem e, no final, rechaçou as suspeitas levantadas, vetou o acesso da AIEA à pesquisa e saiu em defesa do pesquisador.
Num documento com o carimbo de secreto, chamado de Aviso 325, ao qual o Jornal do Brasil teve acesso, encaminhado a Celso Amorim no final de maio, Jobim dispara contra a entidade. "A simples possibilidade de publicação da obra no Brasil e sua livre circulação são evidência eloquente da inexistência de programa nuclear não autorizado no País, o que, se fosse verdade, implicaria em medidas incontornáveis de segurança e sigilo", criticou o ministro no documento.
Diplomacia
Amorim teria assumido uma posição dúbia, tentando contornar a crise sugerindo que o pleito da AIEA fosse atendido, pelo menos em parte, como convém sempre à diplomacia. A entidade queria que o livro fosse recolhido e exigiu dados mais detalhados sobre o método e as técnicas utilizadas pelo físico brasileiro. Insistia que o conteúdo do livro era material sigiloso. Jobim bateu o pé e, em nome da soberania e da clara opção brasileira de não se envolver na construção de arsenais nucleares - explicitada na Constituição - descartou qualquer interferência no setor.
Situado na Praia Vermelha, o IME é um órgão de pesquisa básica, com curso de pós-graduação e extensão universitárias para civis e militares, subordinado ao Comando do Exército. O ministro citou a banca examinadora do IME, formada por seis PhDs em física, entre eles o orientador de Barroso, Ronaldo Glicério Cabral, para garantir que a tese é trabalho teórico e sem vínculo com qualquer experiência realizada no Brasil. Jobim citou o respeito a tratados para afirmar que o Brasil tem credibilidade para pesquisar "à margem de suspeições de qualquer origem".
Jobim enfatizou ainda que o recolhimento compulsório do livro, como queria a AIEA, implicaria em grave lesão ao direito subjetivo protegido pela Constituição. Em outras palavras, seria uma censura a uma obra acadêmica com a chancela do governo Lula. E ainda criticou a entidade que, segundo ele, não justificou os comentários sobre a obra e nem apresentou base científica para amparar o questionamento.
A crise é uma ferida ainda não cicatrizada. Jobim não quis dar entrevista sobre o assunto, mas confirmou que encaminhou o documento ao Ministério das Relações Exteriores, responsável pelas conversações diplomáticas com entidades como a AIEA. Procurado pelo Jornal do Brasil, Amorim não retornou. O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) - o órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia responsável pelo apoio aos inspetores da AIEA - Odair Dias Gonçalves, também não quis falar.
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Segundo Artigo:
Domínio sobre enriquecimento de urânio reforça preocupação
Vasconcelo Quadros
O caso da pesquisa desenvolvida pelo físico nuclear brasileiro Dalton Ellery Girão Barroso não foi o primeiro conflito entre o governo brasileiro e a AIEA. Em 2004, os inspetores da entidade tentaram, também sem sucesso, acessar as centrífugas de enriquecimento de urânio das usinas de Resende.
A suspeita era, mais uma vez, que o Brasil estava enriquecendo urânio em teor superior ao necessário para a produção de energia elétrica. O governo alegou que seu compromisso era abrir à inspeção apenas a entrada e saída do material e que a tecnologia dos equipamentos, um assunto de Estado, poderia ficar exposta. E fechou as portas aos inspetores.
Os sucessivos embates, segundo especialistas ouvidos pelo JB, geraram um dilema insuperável para a AIEA, com o qual o governo nada tem a ver: como a entidade pode ter a garantia de que o Brasil, já detentor do conhecimento e da tecnologia, não vai enriquecer o urânio em teor de bomba atômica? Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Jobim afirma que a garantia está na Constituição de 1988, da qual ele foi relator e ajudou a escrever. Mas foi também Jobim quem convenceu o governo, em outro embate este ano com Amorim, mediado pelo presidente Lula, a não assinar o último protocolo adicional pedido pela AIEA.
O ministro argumentou que o protocolo inviabilizaria a pesquisa sobre a tecnologia e a produção de energia nuclear necessária ao novo submarino brasileiro. Em entrevista ao JB, em abril, Jobim afirmou que, embora respeite o tratado, o Brasil tem toda a tecnologia para desenvolver a energia nuclear que as potências mundiais já utilizam.
Barroso acha que nada justificaria hoje um programa agressivo de armas nucleares. Mas observa que, num mundo de futuro incerto, o Brasil não pode abrir mão dos conhecimentos para desenvolver os instrumentos necessários à garantia da segurança e da soberania, caso isso seja necessário.
"Abrir mão de possuir armas é uma coisa, abrir mão do conhecimento de como fazê-las é outra coisa", disse. Barroso afirmou que os resultados de suas pesquisas se destinam a fins pacíficos (geração de energia elétrica, agricultura, medicina, ect.). Mas admitiu que, se o governo tivesse vontade política e recursos, o País teria todas as condições de desenvolver a energia nuclear para fins militares. O Brasil, segundo ele, domina toda a cadeia do conhecimento e da tecnologia e poderia, se quisesse, construir arsenais para causar efeito dissuasivo, como fazem as potências desde o final da Segunda Guerra Mundial. "A tecnologia nuclear é absolutamente dual. Quem a domina para fins pacíficos, adquire também a capacidade para aplicá-la a fins bélicos".
Ele lembrou que no processamento do combustível nuclear, a usina que enriquece o urânio para reatores, cujo teor é de até 5%, também pode ser operada no enriquecimento do urânio para uma bomba atômica, que exige 90% de teor.
"Quem constrói reatores para produzir energia elétrica, pode construir também para produzir plutônio adequado a fins bélicos", disse. Segundo ele, da mesma forma que são necessárias para reciclar o combustível nuclear no reator, as usinas podem extrair o plutônio do combustível queimado no mesmo reator.
Barroso levou seis anos pesquisando os explosivos nucleares. Os resultados obtidos na tese e divulgados pela primeira vez no livro, segundo admite, aprofundam o conhecimento universal dos processos físicos envolvidos nas explosões nucleares.
"Isso se deve a resultados de cálculos computacionais executados por mim, dentro de modelos físicos conhecidos", contou.
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Terceiro Artigo:
Cálculos de brasileiro desvendaram interior de ogiva dos EUA
Vasconcelo Quadros
A parte mais delicada da pesquisa de Barroso - e principal responsável pela reação da AIEA - está na página 349 do capítulo 10 do livro, que leva o título Detonações termonucleares. São cálculos complexos, desenvolvidos com a ajuda de um inédito programa de computador que ele mesmo criou, e que desvenda com resultados em níveis técnicos aceitáveis pela comunidade científica, a figura de uma das ogivas nucleares dos Estados Unidos, conhecida com warhead W-87.
A figura reproduz o esquema de detonação termonuclear num moderno e compacto explosivo. Tudo o que sabia, até então, eram os dados sobre as dimensões externas dos símbolos, e assim mesmo porque as informações haviam vazado, em 1999, e publicadas pela revista americana Insight Magazine, em agosto daquele ano. Uma reportagem da publicação reproduziu um trecho de um relatório produzido pelo Congresso americano sobre denúncias envolvendo suposta espionagem chinesas nos laboratórios nucleares dos Estados Unidos, do qual, acidentalmente, foi incluída a imagem e os dados que deveriam permanecer em sigilo.
A divulgação deixou perplexo o inventor da bomba de nêutrons, Samuel Cohen que, em depoimento ao Congresso, alertou que um físico competente poderia usar os dados e desenvolver o mesmo projeto original. O físico brasileiro, contudo, não fez só isso. Barroso virou a figura do lado avesso e, além de interpretar as dimensões externas, desenvolveu a configuração para o módulo secundário do explosivo, abrindo o que estava em segredo sobre a parte termonuclear do W-87. Os cálculos coincidiram até com a potência do artefato americano, de 300 quilotons.
"Só adivinhei o que estava lá dentro", disse Barroso. O trabalho é duplamente inédito: é a primeira vez que um físico brasileiro aprofunda cálculos e equações que pertenciam apenas aos cientistas presos a sigilos de laboratórios e, ao mesmo tempo, explicita os resultados em literatura científica aberta.
Barroso afirmou que no mundo da física nuclear só não podem ser divulgados dados obtidos por espionagem em laboratórios de experimentos. Segundo ele, a pesquisa publicada no livro é baseada em modelos físicos e matemáticos conhecidos e disponíveis na literatura. Mas o que encontrou é inédito graças, em boa parte, ao avanço da ciência da computação.
O livro tem outros quatro capítulos (4, 8, 9 e 10) recheados de novidades, também obtidas com simulações em computador. São conclusões relacionadas a explosivos de fissão pura, novos elementos químicos em massa físsil - como o deutério-trítio -, explosivos nucleares, termonucleares e as complexas bombas boosted.
A AIEA reclamou argumentando que várias informações reveladas nesses capítulos também eram sigilosas. O Ministério da Defesa anexou ao documento 42 duas obras disponíveis para mostrar que não se tratava de segredo.
"O livro não é um manual para terrorista", garantiu o físico. Barroso sustenta que a tese, classificada como reservada - um eufemismo para sigilo - tem poucos dados além dos que já estão no livro. Apesar da crise gerada, diz que vai pedir ao IME que libere o resto para publicação. As partes mais polêmicas, garante, já foram publicadas.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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- Sterrius
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Incrivel trabalho deste fisico brasileiro >D.
E Nelsom Jobim mostrando serviço . Ja cedemos onde tinhamos que ceder para a AEIA no caso nuclear.
E tem que liberar os dados mesmos. Agora o estrago ta feito e eles que se virem .
300 quilotons... nada mal
E Nelsom Jobim mostrando serviço . Ja cedemos onde tinhamos que ceder para a AEIA no caso nuclear.
E tem que liberar os dados mesmos. Agora o estrago ta feito e eles que se virem .
300 quilotons... nada mal
- delmar
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
No geral os artigos mostram duas posições distintas dentro do governo Lula. De um lado está a atual administração do Ministério de Relações Exteriores. Neste e em outros episódios fica a impressão que eles procuram sempre evitar qualquer tipo de confrontação, mesmo que o Brasil seja obrigado a ceder em pontos importantes. Há uma política de sermos sempre os bonzinhos e nossas atitudes politicamente corretas. Tipo defender os direitos dos indios e das minorias, mesmo prejudicando a nação. Proibir a plantação de tabaco, mesmo com prejuizo para milhares de pequenos agricultores e para as exportação do Brasil, e vai por aí. Nisto entraria assinar os protocolos adicionais sobre a energia nuclear.
De outro lado temos o Ministério da Defesa, com o atual ministro. O Nelson Jobim pode ser criticado por muitas coisas, como ser falastrão, tomar atitudes teatrais ao vestir uniforme camuflado, mas ele tem sido um contraponto ao Itamaraty. Tem defendido uma visão de defesa dos interesses brasileiros, mesmo com o risco de divergir e criar atritos com outros governos. Ele não se pauta apenas pelo politicamente correto. Talvez por ser nascido e criado no interior do Rio Grande do Sul tenha dentro dele esta visão do homem da fronteira que é da possibilidade do confronto com os outros países.
saudações
De outro lado temos o Ministério da Defesa, com o atual ministro. O Nelson Jobim pode ser criticado por muitas coisas, como ser falastrão, tomar atitudes teatrais ao vestir uniforme camuflado, mas ele tem sido um contraponto ao Itamaraty. Tem defendido uma visão de defesa dos interesses brasileiros, mesmo com o risco de divergir e criar atritos com outros governos. Ele não se pauta apenas pelo politicamente correto. Talvez por ser nascido e criado no interior do Rio Grande do Sul tenha dentro dele esta visão do homem da fronteira que é da possibilidade do confronto com os outros países.
saudações
Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
No alvo.delmar escreveu:No geral os artigos mostram duas posições distintas dentro do governo Lula. De um lado está a atual administração do Ministério de Relações Exteriores. Neste e em outros episódios fica a impressão que eles procuram sempre evitar qualquer tipo de confrontação, mesmo que o Brasil seja obrigado a ceder em pontos importantes. Há uma política de sermos sempre os bonzinhos e nossas atitudes politicamente corretas. Tipo defender os direitos dos indios e das minorias, mesmo prejudicando a nação. Proibir a plantação de tabaco, mesmo com prejuizo para milhares de pequenos agricultores e para as exportação do Brasil, e vai por aí. Nisto entraria assinar os protocolos adicionais sobre a energia nuclear.
De outro lado temos o Ministério da Defesa, com o atual ministro. O Nelson Jobim pode ser criticado por muitas coisas, como ser falastrão, tomar atitudes teatrais ao vestir uniforme camuflado, mas ele tem sido um contraponto ao Itamaraty. Tem defendido uma visão de defesa dos interesses brasileiros, mesmo com o risco de divergir e criar atritos com outros governos. Ele não se pauta apenas pelo politicamente correto. Talvez por ser nascido e criado no interior do Rio Grande do Sul tenha dentro dele esta visão do homem da fronteira que é da possibilidade do confronto com os outros países.
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- jumentodonordeste
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Realmente é um problema essa publicação, isso deve ser mantido como segredo de estado. Defendo o nosso conhecimento, mas não a publicação dele, ou da teoria.
Só para ilustrar os 300 quilotons.
Uma de 200
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- Centurião
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Pessoal, no que toca à publicação do livro, eu admito que AIEA pode ter alguma fundamentação nas críticas, pois não é de forma alguma desejável esse tipo de conhecimento esteja disponível mundo afora. Se é que entendi bem a história...
- delmar
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
A restrição principal do AIEA não é quanto a publicação do livro. No geral eles não querem que nós brasileiros pesquisemos sobre o assunto e desenvolvamos tecnologias próprias que possam levar à construção de artefatos nucleares. Acontece que toda pesquisa do uso da energia nuclear, como a construção de reatores e o enriquecimento do uranio, é também o caminho para a confecççao de artefatos nucleares. Não há como separar as duas coisas.
Para a publicação do livro o próprio NJ, como jurista iminente que é, já deu a palavra final. Se foi um trabalho puramente acadêmico não há como proibir. A constituição brasileira veda a censura de obras acadêmicas e literárias. A obra também não será nenhuma receita de como fazer uma bomba atômica. Pelo que foi divulgado tratam-se de complexos cálculos e fórmulas matemáticas que eu, com certeza, não vou entender nada. Passar desta teoria à prática vai uma distância muito grande.
saudações
Para a publicação do livro o próprio NJ, como jurista iminente que é, já deu a palavra final. Se foi um trabalho puramente acadêmico não há como proibir. A constituição brasileira veda a censura de obras acadêmicas e literárias. A obra também não será nenhuma receita de como fazer uma bomba atômica. Pelo que foi divulgado tratam-se de complexos cálculos e fórmulas matemáticas que eu, com certeza, não vou entender nada. Passar desta teoria à prática vai uma distância muito grande.
saudações
Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
- Guerra
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Isso não pode ser um problema para o desenvolvimento do sub nuclear?
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
- Túlio
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Pelo que entendi, está mais para SOLUÇÃO...
Explico: é uma demonstração clara e candente de que realmente dominamos o ciclo completo da energia nuclear, então o reator do SSN vai sair SIM!
Explico: é uma demonstração clara e candente de que realmente dominamos o ciclo completo da energia nuclear, então o reator do SSN vai sair SIM!
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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- Francoorp
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Nao consegui acreditar, quando começei a ler os artigos acima; Entao fiz um giro na NET para ver reaçoes estrangeiras, e encontrei os nossos vizinhos blogueiros:
http://www.noticierodigital.com/forum/v ... p?t=572086
Maravilhia està coisa de armas nucleares, so fan desde criancinha!!!!
Vou no site da AIEA ver novidades...
http://www.noticierodigital.com/forum/v ... p?t=572086
Maravilhia està coisa de armas nucleares, so fan desde criancinha!!!!
Vou no site da AIEA ver novidades...
- Túlio
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Mas vem cá, que frescuragem é essa dos mandões de sempre? Ameaçamos alguém? Temos alguma reivindicação territorial? Temos algum inimigo da pesada pertinho? Somos Israel, Paquistão, Índia, Irã? Apoiamos algum grupo terrorista internacional? Não, né? Então, qual o grande e terrível perigo de possuirmos este conhecimento?
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- Marino
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Não vão se lembrar, mas basta pesquisar e encontrarão um post meu no tópico sobre o tratando "rapidamente" do assunto.
Isto não diz respeito a publicação de livro algum, é MUITO mais profundo do que podemos imaginar.
E vcs não sabem como o reagiu as pressões alienígenas.
Só posso dizer que foi .
O NJ merece uma estátua em frente ao palácio do
Isto não diz respeito a publicação de livro algum, é MUITO mais profundo do que podemos imaginar.
E vcs não sabem como o reagiu as pressões alienígenas.
Só posso dizer que foi .
O NJ merece uma estátua em frente ao palácio do
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Vou dar a minha opinião de leigo:
Nada é por acaso, ou seja, creio que um recado foi enviado pelo Brasil e agora temos a certeza de o mesmo foi ouvido.
Nada é por acaso, ou seja, creio que um recado foi enviado pelo Brasil e agora temos a certeza de o mesmo foi ouvido.
- Luís Henrique
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
E se o Brasil declarasse ao mundo que a bomba de 1990 NÃO foi desmantelada.
E que somos uma potência nuclear não declarada desde aquele ano.
O que aconteceria???
Embargos??? guerra???
Alguém se habilita?
E que somos uma potência nuclear não declarada desde aquele ano.
O que aconteceria???
Embargos??? guerra???
Alguém se habilita?
Su-35BM - 4ª++ Geração.
Simplesmente um GRANDE caça.
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